OSCAR ROCHA
Seis anos separam o álbum anterior de Paulinho Moska – “Tudo novo de novo” – e o CD duplo que lança no momento, “Muito pouco”. Erra quem acha que nesse tempo o músico carioca se afastou do meio artístico. Não houve tempo para descanso. Ao contrário, Moska segue a filosofia “tudo ao mesmo tempo agora”. A atual fase poderá ser conferida durante o 11º Festival de Inverno de Bonito, que acontece de 28 de julho a 1º de agosto – o show do músico acontecerá no dia 31 de julho, às 20h, na Praça da Liberdade, com entrada franca.
No festival, apresentará o novo show que estreou recentemente em Niterói, acompanhado de quatro músicos, apresentando oito canções do passado e 12 novas músicas. “Ainda não sei se levarei a projeção que faz parte do cenário. Aguardo resposta da produção do evento”.
Moska tem ligação com a música de Mato Grosso do Sul por meio do músico Jerry Espíndola. “Faz algum tempo que não o vejo, mantemos contato por e-mail. Gosto muito da família Espíndola, pessoal muito talentoso. Recentemente, conheci o Dani Black, filho da Tetê. Ele foi a um show meu. O trabalho dele é fantástico. É a nova geração da família mostrando que tem talento também. Sei que tem mais gente jovem talentosa na família”, elogia.
Muito trabalho
Longe da atenção de muitos, o músico atacou de apresentador e produtor do programa “Zoombido”, exibido no Canal Brasil – adaptou também a atração para o rádio –, lançou DVD, dedicou-se à fotografia, e, acima de tudo, fez shows em lugares que ainda não tinha se apresentado, como Argentina, Uruguai, Chile e Espanha. As primeiras investidas nesses países foram ao lado do amigo, o músico uruguaio Jorge Drexler, que o apresentou ao circuito hispânico. Na sequência, voltou aos países sozinho, abrindo novas perspectivas em sua carreira. “Não fiquei parado nesse período. Nunca trabalhei tanto”, afirmou. “No começo, Drexler me apresentou; depois, fui conhecendo outros artistas, produtores, empresários. Estou tocando mais no exterior do que no Brasil”.
Dividendos
A partir das investidas no exterior, Moska afirma que cada vez mais encontra mercado fora do Brasil. “Falam que sou o representante do Brasil que dá atenção para a cultura sul-americana. Meu público aumentou: cheguei a fazer show no Uruguai para público de 12 mil pessoas”.
O resultado das viagens aparece explicitamente no novo lançamento, que é dividido em duas partes: “Muito” e “Pouco”. Na primeira, acompanhado de banda, apresenta canções que denomina de mais extrovertidas. Na outra, procura sonoridade que define como mais silenciosa, com ajuda de instrumentos acústicos.