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Museu revive trajetória de Lídia Baís

Museu revive trajetória de Lídia Baís

Redação

24/05/2010 - 06h44
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Sílvio Andrade, Corumbá

Manto marron, lembrando os capuchinhos, boina, lenço e um grande crucifixo de corda. Aquela senhora de estatura mediana, curvada e de mau humor, adentra o Museu de História do Pantanal (Muhpan)  para surpresa de quem visita o local, no porto geral de Corumbá. Ranzinza e falando em tom autoritário, ela logo rouba a cena, lamentando porque a tiraram de casa.

“Quem é essa senhora?”, pergunta alguém. “É a Lídia Baís, vocês não ouviram falar?”, indaga o coordenador do Muhpan, Juliano Borges. “Vamos conhecê-la?”. O convite é feito a um grupo de estudantes e turistas. Todos  reúnem-se em volta daquela figura intrigante, a falar com a propriedade de quem tem afinidade com o lugar, o centenário prédio Wanderley & Baís.

Tratava-se de uma intervenção cênica, na qual a atriz corumbaense Bianca Machado interpretava a polêmica artista plástica sul-mato-grossense, cujo pai, o italiano Bernardo Franco Baís, foi o dono do casarão mais imponente da Rua Manoel Cavassa, que agora abriga o Muhpan. A ação fez parte da programação da 8ª Semana Nacional de Museus, encerrada ontem.

A iniciativa é um resgate histórico da ligação de Lídia Baís com o prédio, herdado do pai e vendido à Prefeitura Municipal de Corumbá antes de morrer, em 1985, aos 84 anos, sozinha, em Campo Grande. O Wanderley & Baís, que sediou o maior armazém do porto e abrigou a 14ª agência do Banco do Brasil, foi o primeiro prédio restaurado do Casario do Porto.

Incorporando a artista plástica, Bianca Machado fez uma apresentação até didática, ao interagir com o público e questioná-lo sobre seu pai, que naquele grupo ninguém ouviu falar. “Como não sabem? Ele foi o dono disso aqui, foi ele quem trouxe o progresso, a ferrovia”, provocou, andando de um lado a outro. “Mas quem ficou na história fui eu.”

Visitas animadas
Os visitantes do Muhpan foram surpreendidos pelo ato, que durou cerca de dez minutos. “Foi uma coisa diferente, não esperava que tivesse uma encenação em um museu”, disse a estudante Andreyle Heleno Silva, 14, carioca, filha de militares, nova moradora da vizinha cidade de Ladário. “Voltarei outras vezes, gostei do museu e do centro histórico.”

A “presença” de Lídia ao Muhpan faz parte de um evento iniciado em 2009, o Visitas Animadas, no qual atores locais dão vida a personagens importantes da história regional. No ano passado, os atores Salim Hagzan e Dílson de Souza interpretaram um vendedor de bilhete da antiga ferrovia Noroeste do Brasil e o explorador e fotógrafo Guido Boggiani, pelo circuito expositivo.

Para Bianca Machado, 46, o convite do Muhpan foi um reconhecimento a seu trabalho, além do prazer de interpretar uma das mais importantes figuras femininas das artes sul-mato-grossenses. Ela criou em 2006 a peça “Amor sacro profano”, um monólogo que conta a conturbada trajetória de Lídia Baís, entre a mocidade e a velhice. “A Lídia é uma incógnita”, diz.

Cinema infantil
A programação do Muhpan na Semana Nacional de Museus incluiu outras atividades, como as visitas orientadas, com duração de uma hora. Também foram realizadas visitas noturnas para os alunos da Eja (Educação de Jovens e Adultos) e a mostra de cinema infantil, com as melhores produções nacionais, curta e longa-metragem, desta década.

Campo Grande

Ademar Jr. vai assumir a Secretaria Municipal de Inovação e Desenvolvimento Econômico

A nomeação foi publicada, nesta quinta-feira (18) no Diogrande; Ademar esteve a frente de pastas estratégicas do governo de Mato Grosso Sul

18/04/2024 17h10

Com perfil técnico atuou em diversas pastas do governo do Estado Divulgação Funtrab

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O prefeita Adriane Lopes nomeou, na tarde desta quinta-feira (18), o médico-veterinário Ademar Silva Junior, para assumir o comando da Secretaria Municipal de Inovação e Desenvolvimento Econômico (Sidragro).

A nomeação foi publicada, nesta quinta-feira (18), no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). Ademar assume a vaga de Adelaido Vila, que deixou a pasta para disputar uma cadeira na Câmara Municipal nas eleições deste ano. Vila, durante todo o período em que comandou a pasta, cumulou a o cargo de secretário com o de presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL). 

Próximo à senadora Tereza Cristina (PP), foi convidado para auxiliar a equipe de transição de trabalho quando ela assumiu o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil.

Ademar trabalhou com Tereza Cristina enquanto ela esteve a frente como secretária de Estado do Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo de MS (pasta que deu lugar para a Semadesc).

Experiente, Ademar Silva, atuou como secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e posteriormente assumiu como diretor-presidente da Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab) no governo de Mato Grosso do Sul.

Além disso atuou como presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul); superintendente de Indústria e Comércio e Turismo da Seprotur (hoje Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação); presidente do Conselho Curador da Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (Funar); presidente do Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar AR/MS); vice-presidente de Finanças da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA);  presidente da ANATER, contribuindo sobremaneira para o desenvolvimento sustentável do Estado sul-mato-grossense.

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Salários

Governo tenta barrar PEC que turbina salário de juízes em meio a greves

As estimativas iniciais do Ministério da Fazenda indicam impacto de R$ 42 bilhões por ano

18/04/2024 15h00

Proposta patrocinada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que garante 5% de aumento para juízes. Divulgação

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O governo federal se prepara para tentar barrar o avanço da proposta patrocinada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que garante 5% de aumento para juízes, promotores, delegados da Polícia Federal, defensores e advogados públicos.

A PEC (proposta de Emenda à Constituição) do Quinquênio foi aprovada nesta quarta (17) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado e deve entrar na pauta de votações do plenário para as cinco sessões de discussão previstas em regimento.

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirmou nesta quinta (18) que o ministro Fernando Haddad (Fazenda) deve conversar com Pacheco quando voltar de Washington, nos Estados Unidos, onde participa de agendas do G20 e do Fundo Monetário Internacional.

"Não me parece adequado o Congresso sinalizar uma matéria para o topo da carreira do funcionalismo público enquanto não há proposta para os servidores. O governo tem feito um esforço fiscal em diferentes áreas. Vamos dialogar e pedir bom senso e reflexão do Congresso", disse.

Professores e servidores de instituições federais de ensino estão em greve desde segunda (15). Nesta quarta (17), os grevistas marcharam pela Esplanada dos Ministérios e fizeram um aulão em frente à sede do MEC (Ministério da Educação).

O avanço da PEC no Senado acendeu o alerta no governo. O líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), afirma que as estimativas iniciais do Ministério da Fazenda indicam impacto de R$ 42 bilhões por ano, a depender do número de carreiras e da extensão do penduricalho para aposentados.

A Afipea (Associação dos Funcionários do Ipea) estima que, com a inclusão de advogados, defensores públicos e delegados da PF, o impacto do quinquênio no caixa da União chegará a R$ 9,9 bilhões por ano.

"Não está claro na PEC o que vai acontecer com os aposentados. Até 2003 tinha paridade. Quem está aposentado vai querer requerer 35% de reajuste no ganho de aposentadoria. O volume de categorias que já estão pedindo inclusão. Não sei em que orçamento cabe essa proposta", disse Wagner.

A proposta altera a Constituição para garantir aumento de 5% do salário para as carreiras contempladas a cada cinco anos, até o limite de 35%. A atuação jurídica anterior dos servidores públicos -na advocacia, por exemplo- poderá ser usada na contagem de tempo.
 

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