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Murilo exige suplente ligado a André para ser candidato

Murilo exige suplente ligado a André para ser candidato

Redação

23/03/2010 - 08h10
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O vice-governador Murilo Zauith (DEM) condicionou sua candidatura ao Senado na chapa do governador André Puccinelli (PMDB) à indicação de um “andrezista” como seu suplente na eleição. O plano inicial é ter ao seu lado o deputado estadual licenciado e secretário estadual de Habitação, Carlos Marun (PMDB), ou o de Obras, Edson Giroto (PR). O problema será convencer Puccinelli a abrir mão do projeto de eleger Giroto deputado federal e garantir a reeleição de Marun para a Assembleia Legislativa. A proposta de Murilo seria uma maneira de acabar com o pesadelo de ficar sem o apoio do governador na disputa pelo Senado. Ele sabe da preferência de Puccinelli pela eleição do deputado federal Waldemir Moka (PMDB) e suspeita da infidelidade de prefeitos do PMDB, que podem fazer campanha a favor da “dobradinha” de Moka com o senador Delcídio do Amaral (PT). “Preciso da assinatura andrezista comigo para o Senado”, declarou Murilo, deixando claro que, sem um nome ligado a Puccinelli como suplente, não disputará a eleição na chapa majoritária do PMDB. Segundo o vice-governador, as articulações para garantir a indicação de um homem de confiança de Puccinelli para ser seu suplente estão sob a coordenação do chefe da Casa Civil do Estado, Osmar Jeronymo. Conforme ele, o nome sugerido por Jeronymo foi o de Marun. Lideranças do DEM incluem na negociação o nome de Giroto. A conversa de Mu ri lo com Osmar Jeronymo aconteceu depois de churrasco no CTG Querência do Sul, que encerrou a agenda de Puccinelli em Dourados, no sábado passado. Na ocasião, o democrata reafirmou seu descontentamento com as articulações do governador em torno da chapa majoritária do PMDB. “O Osmar ficou de articular o nome do Marun como meu suplente”, reforçou o vice- governador ontem ao Correio do Estado, advertindo, em seguida que, caso a proposta não vingue, “não vou aceitar ser coadjuvante na eleição”. Muri lo continua incomodado com os rumores de que Moka “dobraria” com Delcídio. Em Dourados, no sábado, Puccinelli voltou a dizer que o vice-governador só não será candidato a senador se não quiser. Murilo, porém, avaliou que o governador “forçou a barra”. “Veio aqui, fez barulho, fumaça”, comentou. “Não vou entrar na disputa sem ter garantia de apoio total. Me lança e depois cai fora, como na eleição de prefeito”, afirmou, citando a disputa pela Prefeitura de Dourados nas eleições de 2008. Antes de seguir para Campo Grande ontem, Murilo disse em Dourados que, caso não tenha esse respaldo do governador, tomará outro rumo, mas não antecipou o que pretende fazer: “Vou procurar o meu caminho”, resumiu. O presidente regional do PSDB, deputado Reinaldo Azambuja, concorda com o posicionamento de Murilo. “Ele sempre disse que quer concorrer ao Senado, mas com igualdade de condições. Portanto, nada melhor do que ter como suplente uma pessoa com a cara do André”, defendeu. Semana decisiva Na Capital, o vice-governador vai conversar com Reinaldo Azambuja e lideranças locais do DEM e do PPS sobre seu futuro político. O encontro vai ocorrer na próxima quinta-feira. Murilo reafirmou que o Bloco Democrático Reformista (BDR), integrado pelo PSDB, DEM e PPS, está unido e sempre apoiou o governo. Lamentou, entretanto, que ultimamente Puccinelli “toma atitudes sem combinar com o time”, citando a decisão do governador de convidar a prefeita de Três Lagoas, Simone Tebet (PMDB), para ser sua ca nd idata a vice.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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