O governador Geraldo Alckmin (PSDB) negou hoje que a mudança que deverá ser feita em seu secretariado tenha relação com as denúncias de cartel no sistema de metrô e trens de São Paulo.
Três secretários de Alckmin foram citados em um depoimento como tendo relações com empresas envolvidas no esquema. Edson Aparecido (Casa Civil), José Aníbal (Energia) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico) negam as acusações. Eles são deputados licenciados e teriam que deixar o governo até abril para disputar a reeleição.
"Primeiro, [a reforma do secretariado] não tem nenhuma relação com o problema de cartel, de denúncia. Segundo, sairão os que forem candidatos, em razão da lei", disse o governador em entrevista concedida durante evento no Palácio dos Bandeirantes que contou também com a presença de Garcia.
Reportagem publicada pela Folha de S.Paulo hoje mostra que o governador disse a aliados que pretende fazer a reforma do secretariado ainda em janeiro. Desta forma, evitaria mais desgaste ao governo, já que em fevereiro o STF (Supremo Tribunal Federal) volta do recesso e deverá decidir se os secretários de Alckmin serão investigados. Como têm mandato de deputado federal, eles só podem ser investigados com o aval do Supremo.
"Da outra vez que fui governador, em 2002, os secretários que foram candidatos saíram em janeiro", afirmou Alckmin. Garcia disse que provavelmente sairá candidato nas eleições deste ano e que, por isso, deixará a secretaria "no momento em que o governo tomar essa decisão".
"A gente tem tranquilidade em relação a tudo isso [denúncias de envolvimento com cartel]", disse Garcia. "São citações vagas, sem nenhum tipo de prova já colocada."
Além das três secretarias comandadas por políticos supostamente envolvidos no esquema, as pastas de Planejamento, Gestão, Meio Ambiente, Saneamento e Habitação também são chefiadas por deputados e devem ser atingidas pela reforma.