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Mudança brusca de clima é ameaça à avicultura estadual

Mudança brusca de clima é ameaça à avicultura estadual

Redação

19/07/2010 - 21h30
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Cícero Faria, Dourados

As variações bruscas e intensas da temperatura são dos principais problemas que os avicultores enfrentam na atividade. Na região de Dourados, onde estão mais de 400 granjas de engorda de frango, que atendem duas agroindústrias em Dourados e Caarapó, o período do inverno é um dos mais críticos no manejo das  aves.
No sul do Estado, o frio chegou repentinamente na semana passada, causando uma variação de temperatura de 20 graus em poucas horas. Em Dourados, por exemplo, a mínima registrada pela Embrapa Agropecuária Oeste, localizada a 5 km da cidade,  foi de 7 graus. Mas os termômetros urbanos marcaram 4 graus na madrugada de quarta-feira.
Da mesma forma que no período do frio, também na época do calor a atenção aos aviários é constante para se evitar mortandades. Em caso de interrupção de energia elétrica, os nebulizadores e ventiladores param de funcionar causando as mortes, como ocorreu no início do ano no distrito da Picadinha, em Dourados.
Mas no período de frio o clima também continua sendo um obstáculo. Por isso, pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves, em Concórdia, Santa Catarina, apontam os cuidados a serem tomados pelos criadores de frango.
Os principais problemas sentidos pelos avicultores é a queda na produção e perda de peso das aves. Mas os efeitos negativos do frio podem ser evitados com algumas medidas de proteção aos aviários, em períodos de baixa temperatura.

Cuidados
Segundo a Embrapa  Suínos e Aves, um dos pontos mais importantes do manejo inicial dos pintos, e que tem sido muitas vezes negligenciado, é o aquecimento do ambiente. “A ave tem habilidade para manter constante a temperatura dos órgãos internos. Mas o mecanismo só é eficaz quando a temperatura ambiente está dentro de certos limites, pois as aves não se ajustam bem aos extremos”, explicou o pesquisador Paulo Giovanni.
Segundo ele, no período frio, a maior preocupação do produtor deve ser a de proporcionar condições ambientais de calor exigidas pelas aves jovens. Normalmente, nesse período, a temperatura  ambiente encontra-se abaixo das condições ideais. O frio mais intenso obriga o avicultor a fornecer aquecimento suplementar para as aves.
“Também é indiscutível o fato de que baixas temperaturas aumentam o consumo de alimento. Portanto, a ave necessita de alimento adicional para produção de calor e, além disso, manter a taxa de crescimento. O frio provoca menor ganho de peso e falta de uniformidade dos lotes”, citou Giovanni.
De acordo com ele, o aquecimento no aviário deve ser iniciado pelo menos três horas antes da chegada dos pintos. No inverno, deve ser mantido aquecimento até o 21º dia das aves. O sistema de aquecimento deve permanecer ligado e em condições de uso para situações de emergência. O produtor deve observar o comportamento das aves, pois é um indício para a necessidade de adequação do aquecimento.
“O afastamento do equipamento indica excesso de calor emitido. A aglomeração das aves em determinado local indica a necessidade de maior aquecimento”, acrescentou a pesquisadora da Embrapa, Valéria Abreu.
Outra orientação dos pesquisadores está relacionada ao arejamento da granja. “É preciso atenção especial para a ventilação necessária no período frio que, nesse caso, tem um objetivo definido: higiene”, ressaltou Valéria Abre.
Essa condição vai se refletir na localização, área e forma de abertura dos dispositivos de entrada e saída de ar, de maneira que as correntes sejam deslocadas pela parte superior do aviário. A renovação do ar evita qualquer aumento potencial de dióxido e monóxido de carbono e amônia.
“A quantidade de ar para ser renovada por razão higiênica é pequena, sendo necessárias apenas superfícies reduzidas de entrada e saída de ar. O importante é que o fluxo não incida diretamente sobre  as aves”, completou a pesquisadora da Embrapa.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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