Dados da Associação Brasileira de Distribuidores de Gás Comprimido (ABGNC) revelam que a soma do volume de gás natural, comercializado pela MS Gás em Mato Grosso do Sul, caiu 60,4% nos últimos dois anos. Em 2007, entre gás industrial, comercial, residencial, veicular, distribuição, co-geração e termelétrico, o Estado consumiu cerca de 139 milhões de metros cúbicos, enquanto que em todo ano passado o montante não passou dos 55 milhões. Desde aquele ano, o setor que antes vinha batendo recordes, entrou em queda crescente no Estado. De 2007 para 2008 a diminuição no consumo de gás natural em Mato Grosso do Sul foi de 27,14%, passando de 139 milhões para quase 102 milhões de metros cúbicos. No comparativo de 2008 para 2009, houve decréscimo de mais 46% no volume de vendas, quando de 102 milhões, o montante de metros cúbicos consumidos caiu para 55 milhões. Na relação mensa l, os índices são ainda mais altos, revelando tendências por conta da sazonalidade e confirmando quedas até o início deste ano. Em janeiro de 2008, se comparado com o mesmo período de 2009, o decréscimo chega a 97% considerando os consumos de 43,6 milhões de metros cúbicos e 1,3 milhões, respectivamente. Já janeiro de 2010 em relação a janeiro de 2008, o uso do gás natural no mês ficou cerca de 89% menor, já que neste ano foram comercializados 5,2 milhões de metros cúbicos. De acordo com o gerente de novos negócios da MS Gás, a queda brusca e significativa no consumo do produto no Estado é reflexo da não operação das termelétricas que, desde 2008, deixaram de funcionar constantemente. “Nesses últimos dois anos as termelétricas rodaram apenas para teste”, diz, explicando que, por conta das chuvas, as hidrelétricas estão com reservatórios cheios de água, conseguindo gerar energia suficiente sem que as termelétricas precisem ser ativadas. Por conta do cenário, o consumo das termelétricas de MS é insignificante, já que são acionadas esporadicamente apenas para testes. O Estado tem hoje duas empresas no ramo da geração de energia por meio do calor, a William Arjona, em Campo Grande, e a Luis Carlos Prestes, pertencente à Petrobras, localizada no município de Três Lagoas. Carro-chefe Para se ter ideia da relevância dessas empresas na comercialização de gás natural em Mato Grosso do Sul basta analisar os números do mês passado. Em fevereiro de 2010, as duas termelétricas entraram em operação para ajudar a manter o sistema por conta do aumento de consumo de energia elétrica, justificado pelas altas temperaturas, que fizeram a população usar mais ventiladores, aparelhos de ar-condicionado e refrigeradores. No mês, a MS Gás aumentou em 209% as comercializações de gás natural em relação à janeiro do mesmo ano (2010). Foram 16,1% milhões de metros cúbicos em fevereiro, contra 5,2 milhões no mês anterior. Quando foram ativadas, as termelétricas representaram 67% do total vendido pela distribuidora, com 10,8 milhões dos 16,1 milhões de metros cúbicos fornecidos a todos os demais setores em Mato Grosso do Sul.