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MP admite omissão em fiscalizar administração

MP admite omissão em fiscalizar administração

da redação

27/04/2011 - 17h38
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Em audiência pública realizada na manhã de hoje (27.04) na Câmara Municipal, o Ministério Público admitiu a sua omissão na fiscalização dos atos da junta interventora que está há seis aos à frente da administração da Santa Casa e não apresentou qualquer alternativa prática, a não se a transformação da ABCG em fundação, para salvar o hospital. Os membros do MP (estadual e federal) foram duramente criticados pelo fato de terem se ausentado da reunião antes de seu término.

A audiência reuniu a diretoria da ABCG, autoridades municipais da área da saúde, associação dos usuários do SUS e representantes da classe médica, além de vereadores e promotores de Justiça. Na sessão de amanhã na Câmara Municipal será proposta a criação de comissão especial para acompanhar o processo de devolução do hospital à associação mantenedora.

O promotor de Justiça Mauri Valentin Riciotti, ao destacar que o MP não fiscalizou como deveria os atos da junta interventora,disse que isso se dará em sua plenitude somente se o hospital passar a ser administrado por uma fundação. No entanto, conforme os advogados da ABCG, a instituição tem plenos poderes – mesmo porque se trata de intervenção judicial – para fiscalizar a gestão do hospital.

No mesmo sentido se manifestou a promotora Cristiane Amaral Cavalcante, ao anunciar que serão punidos “os que contribuíram para a ineficácia da intervenção”. Após defender que o MP tem a função de fiscalizar,e não de administrar, disse que os interventores não tomaram nenhuma atitude para promover mudanças na forma de gestão e tampouco para criar uma central de regulação de atendimentos de urgência e emergência.

Com relação às providência adotadas pelo MP diante dessa omissão dos atuais administradores, a promotora se manteve em silêncio. Já o procurador federal Felipe Fritz Braga admitiu que a intervenção não solucionou os problemas do hospital e inclusive acusou a junta de “boicotar” o trabalho da consultoria contratada para auxiliar os interventores. Mesmo assim, defendeu a manutenção da intervenção, considerando ser “inaceitável suspende-la antes que resultados positivos sejam alcançados”.

Diante disso, o presidente da ABCG, Wilson Teslenco, fez um alerta ao destacar que “a intervenção não pode apontar para a ampliação do caos, conforme está ocorrendo”. Ao rechaçar a idéia de que a criação de uma fundação seria o caminho para salvar o hospital, lembrou que o Ministério Público, autor da ação que resultou na intervenção, teve seis anos para fiscalizar os atos da junta interventora e, se não o fez a contento, “por que faria agora?”.

Teslenco criticou o fato de o MP não ter cobrado prestação de contas bimestral da junta interventora e muitas outras medidas estabelecidas pelo Poder Judiciário e lembrou que quando a ABCG estava à frente do hospital esta era fiscalizada pelo município, Denasus e pelo próprio Ministério Público.

Abandonado

Wilson Teslenco ressaltou ainda que o prefeito Nelson Trad Filho será o único a arcar com as responsabilidades no caso de o hospital fechar suas portas. “O processo de intervenção teve início com quatro atores: a prefeitura, o Ministério Público, o governo do Estado e a União”, lembrou ele.

Hoje, conforme afirmou, o governo do Estado retirou-se da junta, o mesmo ocorrendo com a União, e o MP jogou a responsabilidade para a Câmara Municipal. “Restou apenas o prefeito nesse barco”, concluiu. Como solução, sugeriu a devolução do hospital e sua administração na forma de co-gestão, com a participação da sociedade, por meio das entidades de classe e do poder público. Pelo fato de terem se ausentado da sessão antes do seu término, os membros do MP foram duramente criticados.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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