Política

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Metade das armas em circulação no País é ilegal

Metade das armas em circulação no País é ilegal

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A diretora do Instituto Sou da Paz Melina Risso disse nesta quinta-feira (28), em audiência pública promovida pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara, que metade das armas em circulação no Brasil é ilegal.

“É um mito acharmos que há armas do bem e armas do mal. O mercado ilegal é abastecido pelo legal”, afirmou durante a audiência. Segundo ela, das 16 milhões de armas em circulação no Brasil atualmente, 8 milhões são ilegais.

Douglas Saldanha, delegado-chefe do Sistema Nacional de Armas, disse na audiência pública que não conhece a origem dos dados divulgados pela ONG e que a Polícia Federal não trabalha com esse número.

Melina Risso afirmou que não é possível fazer uma distinção entre o mercado formal e o informal de armas e apontou a falta de organização no compartilhamento de dados sobre o porte de armas entre os órgãos do governo.

Antonio Rangel Torres Bandeira, do Programa de Controle de Armas da ONG Viva Rio, disse durante a audiência que cerca de 10% das armas ilegais apreendidas no Brasil são de fabricação estrangeira. "Entre 7% e 10% das armas apreendidas no Brasil são estrangeiras. Vamos acabar com esse mito de que o que nos atinge são armas estrangeiras", disse.

Bandeira afirmou que as armas de fabricação nacional roubadas são a principal fonte de captação de armanentos pelos criminosos. Ele utilizou como exemplo o massacre de Realengo, em 7 de abril, que terminou com a morte de 12 alunos pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira. Segundo Bandeira, os dois revólveres utilizados na chacina foram fabricados no Brasil e um deles tinha sido roubado de uma residência.

Ele pediu, durante a audiência pública, a marcação das munições para rastrear a origem e disse ser contra a realização de um novo plebiscito sobre a comercialização de armas.

O diretor da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições, Salésio Nuhs, participou da audiência e disse que a indústria brasileira já fabrica armas com chips embutidos para monitoramento. Ele defendeu o comércio de armas e afirmou que há procedimentos que garantem o monitoramento e a segurança na produção.

Desarmamento
O presidente do Movimento Viva Brasil, Bené Barbosa, disse considerar o Estatuto do Desarmamento uma lei inócua por não resolver o problema do tráfico ilegal de armas.

“O estatuto continua se mostrando ineficaz, pois não diminuiu os índices de homicídio no Brasil”, afirmou. Ele disse ser contra a realização de um novo referendo sobre desarmamento.

Barbosa disse ainda que não há relação entre a venda legal de armas e o número de homicídios. Segundo ele, São Paulo reduziu a criminalidade, entre outros motivos, porque "foi o estado que mais prendeu e condenou".

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

Governo

Lula quer procurar Lira, Pacheco e outros ministros do STF para diminuir tensão entre Poderes

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los

19/04/2024 17h00

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo. Agência Brasil

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O presidente Lula (PT) pretende buscar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente, além de outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em um esforço para diminuir as tensões entre os Poderes.

Nesta sexta-feira (19), Lula já trata da sua articulação política em um almoço no Palácio do Planalto. Participam os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), além de líderes do governo no Congresso Nacional.

Também estão presentes os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). A reunião acontece logo após a participação da cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general da força. O almoço teve início por volta das 12h30.

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo, formada pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, Lula disse que pretendia buscar outros magistrados para conversas. O próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, por exemplo, ficou de fora do encontro do início da semana. Na mesma linha, o presidente quer conversar com Lira e Pacheco.

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los.

Embora não conste em sua agenda, há a possibilidade de Lula se reunir com Padilha e líderes aliados nesta sexta. Um dos objetivos do encontro seria para articular algumas dessas movimentações.

De um lado, o Senado e a Câmara têm demonstrado irritação com decisões da corte, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, ameaçam dar seguimento a projetos que miram o STF. O Senado já aprovou no ano passado uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que restringe decisões monocráticas.

Na Câmara, deputados querem abrir um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, para avaliar eventuais exageros do Supremo. Também sugerem que podem abrir uma CPI para mirar o STF e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, há oito delas que aguardam a formalização, entre elas uma que pretende investigar "a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem observância do processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade por membros do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]".

Lira indicou esta semana aos líderes que deverá instalar CPIs, mas reservadamente deputados acham difícil a ofensiva prosperar.

Em outra frente, parlamentares, incluindo Lira, estão incomodados com a articulação política do governo. O presidente da Câmara chegou a dizer que o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é seu "desafeto pessoal" e o chamou de incompetente.

Lula reagiu dizendo que só por "teimosia" não tiraria Padilha do cargo. O presidente, porém, tem pregado um apaziguamento das tensões. O receio do presidente é que o clima acabe por afetar o andamento de projetos prioritários para o governo no Congresso, além de a tensão avançar para uma crise entre Parlamento e Supremo.
 

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