Ampla reportagem publicada ontem pelo Correio do Estado revela que as rodovias federais em Mato Grosso do Sul devem receber investimentos
de R$ 450 milhões ao longo deste ano, o
que é uma informação altamente animadora, ainda
mais quando estes recursos chegam no ano seguinte aos R$ 330 milhões liberados em 2009. E, com anos seguidos de investimentos pesados, fatalmente a situação tende a melhorar. Hoje, excluindo a BR-267, entre Nova Alvorada
do Sul e a divisa com São Paulo, as demais estradas federais
estão satisfatórias ou com obras em andamento para
deixá-las dignas deste adjetivo. Porém, para se classificar
algo como melhor ou pior (bom ou ruim) é preciso ter um
critério de comparação. Esta referência é, a princípio, a
situação das rodovias em anos anteriores. Quer dizer, se
hoje é possível constatar satisfação em grande parcela
dos motoristas que percorrem as rodovias é porque antes
disto a situação era muito ruim.
Porém, quando o parâmetro de comparação são as rodovias
em outros estados ou regiões do País (e não precisa
ser somente com São Paulo, que está um degrau acima
dos demais), a situação já não parece ser tão boa assim e
percebe-se nitidamente que ainda há muito para evoluir,
principalmente no que se refere à duplicação de pistas ou
implantação de terceira faixa. Saber que existe a pretensão
de duplicar parte do anel rodoviário, incluindo o trecho da
BR-163 até o posto da PRF, na saída para São Paulo, é altamente
satisfatório para os milhares de condutores que dia
e noite utilizam este trecho. Porém, saber que esta possível
obra não começará antes de 2012 é preocupante. Se o ritmo
de crescimento do País se mantiver no patamar atual e a
frota de veículos continuar evoluindo como nos anos anteriores,
o caos tomará conta deste trecho.
Praticamente todas as outras capitais ou cidades do porte
de Campo Grande estão com as principais estradas de acesso
duplicadas ou com as obras bastante adiantadas. E, o movimento
nestas certamente não é superior ao fluxo verificado
aqui, principalmente de caminhões transportando grãos,
normalmente lentos. Então, o fato de algo parecido acontecer
com a capital de MS somente daqui a três ou quatro
anos, se é que a duplicação realmente ocorrerá, evidencia
um atraso que precisa ser creditado a toda a classe política
local, já que é ela que loteia os mais importantes cargos federais
no Estado, inclusive o Denit, órgão que nos últimos
anos conseguiu importantes melhorias para o Estado. É ela,
também, a responsável por apresentar emendas ao orçamento
para que a União destine recursos ao Estado. Apesar da
"fartura" dos últimos anos, se em outras regiões do País os
avanços foram maiores fica claro que aqui os investimentos
poderiam ter chegado com mais generosidade e rapidez. Se
houvesse maior agilidade, a BR-267 certamente não teria
chegado ao estágio em que se encontra, pois há cerca de
cinco anos já havia projeto e até licitação para fazer as intervenções
prometidas para começarem em março deste ano.