Mais famílias brasileiras estavam endividadas no ano passado, em comparação a 2012. A média em 2013 foi de 62,5% do total contra 58,3% no ano anterior, segundo estudo divulgado hoje pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).
O ano passado foi marcado pela escalada do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), inflação oficial do país, que fechou 2013 em 5,91% -abaixo do teto estabelecido pelo governo, de 6,5%, mas acima do esperado pelo mercado, que previa algo entre 5,82% e 5,83%.
De acordo com a entidade, o aumento foi observado em todas as regiões, exceto na região Sul, onde houve queda. Mesmo assim, o Sul teve a maior proporção de endividamento, que chegou a 76% das famílias -em 2012 era 78,6%.
Na outra ponta, o Sudeste apresentou o menor percentual, com 56,3% das famílias declarando ter dívidas. Apesar de ter o maior volume de crédito no Sistema de Financiamento Nacional (48,3% das operações acima de R$ 1 mil em outubro passado, segundo o Banco Central), é nessa região que o saldo das operações tem apresentado a menor taxa de crescimento, 15,7% ante a média brasileira de 17%.
O Norte (68,2%), o Centro-Oeste (67,8%) e o Nordeste (65,8%) ficaram, respectivamente, na terceira, quarta e quinta posições.
Inadimplência
Quanto às famílias inadimplentes, o Sudeste também ficou com o menor percentual, juntamente com o Centro-Oeste. Nessas regiões, 18,8% e 18,9% das famílias, respectivamente, relataram ter contas em atraso.
Para a CNC, o resultado está ligado ao baixo comprometimento da renda das famílias, onde metade das famílias endividadas tem de 11% a 50% da renda comprometida por dívidas. No Sul, o número sobe para 63% dos endividados.
Segundo a entidade, em 2013 houve queda no número de inadimplentes na maioria do país. O total de famílias brasileiras com dívidas em atraso caiu de 21,4% em 2012 para 21,2% no ano passado.
No entanto, a região Norte apresentou alta no período e registrou o maior percentual: 25,9% estavam com dívidas atrasadas em 2013, em relação a 20% no ano anterior.
As famílias que disseram não ter condições de pagar suas dívidas atrasadas e que, portanto, continuariam inadimplentes representaram 6,9% do total na média de 2013
Cartão de crédito
O estudo mostra que o cartão de crédito é o tipo de dívida mais citado pelas famílias de todo o país. As outras formas de endividamento variam de acordo com as regiões.
O carnê se destaca no Norte (45,8%) e o financiamento de carro, no Centro-Oeste, com 23,3%.