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Luto por um amor vivo

Luto por um amor vivo

Redação

27/05/2010 - 06h14
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OSCAR ROCHA

Quase ninguém está imune. Como diria a sabedoria popular: atire a primeira pedra quem nunca sofreu por amor. Mais que apelativo, mote para letra de canção, o fim do relacionamento traz diversas perspectivas, desde  sofrimento momentâneo, passando pela violência até depressão. Em todas as faixas etárias, praticamente, é possível visualizar tal situação, mas é no período da adolescência e no início da fase adulta que o problema pode ganhar contornos mais dramáticos, muitas vezes causado por questões inerentes à educação recebida em casa.

O professor e psicólogo Roberto Moraes Cruz, da Universidade Federal de Santa Catarina, há cerca de 8 anos participa de pesquisa sobre os sentimentos mais comuns no fim de relacionamento amoroso, juntamente com outros professores e estudantes da área de psicologia – parte do resultado levantado pelo estudo será publicado em livro, com lançamento previsto para o próximo mês. Segundo ele, muito do sofrimento exacerbado no rompimento amoroso verificado nos mais jovens nasce do processo de infantilização decorrente da má orientação dos pais. “O que assistimos, cada vez mais, é a pessoa demorar para ser produtiva para sociedade, ficando dependente dos pais por mais tempo. Nesse processo, o pais terminam por não orientarem os filhos de forma adequada. Mostrando que a perda é um processo natural ao longo da vida. Isso explica porque jovens de 16, 17, 18 anos, com comportamento de criança. É reflexo dessa má orientação”, aponta o pesquisador.

A psicóloga paulista Olga Inês Tessari, com alguns anos de experiência no acompanhamento de jovens em crise emocional após fim de relacionamentos, também avalia que os pais têm parcela de responsabilidade nesse processo. “Neste momento, quando os pais estão distante dos filhos por causa do trabalho, dos compromissos sociais, acabam tendo sentimento de culpa, terminando por dizerem poucos ‘não’, aceitando tudo que o filho faz, isso traz consequência na formação deste jovem, que não aprende a aceitar a perda”, aponta Olga.

Na literatura ligado ao estudo da psicologia, o fim do relacionamento amoroso pode ser caracterizado como uma “morte em vida”. Em muitos casos, a separação da pessoa amada tem a mesma intensidade do luto pela morte de uma pessoa da família ou amigo. No trabalho feito por Roberto Cruz e outros participantes, em certo trecho é destacado: “Segundo Freud, o luto profundo, como reação à perda de alguém que se ama, pode ser resumido como um estado de espírito penoso, na cessação de interesse pelo mundo externo, na perda da capacidade de adotar um novo objeto de amor (o que significa substituí-lo) e no afastamento de toda e qualquer atividade que não esteja ligada a pensamentos sobre ele. O indivíduo em luto geralmente experimenta um desejo de reparar a perda e destruir o objeto que foi internalizado como “bom” (Baker, 2001). É impossível prever quanto tempo durará o “período de luto”, assim como é difícil determinar o momento em que ele começa efetivamente (Giusti, 1987). Segundo Féres-Carneiro (1998), o tempo de elaboração do luto pela separação pode ser maior do que aquele do luto por morte”.

Na avaliação de Olga, atualmente, muitos jovens, por não saberem lidar com essa perda, terminam encontrando soluções extremadas e prejudiciais. “Não saber lidar com o rompimento pode levar o jovem às drogas. Claro que isso não quer dizer que este é o único fator, mas contribui muito em alguns casos”. A psicóloga aponta que o assunto deve ser entendido em toda a sua complexidade pelos pais. “Não pode ser tratado como se fosse uma bobagem ou algo que o jovem pode resolver sozinho. É preciso muita conversa e atenção; por outro lado, não se pode prolongar, alimentar esse período de dor dos jovens”.
Outro aspecto relativo ao assunto é a violência que pode surgir no fim de relacionamento conturbado entre jovens. Roberto detecta características atuais que podem alavancar os números de casos que unem violência e jovem. “Defino com geração ‘Ipod’, aquela que é individualista e que se comunica pouco.
Imagine esta geração aliada ao infantilismo, no qual o egocentrismo é comum, mais formação problemática de personalidade, resultam em pessoas que cometem crime em nome do fim de relacionamento. O pior é que acho que esta tendência somente vai aumentar”, aponta. Para Olga, o fim de relacionamento tem que se encarado como algo natural. “Os pais precisam mostrar, desde cedo, que a perda faz parte da vida, somente assim podem ajudar seus filhos no futuro”, finaliza a psicoterapeuta.

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Conservador pró-Trump preside comissão dos EUA que divulgou relatório sobre Moraes

Jim Jordan foi citado no relatório do 6 de janeiro e ajudou a fundar ala radical do Partido Republicano

19/04/2024 21h00

Ministro Alexandre de Moraes Reprodução

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O presidente da comissão responsável pela publicação do relatório com decisões sigilosas do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), é aliado de Donald Trump e se define como "um dos membros mais conservadores" do Congresso dos Estados Unidos.

Jim Jordan é um deputado do Partido Republicano e preside a Comissão de Judiciário do Congresso. O grupo divulgou na última quarta-feira (17) um documento que afirma haver censura no Brasil.

A comissão foi criada em 1813 e é responsável por supervisionar o Departamento de Justiça norte-americano e avaliar propostas legislativas. Jordan a chefia desde o ano passado.

Natural de Ohio, tem 60 anos e estudou Economia na Universidade de Wisconsin. Lá foi campeão do torneio universitário de luta livre. É formado em Direito pela Universidade da Capital, em Columbus, Ohio, e mestre em Educação pela Universidade Estadual de Ohio.
Ele está no Congresso dos EUA desde 2007 e ajudou a fundar o Freedom Caucus, do qual foi o primeiro presidente. O grupo aglutina parlamentares da ala mais conservadora do Partido Republicano e tem posições mais à direita em temas como política fiscal e imigração.

Jordan é aliado de Donald Trump. O ex-presidente dos EUA lhe presenteou com a Medalha Presidencial da Liberdade em 2021 e o apoiou na campanha para a presidência da Câmara dos Representantes no ano passado.

Segundo o relatório da comissão responsável por investigar os atos do 6 de janeiro, quando apoiadores de Trump invadiram o Capitólio, sede do Legislativo americano, o parlamentar foi um "ator importante" para os planos do ex-presidente de reverter o resultado eleitoral que deu a vitória a Biden.
O relatório da comissão diz que o Brasil, via Judiciário, tenta forçar o X (ex-Twitter) e outras empresas de redes sociais a censurar mais de 300 perfis, incluindo o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do senador Marcos do Val (Podemos-ES) e do jornalista Paulo Figueiredo Filho.

A assessoria de imprensa do STF afirmou que o documento não traz as decisões fundamentadas que determinaram a retirada de conteúdos ou perfis, mas os ofícios enviados às plataformas para cumprimento delas. "Todas as decisões tomadas pelo STF são fundamentadas, como prevê a Constituição, e as partes têm acesso à fundamentação.

O relatório não fica restrito ao Brasil. O texto afirma que o presidente Joe Biden força empresas de redes sociais como o Facebook a censurar informações verdadeiras, memes e sátiras, de modo a levar a plataforma a mudar sua política de moderação de conteúdo.
 

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Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

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