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Lula vai exigir que André apoie Dilma, garante José Orcírio

Lula vai exigir que André apoie Dilma, garante José Orcírio

Redação

19/04/2010 - 06h40
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lidiane kober

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve enquadrar o governador André Puccinelli (PMDB) para montar um segundo palanque em Mato Grosso do Sul à ex-ministra Dilma Rousseff (PT) na corrida pela Presidência da República. A informação é do ex-governador José Orcírio dos Santos (PT). “Um amigo da Casa Civil me ligou na quinta (15), revelando que o presidente vai obrigar o André a apoiar a Dilma”, contou ontem, no ato de filiação de 150 pessoas ao PDT. Antes, ele fez corpo-a-corpo no Mercado Municipal de Campo Grande.
O pré-candidato do PT à sucessão estadual considera a medida natural. “Não tem sentido o André ficar com o PSDB, depois de o Estado ter recebido tantos recursos do governo federal”, opinou. “Tudo o que foi feito em Mato Grosso do Sul, nos últimos anos, foi o Lula quem fez”, completou. “O presidente tem todo o direito de embretar o André”, reiterou.
Na visão de Orcírio, montar um segundo palanque para Dilma no Estado seria uma atitude coerente da parte de  Puccinelli. “Assim, ele provaria não ser um traidor”, explicou. “Porque, até agora, o André vem jogando com um pé em cada barco”, acrescentou.
Ao ser questionado sobre a postura que o governador deverá adotar ao ser enquadrado pelo presidente, Orcírio preferiu não emitir opinião de forma clara, mas insinuou esperar uma traição de Puccinelli. “Só a partir do momento em que Lula cobrar o apoio do André será possível desmascará-lo”, declarou. A opinião leva em conta a tendência de o governador montar palanque para José Serra (PSDB) em Mato Grosso do Sul, contrariando a decisão da direção nacional do PMDB que, inclusive, indicará o vice na chapa de Dilma.
Decidido a “desmascarar” Puccinelli, Orcírio vai na próxima quinta-feira a Brasília para apressar o encontro de Lula com o peemedebista. “Vou tentar conversar com o presidente. Se não der certo, já tenho encontro previsto com lideranças da Casa Civil”, informou. “No caso de o André tentar escapar da conversa, dia 30, em Ponta Porã, o Lula vai enquadrá-lo”, complementou. Na data, está prevista visita do presidente a Mato Grosso do Sul.
Indagado sobre a decisão de Lula de enquadrar Puccinelli, o senador Delcídio do Amaral (PT) assegurou desconhecer tal informação. “Depois que fiquei ruim da dengue, praticamente não conversei, nos últimos dias, sobre política com as lideranças nacionais”, esquivou-se.

Pesquisa
Além de atestar estar por dentro das estratégias palacianas, Orcírio revelou estar a par dos próximos passos de Puccinelli. Segundo o petista, o governador ainda planeja destruir seu projeto de enfrentá-lo na disputa pela sucessão estadual. “Um passarinho da governadoria me contou que o André vai apresentar uma pesquisa ao presidente, na qual aparece com vantagem de 17 pontos percentuais”, disse. “Mas esse levantamento não é real”, garantiu.
A certeza do ex-governador leva em conta informações que obteve com a cúpula tucana em Mato Grosso do Sul. “Uma liderança do PSDB me contou que a senadora Marisa Serrano (PSDB) levou para o André ver pesquisa de um instituto nacional apontando uma diferença de sete pontos a seu favor”, garantiu, sem dar mais detalhes.
Na semana passada, em Costa Rica, Puccinelli afirmou querer conversar com o presidente até o dia 30. Ele ficou de falar com Lula sobre seu destino na sucessão presidencial.

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Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

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A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

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Prefeita prevê conclusão das obras de saneamento básico na Homex em 60 dias

Segundo a Águas Guariroba, as obras iniciaram há 10 dias e até o momento foram instalados 3,5 km de rede de esgoto.

27/03/2024 16h45

Fotos: Gerson Oliveira

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Após anos de luta, cerca de 1,5 mil famílias que residem na comunidade Homex, localizada no Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande, terão acesso ao sistema de saneamento básico de água e esgoto. A prefeita Adriane Lopes (PP) e o presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, realizaram uma visita técnica para inspecionar o andamento das obras iniciadas há dez dias. Segundo o cronograma, a previsão de conclusão é de 60 dias. 

Até o momento, foram instalados 3,5 km de rede de esgoto na Comunidade do Homex. O investimento, proveniente de uma parceria público-privada com a concessionária Águas Guariroba, é de aproximadamente R$8 milhões

De acordo com o diretor executivo das Águas Guariroba, Gabriel Brum, foram instalados 8,7 quilômetros de rede de água e outros 12 km de rede de esgoto na comunidade. 

"Esta é uma obra bem complexa por causa de diversas instalações que acabamos encontrando debaixo das casas. Infelizmente agora é uma dor de cabeça aos moradores, mas em breve será de muita alegria, porque o nosso objetivo é terminar em 60 dias",  relatou ao Correio do Estado.  

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A prefeita Adriane Lopes destacou que o saneamento básico é fundamental para a qualidade de vida das pessoas. Ela ainda ressaltou que a disponibilidade de água tratada nas torneiras irá reduzir as filas nas unidades de saúde e, consequentemente, promover o bem-estar dos moradores

"Estamos avançando nessa obra de grande importância para a comunidade. São mais de 1,5 mil famílias, e cerca de 5 mil pessoas que terão saneamento que é vida", afirmou. 

Durante a apresentação do mapa das obras para a imprensa, o diretor-presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, anunciou que, no primeiro mês após a instalação, não será cobrada tarifa de água e esgoto dos moradores.

"Além de não pagarem água e esgoto no primeiro mês, as famílias serão cadastradas na tarifa social. Vamos passar pela comunidade ensinando as famílias a consumir a água", explica Themis Oliveira.


Qualidade de vida 

Observando de longe o trabalho dos funcionários da Águas Guariroba, Clair Lopes, de anos, é residente da Comunidade do Homex há 8 anos, tentava entender o que estava acontecendo. Após a imprensa relatar que seria instalada uma rede de esgoto e água, ela ficou extremamente animada com a expectativa de ter água limpa na torneira. Junto com ela, moram quatro pessoas: seu marido, seu filho e uma filha que está grávida. 

"Nossa, que alegria ouvir isso. Será uma benção, é tudo que a gente queria, ter água limpa em casa. Meus netos todos já tiveram diarreia e agora vamos ter uma água boa para nós consumir", relatou.

Clair ainda expressou sua ansiedade por poder tomar um banho demorado, já que a família atualmente precisa se banhar com baldes.

"Não vejo a hora de poder tomar banho de verdade, ninguém merece ter que usar baldinho", relatou Clair.

 

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