Lixão foi alternativa para quem não conseguiu emprego formal
25 FEV 10 - 04h:29
O lixão foi a alternativa
encontrada por muitas pessoas
que estavam desempregadas
e não conseguiram
oportunidade de trabalho.
Sem patrão, sem salário fixo
e também sem nenhum direito
garantido, os catadores e
até mesmo comerciantes encontraram
no local oportunidades
para garantir a renda
mensal.
Quando era copeira em
uma grande firma, a salgadeira
Zenilda de Souza, 46
anos, trabalhava oito horas
por dia e ganhava pouco mais
que um salário mínimo (R$
510). Desempregada há seis
meses, soube pelo genro que
era permitido comercializar
salgados para os catadores. “O
desemprego bateu e eu encontrei
no lixão uma saída para
minha renda”, conta.
Diariamente, ela acorda
às 3h, prepara os salgados e
sai de casa acompanhada do
filho Jonerson de Souza, 18
anos. O mesmo trabalho é
feito pela vendedora Maria
Luiza Rogiane. “Antes, também
batia gancho no lixão,
mas depois vi que poderia
faturar vendendo salgados.
Ganho menos, mas não canso
tanto”, diz. Ela chega por
volta das 7h e, quando são 10
horas, já vendeu todo o estoque
do dia. A renda de cerca
de R$ 800 é o único sustento
da família.
O trabalho no lixão também
mudou a vida de um expresidiário,
que não quis ter
o nome revelado. Ele tem um
pequeno comércio no bairro
Dom Antônio Barbosa, e troca
materiais recicláveis por
produtos. O local é também
um ponto de encontro entre
os catadores.
“O lixo foi uma alternativa
ao tráfico, pois só aqui, encontrei
uma maneira de ganhar
dinheiro”, conta o homem, que
chegou a enfrentar uma rebelião
quando esteve detido.