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Linhas de crédito da Caixa favorecem famílias classe D

Linhas de crédito da Caixa favorecem famílias classe D

Redação

26/05/2010 - 08h15
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ADRIANA MOLINA

A classe D será a principal favorecida com as linhas de crédito disponibilizadas pela Caixa Econômica Federal (CEF) na 7ª Feira de Imóveis de Campo Grande, que começa hoje e segue até o dia 29, no Armazém Cultural. Quem ganha até R$ 1.395 e está fazendo sua primeira aquisição imobiliária poderá, além de usar recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para quitar parte do saldo, financiar a casa própria com juros de 5% ao ano parcelando em até 360 meses, e ainda receber subsídio do governo de R$ 17 mil.

As facilidades, segundo o gerente regional de Construção da CEF, Márcio Nunes Fonseca, contribuem para a redução do déficit habitacional de Mato Grosso do Sul, hoje calculado em cerca de 60 mil moradias, já que 80% das famílias desse montante ganham entre um e três salários mínimos e poderão ter acesso a parte do crédito de R$ 600 milhões disponibilizados pela CEF para o feirão. “Outro fator que contribui para a redução do déficit habitacional é o valor do imóvel, pois cerca de 90% dos que serão comercializados nos estandes do evento terão valores oscilando entre R$ 60 mil e R$ 130 mil − mais acessíveis a essa classe”, pondera.

Para compra de residências novas, o financiamento poderá ser feito pelo Programa Minha Casa, Minha Vida. A Carta de Crédito FGTS poderá ser usada tanto para imóveis novos como para usados. Já para as construções ambos poderão ser aplicados. O valor mínimo necessário para ter acesso a um dos programas durante o feirão é de R$ 1 mil de renda familiar mensal.

Além da faixa com renda até R$ 1.395,00, também podem desfrutar dos benefícios oferecidos pela CEF os que ganham entre esse valor e R$ 2.790,00, porém em menores proporções. Os juros para essa categoria giram, em média, na faixa de 6%, e os subsídios do governo também são menores, decrescentes conforme a renda. Ademais, as regras são as mesmas.

Já as classes A, B e C poderão acessar o crédito, desde que sigam basicamente a regra de aquisição do primeiro imóvel. “Quem ganha mais de R$ 4,9 mil e tem saldo no FGTS poderá se enquadrar no Programa Pró Cotista, para compra de uma residência de até R$ 500 mil. Nesse caso os juros são de 8,66% ao ano e a quota de financiamento, de 80% a 85% do montante total. O prazo de amortização é de até 360 meses”, explica Fonseca.
Preço menor

Além da facilitação da compra por conta de linhas de financiamento mais acessíveis, a feira deverá oferecer imóveis cerca de 10% mais baratos que o normal no mercado campo-grandense. Isso porque participarão do evento cerca de 50 construtoras e imobiliárias, que estão juntas no mesmo espaço, disputando clientes.

A concorrência será grande e o objetivo da CEF é comercializar cerca de cinco mil imóveis até dia 29. Poderão ser feitas também permutas entre imóveis de mesmo valor e ainda com financiamento do saldo restante, caso haja. No ano passado, a 6ª edição da feira vendeu 800 residências, totalizando R$ 150 milhões em negócios.

Empregos
A preparação do local e montagem dos 53 estandes das 25 empresas participantes da feira gerou mais de 100 empregos diretos. Outra centena de pessoas estará trabalhando durante os três dias do evento. A área de 500 m² já está disponível para os expositores a partir de hoje. O trabalho dos profissionais de som e iluminação, comunicação visual, decoração e ambientação já está em andamento.

Serviço
A 7ª Feira de Imóveis de Campo Grande será realizada no Armazém Cultural (ao lado da Feira Central), de 26 a 29 de maio. A abertura, no dia 26, está marcada para as 19 horas. Nos demais dias, o horário de funcionamento será das 10 às 22 horas.

HABITAÇÃO

Contratação de crédito imobiliário registra queda 33,9% no primeiro bimestre em MS

Em janeiro e fevereiro foram negociadas 591 unidades habitacionais no Estado, ante os 894 imóveis financiados no ano passado

19/04/2024 08h30

Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O volume de imóveis financiados em Mato Grosso do Sul apresentou queda de 33,89% nos primeiros dois meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), no 1º bimestre foram negociadas 591 unidades por meio de financiamentos, o que resultou em R$ 222,642 milhões disponibilizados para negociações com recursos da poupança. 

Já em janeiro e fevereiro do ano passado foram negociadas 894 unidades por meio de crédito imobiliário utilizando o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), e o valor das operações quase chegou a R$ 290 milhões (R$ 289.449.681,00). Quando analisados os valores, a diferença resulta em redução porcentual de 23,08%.

Em janeiro do ano passado foram disponibilizados R$ 161,620 milhões - para 487 unidades negociadas, contra R$ 113,143 milhões e 283 imóveis do primeiro mês de 2024, ou seja, R$ 48,477 milhões a menos liberados para a compra de imóveis.

Segundo análise de especialistas, a redução do volume aplicado na poupança teve influência direta no cenário de Mato Grosso do Sul.

Em fevereiro de 2023 os recursos chegaram a R$ 127,829 milhões (407 unidades), ante as 308 unidades deste ano, e R$ 109,498 milhões, redução de R$ 18,331 milhões.

Dentre os principais motivos para a queda dos financiamentos no Estado, o principal é o juro alto praticado pelos bancos nas operações imobiliárias. As taxas ainda estão muito parecidas com a da Selic, fazendo que o valor contratado do financiamento quase dobre ao final do período.

Nas simulações feitas pelo Correio do Estado, por exemplo, as taxas de juros em financiamentos imobiliários no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que utiliza os recursos do sistema brasileiro de poupança, variaram entre 9,5% e 12,5% ao ano, a depender do relacionamento que o cliente tem com o banco.

O economista Renato Gomes explica que o panorama está também relacionado aos resgates e os saques que têm acontecido nas aplicações da poupança.

“Os brasileiros estão tirando dinheiro da poupança pela baixa atratividade, uma vez que essas pessoas estão interpretando, que não está compensando manter o dinheiro na poupança”, pontua.

Gomes destaca ainda que os valores acumulados na poupança são destinados para aquisições imobiliárias por meio do SBPE, uma modalidade de crédito que depende dos recursos da poupança. 

“Esse recurso fica escasso e, portanto, ocorre uma queda na quantidade, no volume de financiamento advindo desta linha de crédito, que é o financiamento imobiliário pela poupança”, detalha o economista.

HISTÓRICO

Nos seis anos anteriores, houve uma instabilidade no volume de negócios fechados através dos financiamentos com recursos da poupança.

De acordo com o relatório da Abecip, entre 2018 e 2021 os números de unidades e valores negociados ficaram em ascensão. Já nos dois últimos anos houve declínio nos financiamentos.

 

Em 2018 foram 3.544 imóveis financiados em Mato Grosso do Sul. O número subiu para 4.038 em 2019, para 6.200 em 2020 e atingiu o ápice em 2021, quando 10.543 unidades foram negociadas no Estado.

Conforme agentes do setor, a pandemia da Covid-19 impactou em mais pessoas trabalhando de casa e com isso muitos saíram do aluguel e compraram a casa própria no período. 

Em valores, o montante também teve ascensão nos anos citados, saindo de R$ 759,076 milhões nos 12 meses de 2018 para R$ 2,653 bilhões em 2021, alta 249% no período. 

Já em 2022, o valor disponibilizado para financiamentos imobiliários com recursos da poupança no Estado reduziram para R$ 2,606 bilhões, resultado 9.104 moradias negociadas. Enquanto no ano passado, houve uma segunda queda tanto em valores (R$1,826 bilhão) quanto em unidades financiadas (5.944).

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Economia

Petrobras quer retomar obras em navios inacabados pré-Lava Jato

Embarcações eram construídas por estaleiro que fechou as portas após início da operação

18/04/2024 21h00

Fernando Frazão; Agência Brasil

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A Petrobras estuda uma maneira de retomar as obras de dois navios petroleiros remanescentes das encomendas feitas ainda no primeiro programa de revitalização da indústria naval brasileira, nas primeiras gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As embarcações eram construídas pelo estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), que fechou as portas em 2015 após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Hoje, elas pertencem ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que financiou as obras.

Os dois navios eram parte de um contrato de quatro embarcações do tipo Panamax assinado entre o Mauá e a Transpetro, subsidiária da Petrobras para o transporte de petróleo e derivados.

Delas, apenas uma foi entregue. Outras duas estavam em fase avançada de construção e a quarta, ainda em estágio inicial. Os navios mais avançados passaram anos no cais do estaleiro Mauá e hoje estão no estaleiro Ilha, na zona norte do Rio, que pertence ao mesmo grupo.

Em evento sobre o setor nesta quinta-feira (18), o presidente da Transpetro, Sergio Bacci, disse que a empresa vem negociando com o BNDES a compra dos navios para concluir as obras. "É intenção da Transpetro retomar esses navios", afirmou.

Uma das embarcações sofreu inundações na casa de máquinas durante o período em que esteve parado no Mauá, o que danificou o motor. A troca demandaria abrir novamente o casco, o que é um desafio ao projeto.

"Não é simples", afirmou Bacci. "Para trocar o motor tem que fazer uma cesariana no navio", comparou. A ideia seria contratar um estaleiro para realizar a operação e concluir as obras.

Na época, os navios foram encomendados por US$ 87 milhões, cada um. Foi a última licitação de navios do programa naval dos primeiros governos Lula, que tenta novamente fomentar a atividade do setor.

A Transpetro prepara-se para lançar licitação para a encomenda de quatro navios para o transporte de combustíveis, já aprovadas pela Petrobras, mas cujo leilão depende de medidas do governo para ampliar competitividade dos estaleiros brasileiros.

Entre elas, está a retomada da cobrança de imposto de importação sobre navios, que ficaram isentos em lei aprovada pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Outra é a aprovação pelo Senado de projeto de lei que acelera a depreciação de ativos industriais no país, que já passou pela Câmara.
Bacci reforçou que a Transpetro estuda contratar mais doze navios --quatro de combustíveis líquidos e oito de gás de cozinha-- mas a encomenda ainda não foi aprovada pela Petrobras e, portanto, deve ficar para 2025.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu que, apesar dos problemas do passado, o Brasil deve voltar a fomentar a indústria naval "sem nenhum sentimento de culpa".

Ele apresentou a demanda da Petrobras para o setor, que inclui módulos de plataformas de produção de petróleo, desmantelamento de plataformas antigas e a construção de navios e embarcações de apoio à produção.

A companhia já lançou licitação para 12 barcos de apoio a plataformas em alto mar e planeja licitar mais 10 ainda este ano. Outros 11 serão necessários até 2030. Ao todo, são previstos investimentos de US$ 2,5 bilhões, com a geração de 28 mil empregos.

Prates defendeu também a retomada de obras de refino paralisadas pela Lava Jato, como a Refinaria Abreu e Lima e o antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
"Temos que terminar, vamos retomar uma por uma. Vai virar o quê? Elefante branco, com 80% concluído, como essa planta de fertilizantes do Mato Grosso do Sul? Se for viável, faremos."

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