A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse nesta sexta-feira (18) que o coronel Muammar Gaddafi tem de sair do poder e que os EUA não se impressionarão por palavras, mas esperam atos que honrem o cessar-fogo anunciado. Ela afirmou que, enquanto isso, os EUA continuam seus preparativos com seus parceiros.
O comandante dos rebeldes líbios, Khalifa Heftir, declarou que o cessar-fogo era um blefe de Gaddafi para ganhar tempo.
A chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, foi mais comedida e disse examinar os detalhes do anúncio de cessar-fogo proposto pelo governo da Líbia, informou o jornal parisiense Le Figaro.
Logo após o anúncio do governo do ditador da Líbia, Muammar Gaddafi, de que desistia das operações militares temporariamente, a rede de TV americana CNN entrevistou um rebelde na cidade de Misrata, ainda em disputa, que disse que os homens leais a Gaddafi continuavam a bombardear a cidade.
A rede de TV Al Arabiya informou que os rebeldes disseram que havia ataques também contra Zintan. As duas cidades citadas estão no oeste do país, mas, ao contrário da CNN, a Arabiya divulgou que não sabia que se os atos ocorreram antes ou depois do cessar-fogo.
O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) anunciou na noite desta quinta-feira (17) uma resolução que determina a possibilidade de uso da força para impedir agressões à população civil líbia. O movimento contra Gaddafi, que está há mais de 40 anos no poder, começou de forma pacífica em 15 de fevereiro e se transformou em uma revolta Armanda contra o coronel.
Ação militar pode ocorrer a qualquer momento
Após a decisão do conselho da ONU, vários países que integram a Otan (aliança militar ocidental) ou outras ligas iniciaram os preparativos para ações militares. A resolução, na qual o Brasil ficou neutro, apoia a formação de uma área de exclusão aérea e também o bombardeio de pontos estratégicos.
O Reino Unido e a Dinamarca anunciaram já ter mobilizado sua Força Aérea para ações no país. A Itália informou que cede suas bases no sul do país sem restrições. Até a Turquia, que inicialmente era apontada como reticente a uma possível intervenção na Líbia, informou nesta sexta-feira que apoia a decisão.
A Alemanha, que também se absteve na votação, deve enviar voos para monitorar a situação líbia, de acordo com o jornal parisiense Le Figaro.