Embora seja uma importante fonte de alimentação também para adultos, o consumo em excesso pode levar ao aumento do colesterol e ao aparecimento de doenças, afirma o gastroenterologista Vladimir Schraibman, cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo.
Além disso, há pessoas que têm restrição por serem intolerantes ou alérgicas à lactose, uma enzima encontrada no produto e seus derivados, que provocam manifestações de pele, respiratória ou gastrointestinais.
O especialista explica que o excesso de leite, especialmente o integral, pode levar à esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado) e obesidade visceral (acúmulo de gordura no abdome).
Por outro lado, diz o médico, a partir dos 30 anos, a lactase, uma enzima responsável por quebrar a lactose em glicose, é produzida em menor quantidade. “Por isso, a maioria das pessoas depois desta idade começa a ter problema com a ingestão da substância. Isso faz com que o leite e seus derivados sejam maldigeridos e interpretados como agentes agressores, o que vai levar à liberação de citocinas pró-inflamatórias, que induzem ao desenvolvimento de rinite, sinusite, dermatite e desconfortos gastrointestinais como: diarreia, constipação e flatulência”, exemplifica o médico, acrescentando que o excesso de cálcio também está relacionado à formação de pedra nos rins.
O doutor Vladimir ressalta que não há uma quantidade ideal de leite para o adulto ingerir. “O que existe é quantidade de cálcio a ser ingerida. Normalmente este cálcio também pode ser adquirido com ingestão de verduras e legumes escuros e consumo de carnes e ovos”, defende.
O especialista salienta que os indivíduos sensíveis à lactose devem aumentar a ingestão de vegetais e legumes como brócolis, espinafre, couve e agrião, entre outros, de frutas, peixes e fibras. E, para evitar osteoporose é fundamental exercício aeróbico, por 40 minutos, três vezes por semana. Esta rotina de atividades físicas tem demonstrado bons resultados para manutenção das massas óssea e muscular, além de melhorar o equilíbrio, orienta o especialista.
Segundo o doutor Vladimir, não basta se preocupar somente com o cálcio, a vitamina D também é muito importante para o organismo. Os raios ultravioletas auxiliam na produção e absorção desta vitamina. “Portanto, deve-se tomar banho de sol (antes das 10 e após as 16 horas), pelo período mínimo de 15 minutos ao dia. Se a ingestão pela dieta de vitamina D não for suficiente, pode ser necessária a suplementação de cálcio e vitamina D diariamente”, conclui.