AGÊNCIA ESTADO, BELO HORIZONTE
A Polícia Civil de Minas Gerais anunciou ontem que vestígios de sangue localizados na caminhonete Land Rover do goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes, são mesmo de Eliza Samudio, de 25 anos. Os exames realizados pelo Instituto de Criminalística (IC) comprovaram a ocorrência de sangue em cinco locais no interior do veículo.
Três vestígios foram identificados no exame de DNA como compatíveis com o da jovem, desaparecida há cerca de um mês. As amostras das manchas foram confrontadas com o material cedido por Luiz Carlos Samudio, pai de Eliza, e o colhido do filho que ela teria tido com Bruno, um bebê de 5 meses.
Conforme o diretor do IC, Sérgio Ribeiro, e a chefe do Laboratório do DNA, Fabíola Soares Pereira, o exame em uma amostra revelou um resultado indefinido. Outra mancha apresentou um perfil de DNA masculino, o que para os investigadores poderá ajudar na identificação do suposto agressor de Eliza.
“Temos a materialidade indireta e, caso não se ache o corpo, já é possível fazer o delito indireto do crime de homicídio, que está beirando a 100%. Somos levados a concluir por tudo o que já foi investigado que a Eliza está morta”, disse o delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigação (DI).
No sítio
O delegado disse que Eliza teria sido assassinada no sítio de Bruno, localizado no Condomínio Turmalina, em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, entre os dias 7 e 9 de junho. Para o delegado, já é possível concluir que o goleiro do Flamengo estaria entre os supostos agressores.
Em depoimento à Polícia Civil do Rio, o adolescente J., de 17 anos, primo de Bruno, disse que viajava escondido na Land Rover quando Macarrão levava Eliza para Minas e teria agredido a jovem com uma coronhada. Os vestígios foram localizados na frente e abaixo da poltrona direita da caminhonete, na lateral direita do piso, no banco e na porta traseira direita.
Material genético
Moreira afirmou que será coletado material genético de todos os suspeitos, inclusive de Bruno. “Qual o motivador maior do crime? Não é a briga pela paternidade? Esse é o motivo do crime. Lógico que nós vamos recolher.”
Para o delegado, J. teve participação no crime, mas a narrativa dele no depoimento prestado anteontem à polícia do Rio revela uma tentativa de acobertar o envolvimento de Bruno.