Até que Anderson Casadia Souza Nascimento, de 22 anos, se apresente na delegacia de Dourados (MS), ele continuará sendo tratado como morto. Esta foi a afirmação da delegada responsável pelo caso, Magali Leite Cordeiro, do 2º Distrito Policial, depois da mãe do jovem aparecer dizendo que o filho fez contato e estaria vivo. “A situação havia sido encerrada, o caso fechado, o corpo sepultado, a declaração de óbito feita, quando, para nossa surpresa, a mãe, que havia reconhecido sem dúvidas o corpo que foi encontrado na quinta-feira passada boiando em um lago do Parque Arnulpho Fioravanti, apareceu e disse que ele ligou e se encontrou com ela. O corpo não estava em decomposição, apesar de inchado, e era visível a fisionomia da vítima, não era para ter uma confusão dessa”, explicou.
Anderson, que possui uma ficha criminal com registro de várias passagens, estava com um mandado de prisão em aberto e isso, considerando a hipótese dele estar realmente vivo, poderia estar afugentando o rapaz de se declarar como vivo.“É uma situação altamente complexa juridicamente, e temos que ter muito cuidado. Vamos instaurar um procedimento para apurar esse possível reaparecimento. Digo possível, porque eu ainda não o vi, ele não se apresentou, então será tratado como morto por enquanto. Temos que saber por que a mãe foi ao Instituto Médico Legal, fez o reconhecimento junto com outros parentes, e agora diz que o rapaz está vivo. Tiveram todas as despesas funerárias, houve a emissão de uma declaração de óbito e agora eles vieram com essa nova versão”.
Magali também não descarta que a “morte” de Anderson tenha sido uma possível manobra para que ele pudesse se livrar da ficha criminal que carregava. Segundo ela, nada impede que a família tenha criado a situação para que ele continuasse impune e vivesse com uma identidade falsa. Se essa hipótese for confirmada e o reconhecimento do corpo de má fé seja constatado, os familiares poderão ser penalizados judicialmente por apontar à polícia uma situação que não condiz com a realidade. “A partir daí, teríamos um corpo a identificar e a família e o próprio Anderson teriam que buscar judicialmente a anulação da declaração de óbito. Não há queixa de desaparecimento, então estaríamos em estaca zero para identificar aquele corpo que foi sepultado, considerando, é claro, que ficasse comprovado que o Anderson está realmente vivo”, destacou Magali. Conforme a delegada, a família deve comparecer novamente à delegacia ainda hoje para dar continuidade aos esclarecimentos do caso.
Outro caso inusitado foi registrado pela polícia no dia 24 de dezembro, em Itaporã. A vítima foi assassinada com uma paulada na cabeça e também foi torturada antes de ser jogada na água. Familiares identificaram como Jaciela Freitas, de 14 anos, moradora na Aldeia Tey Kuê em Caarapó. No entanto, após a realização do enterro, a jovem apareceu na casa dos familiares, em Caarapó. Quem foi assassinada e jogada na lagoa foi Nubia, de 13 anos, também moradora na aldeia Tey Kuê. O caso veio à tona neste final de semana, após a Fundação Nacional da Saúde (Funasa) ter conhecimento.
(Com informações do Dourados News)