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Jovem mutilada em guerra civil registra sua história em livro

Jovem mutilada em guerra civil registra sua história em livro

Redação

01/08/2010 - 21h30
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Fernanda Brambilla, AE

Mariatu Kamara começava a entender como a vida funcionava na pobre aldeia rural de Serra Leoa e as regras que ditavam o seu mundo: a infância na lavoura, a falta de educação, um casamento arranjado. Aos 12 anos, um trágico acontecimento transformou sua triste realidade em algo ainda pior. Vítima de um ataque de rebeldes, ela teve as mãos mutiladas a golpes de facão. E sobreviveu. O martírio de Mariatu, no entanto, ainda não havia terminado. Logo depois, descobriria que estava grávida, resultado de um estupro, coisa que, até então, ela nem sabia o nome. Hoje, aos 24 anos, Mariatu mora no Canadá, onde estuda e sonha em trabalhar na ONU. O livro no qual ela conta sua trajetória, “A mordida da manga”, acaba de chegar às livrarias do País, pela editora Planeta. Em sua narrativa, Mariatu denuncia as atrocidades de uma longa guerra civil (1991-2002), que acompanhou de perto. Confira a entrevista:

Seu livro fez sucesso no Canadá e nos EUA. Tem ideia da repercussão da sua história?
Não. Nunca tive nenhuma expectativa. Mas me sinto bem em poder compartilhar minha história com outras vítimas ao redor do mundo, gente que não teve a chance de falar o que sofreu. Lendo a minha história, talvez elas encontrem sua própria voz.

Você perdeu um filho de maneira drástica, ainda criança. Hoje, pensa em ter uma família?
Tenho alguém muito especial na minha vida. Espero ter uma família feliz e ter meus filhos, sim.

Você ainda acredita em Deus?
Minha filosofia de vida é seguir a obra de Deus. Tenho muita fé e nunca deixei de acreditar que Deus é meu mentor.

Sua avó lhe diz, no livro, que tudo acontece por um motivo. Você concorda com ela?
Sim. Se você acreditar que tudo é possível, que a sua direção foi guiada por Deus, então Ele irá protegê-lo para superar tempos difíceis.

Você ainda pensa em como tudo seria diferente se o ataque dos rebeldes não tivesse ocorrido?
Sim, eu penso. Em muitos momentos, me esforço para deixá-los no passado. Tento sempre manter o foco no futuro.

Olhando para trás, o que foi mais difícil na sua trajetória?
Ir para a escola. Como não estudei quando criança, não tinha nenhuma base. Comecei a estudar aos 17 anos. Hoje, estou a um semestre de concluir a faculdade de Direito.

Você se sente uma cidadã canadense? Para você, qual o significado da palavra “lar”?
Ainda sinto no meu coração que minha casa é Serra Leoa. O Canadá é o meu segundo lar. Lar é onde estão a sua família, amigos e as pessoas que você ama.

Hoje você prefere não usar próteses nas mãos?
Eu me sinto mais confortável sem elas. Talvez no futuro, quando a tecnologia mudar, vou reconsiderar. Mas hoje consigo fazer tudo sem elas. Tudo é difícil. Tudo leva um tempo enorme para fazer, mesmo as coisas mais simples.

Você foi eleita pela Unicef como Representante Especial das Crianças Envolvidas em Conflitos Armados. O que espera fazer no futuro?
Quero continuar a luta por direitos humanos. Hoje, viajo para contar às pessoas a minha experiência na guerra civil em Serra Leoa. Quero chamar a atenção para as atrocidades da guerra e o sofrimento das pessoas comuns que têm a vida afetada. Vou terminar a faculdade em Toronto, para me tornar uma advogada e defender crianças e mulheres. Quero trabalhar na ONU.

Você se encontrou com o presidente de seu país em 2008.
Fui para lembrá-lo das promessas de seu antecessor, de ajudar as vítimas da guerra civil, proporcionar remédios e educação às vítimas. Nenhuma das promessas foi cumprida. Os anos se passaram e muita gente continua sofrendo. Ainda estou esperando por mudanças.

Pode falar do título do seu livro?
O título é o reconhecimento e um tributo a um homem bondoso, que foi o primeiro a me ajudar (quando Mariatu tinha acabado de ser mutilada pelos rebeldes). Mas também é uma menção ao meu próprio instinto de sobrevivência. Aquele homem se arriscou ao me oferecer uma manga para comer. Mas quando eu aceitei e me esforcei para receber aquela manga de suas mãos, foi o momento em que decidi que lutaria para sobreviver. Decidi que viveria, sim.

Hoje você é uma pessoa feliz?
Às vezes. Eu me esforço para fingir que está tudo bem. Tenho esperança de que haja um futuro, de que algo aconteça no futuro.

"Vacina no braço"

Casos de Síndrome Aguda Respiratoria Grave aumentam em Campo Grande

Conforme o boletim da InfoGripe divulgado nesta quinta-feira (18) os casos de síndrome gripais aumentaram na Capital; a recomendação é que os grupos prioritários tomem vacina

18/04/2024 18h15

Os indicativos correspondem a semana Epidemiológica (SE-15), entre os dias 7 e 13 de abril, considerando dados dispostos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Campo Grande está entre outras 19 Capitais que apresentaram aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), conforme boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (18), pela Fiocruz. 

 O relatório apontou que aumentou o número de pessoas internadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), de Influenza A (vírus da gripe) e o vírus respiratório (VSR).

"Na presente atualização observa-se que 19 das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) até a semana 15: Aracajú (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Manaus (AM), Palmas (TO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA) e São Paulo (SP)", indica o relatório.

Divulgação InfoGripe

A Covid-19 segue em queda e em alguns Estados permanece em níveis baixos de incidência. Os dados apontam que a disseminação da Síndrome Respiratória Aguda Grave, de Influenza A e o vírus respiratório para as próximas semanas em 19 Estados e Mato Grosso do Sul pode apresentar aumento nas próximas semanas. 

Os indicativos correspondem a semana Epidemiológica (SE-15), entre os dias 7 e 13 de abril, considerando dados dispostos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).

Segundo o pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, para impedir o crescimento dos casos o público alvo deve procurar a unidade de saúde mais próxima e tomar a vacina contra a influenza. 

“Para o vírus da gripe, a gente conta com vacina e campanha de vacinação em todo o país. Então quem é grupo de risco, deve buscar o posto de saúde para se vacinar. A vacina da gripe, tal qual a vacina da Covid, têm como foco diminuir o risco de agravamento de um resfriado, que pode acabar desencadeando uma internação e até, eventualmente, uma morte. Ou seja, a vacina é simplesmente fundamental. Em relação ao VSR, a rede privada tem uma vacina já disponível para idosos, que também é muito importante, já que embora o risco do VSR seja muito maior nas crianças pequenas, a gente também observa internações nos idosos”, explica Marcelo Gomes.

A recomendação do pesquisador para pessoas que apresentem sintomas gripais usem máscara de qualidade as recomendadas são: N95, KN95, PFF2; no caso de sair de casa para procurar atendimento médico em unidades de saúde. 

Veja outros Estados com tendência de aumento da Síndrome Respiratória Aguda Grave:

  •  Acre;
  • Alagoas;
  • Amazonas;
  • Bahia;
  • Ceará;
  • Distrito Federal;
  • Goiás;
  • Maranhão;
  • Minas Gerais;
  • Pará;
  • Paraíba;
  • Paraná;
  •  Pernambuco;
  • Rio Grande do Norte
  • Rio Grande do Sul;
  • Rio de Janeiro;
  • Santa Catarina;
  • Sergipe;
  • São Paulo;
  • Tocantins;

Nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul a incidência de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave em decorrência da Covid-19 apresenta queda. 

No país

Somente em 2024, óbitos ligados a SRAG foram registrados  2.322 óbitos, sendo 1.411 (60,8%)
com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 728 (31,4%) negativos, e ao
menos 78 (3,4%) aguardam resultado.

Casos positivos

  • 12,3% Influenza A;
  •  0,1% Influenza B;
  •  3,1% vírus sincicialrespiratório (VSR);
  •  81,7% SARS-CoV-2 (COVID-19);

 

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Prazos

Mais de 68 mil pessoas poderão concluir o processo de obtenção da CNH até 31 de dezembro em MS

Os processos para retirada da CNH, que foram prorrogados por mais 12 meses, foram interrompidos em 2019

18/04/2024 17h50

Foto: Rachid Waqued

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De acordo com a deliberação nº271/2023, todos os processos de habilitação ativos até dezembro de 2023 tiveram o prazo de conclusão ampliado para 31 de dezembro de 2024.

De acordo com o levantamento do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), mostra que 8,6 mil processos estão parados na etapa de agendamento teórico, enquanto  12,6 mil na etapa de agendamento do exame prático de duas rodas. 

Ainda de acordo com o departamento de trânsito, 14,3 mil veículos estão na fase de agendamento prático de quatro rodas.Os demais são alunos que se encontram na fase de exames de saúde e ainda não chegaram na etapa de aulas.

O aviso do Detran é para as pessoas que ainda tem interesse em dar andamento ao processo procurem os seus respectivos CFC (Centro de Formação de Condutores) e não deixem para fazer isso perto do prazo expirar.

Ainda segundo o órgão, uma notificação eletrônica será encaminhada para os cidadãos que se qualificarem para a prorrogação. O alerta será enviado ao e-mail cadastrado no sistema durante a inscrição. Não haverá necessidade de efetuar novos pagamentos ou emissões de novas guias.

 

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