lidiane kober
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jerson Domingos (PMDB), considera impossível o PMDB fechar acordo para apoiar a pré-candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República, por isso, repudiou manobra de o partido tentar impor às direções regionais aliança com o PT. “Aqui nós não vamos fechar acordo com os petistas”, declarou, ontem.
Inspirado na lei de fidelidade partidária, o deputado federal Eduardo Cunha (RJ) consultou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com aval da cúpula nacional, para saber se é possível impedir correligionários de pedir votos para um candidato a presidente diferente do apoiado pelo comando nacional. Dependendo da resposta do tribunal, Puccinelli e outros dissidentes serão obrigados a montar segundo palanque para Dilma ou ficar neutro na eleição, levando em conta a tendência de o PMDB apoiar o PT na sucessão presidencial.
Em Mato Grosso do Sul, o governador ainda não confirmou parceria com os tucanos, mas a maioria dos correligionários já dá como certa a coligação. “Uma aliança com o PT é praticamente impossível no Estado”, reiterou Jerson.
O parlamentar descarta a possibilidade por não ver condições de rivais na sucessão estadual pedirem votos para o mesmo candidato a presidente. “Se a pressão (para firmar aliança com o PT) da cúpula nacional for muito forte, vamos mostrar a insatisfação na convenção”, avisou Jerson. “E não é só aqui que tem gente insatisfeita (com a coligação com o PT)”, ressaltou. Dia 12 de junho, está previsto encontro para homologar a parceria do PMDB com o PT, além da indicação do deputado federal Michel Temer (SP) para vice de Dilma.
Para o presidente da Assembleia, o fim da verticalização impede a cúpula do PMDB de obrigar os diretórios regionais a reproduzirem a aliança nacional. “Fazer o contrário é o mesmo que voltar ao período da ditadura”, comentou.
Lula em MS
Nem mesmo o risco de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vir fazer corpo-a-corpo em Mato Grosso do Sul para fortalecer a candidatura de José Orcírio dos Santos (PT) fez Jerson reavaliar seu posicionamento. “É um direito dele (do presidente)”, frisou. “Enquanto o PT pode ter o Lula, nós teremos com certeza a presença do Serra (José Serra) em nosso palanque”, completou.
Ainda, segundo Jerson Domingos, o PMDB só não fechou com o PSDB pela falta de uma conversa definitiva de Puccinelli com o pré-candidato tucano a presidente da República. “Em breve o Serra virá a Mato Grosso do Sul”, resumiu o presidente regional do PSDB, deputado estadual Reinaldo Azambuja.