O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini, admitiu ontem que a criminalidade em Campo Grande pode aumentar com a liberação dos internos do Presídio de Dois Irmãos do Buriti (PDIB). Em visita às obras do Centro Penal Agroindustrial (nova Colônia Penal Agrícola), Jacini explicou que os detentos que começaram a ser soltos na segunda- feira foram para Dois Irmãos em 2008 porque, mesmo internos do semiaberto, estavam envolvidos em crimes. “Q u a n d o o s le v a mo s para Dois Irmãos, os í nd ic e s de c r i m i n a l id ade em Campo Grande baixaram”, declarou o secretário. Ainda segundo ele, por conta desse histórico há um “indicativo” de que aconteçam na Capital mais roubos e furtos, por exemplo. “Existe essa preocupação. Mas se eles praticarem algum crime, com certeza serão presos”, alerta o chefe da Segurança Pública do Estado. O diretor-presidente da Agência Est adua l de Administração Penitenciária (Agepen), tenente coronel da Polícia Militar Deusdete de Oliveira Filho, diz que os presos que estão sendo liberados são obrigados a comprovar endereço periodicamente e não podem sair da Capital sem autorização judicial. Sem revela r det a l hes, Oliveira fala que a Agepen irá fazer um monitoramento desses internos que começaram a sa i r do PDIB para o regime domiciliar. De acordo com o diretor, o Estado tem cerca de 800 presos em regime semiaberto e 400 no aberto. Água e esgoto Ontem teve início a implantação da rede de água e de esgoto para atender o Centro Penal Agroindustrial de Campo Grande, na região da Gameleira, e o Presídio Federal. De acordo com Jacini, as obras só começaram agora, um ano e quatro meses após o início da construção da unidade penal, porque dependiam de autorização do Governo federal. Ele explicou que, como a rede também irá passar pelo Presídio Federal, a implantação precisava de autorização do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e da Secretaria de Patrimônio da União (SPU). “Isso demorou cerca de cinco, seis meses”, justificou o secretário. Para rede de esgoto será investido cerca de R$ 1,4 milhão e para de água, R$ 650 mil. Serão 3.200 metros de tubulação. Estiveram no local de início das obras o secretário; o diretor- presidente da Agepen; o presidente da Águas Guariroba, Júlio Moreira, e o diretor do Presídio Federal, Washington Clark dos Santos. Segundo Jacini, a conclusão da rede de água e de esgoto e alguns detalhes no prédio da unidade são o que falta para a inauguração, prevista para abril deste ano. Conforme a Secretaria de Justiça e Segurança Pública, a previsão é que o prédio abrigue mil internos em regime semiaberto.