Jacini diz que soltura de presos pode fazer crescer criminalidade
20 JAN 10 - 04h:21NADYENKA CASTRO
O secretário de Estado de
Justiça e Segurança Pública,
Wantuir Jacini, admitiu
ontem que a criminalidade
em Campo Grande pode
aumentar com a liberação
dos internos do Presídio de
Dois Irmãos do Buriti (PDIB).
Em visita às obras do Centro
Penal Agroindustrial (nova
Colônia Penal Agrícola), Jacini
explicou que os detentos que
começaram a ser soltos na segunda-
feira foram para Dois
Irmãos em 2008 porque, mesmo
internos do semiaberto, estavam
envolvidos em crimes.
“Q u a n d o o s le v a mo s
para Dois Irmãos, os í nd
ic e s de c r i m i n a l id ade
em Campo Grande baixaram”,
declarou o secretário.
Ainda segundo ele, por conta
desse histórico há um “indicativo”
de que aconteçam na
Capital mais roubos e furtos,
por exemplo.
“Existe essa preocupação.
Mas se eles praticarem
algum crime, com certeza
serão presos”, alerta o chefe
da Segurança Pública do
Estado.
O diretor-presidente da
Agência Est adua l de Administração
Penitenciária
(Agepen), tenente coronel
da Polícia Militar Deusdete
de Oliveira Filho, diz que
os presos que estão sendo
liberados são obrigados a
comprovar endereço periodicamente
e não podem sair
da Capital sem autorização
judicial.
Sem revela r det a l hes,
Oliveira fala que a Agepen
irá fazer um monitoramento
desses internos que começaram
a sa i r do PDIB
para o regime domiciliar.
De acordo com o diretor, o Estado
tem cerca de 800 presos
em regime semiaberto e 400
no aberto.
Água e esgoto
Ontem teve início a implantação
da rede de água e de
esgoto para atender o Centro
Penal Agroindustrial de Campo
Grande, na região da Gameleira,
e o Presídio Federal.
De acordo com Jacini, as obras
só começaram agora, um ano e
quatro meses após o início da
construção da unidade penal,
porque dependiam de autorização
do Governo federal.
Ele explicou que, como a
rede também irá passar pelo
Presídio Federal, a implantação
precisava de autorização
do Departamento Penitenciário
Nacional (Depen) e da
Secretaria de Patrimônio da
União (SPU). “Isso demorou
cerca de cinco, seis meses”,
justificou o secretário.
Para rede de esgoto será investido
cerca de R$ 1,4 milhão
e para de água, R$ 650 mil. Serão
3.200 metros de tubulação.
Estiveram no local de início
das obras o secretário; o diretor-
presidente da Agepen; o
presidente da Águas Guariroba,
Júlio Moreira, e o diretor
do Presídio Federal, Washington
Clark dos Santos.
Segundo Jacini, a conclusão
da rede de água e de
esgoto e alguns detalhes no
prédio da unidade são o que
falta para a inauguração,
prevista para abril deste ano.
Conforme a Secretaria de
Justiça e Segurança Pública,
a previsão é que o prédio abrigue
mil internos em regime
semiaberto.