Carlos Henrique Braga
A ampliação da infraestrutura energética do Estado vai dar mais segurança à instalação de novas indústrias e o tornará vendedor de energia, ao contrário do papel de comprador que ocupa hoje. Segundo o governo estadual, a instalação de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e termelétricas de biomassa, que têm a cana-de-açúcar como matéria-prima, vão incrementar a produção mensal em 1,8 mil MegaWatts (MW) até 2014. Metade será destinado ao consumo interno (estimado em 750 MW por mês); a outra parte será oferecida em leilões do Operador Nacional do Sistema (ONS). A meta, a longo prazo, é expandir a produção de energia em 3,7 MW.
A maior parte da nova energia será gerada a partir do bagaço e da palha da cana, em termelétricas instaladas nas usinas de açúcar e álcool que se multiplicam por aqui. A aposta do governo federal é que a bioenergia represente 14% da matriz nacional até 2020. Para isso é preciso sair dos atuais 1,8 mil MW (3%) para 13,1 MW.
Em MS, essas unidades produtoras serão interligadas à rede, como estão as hidrelétricas, outra aposta para turbinar a geração de energia. A usina de São Domingos, por exemplo, avaliada em R$ 227 milhões, vai produzir, a partir de janeiro do próximo ano, até 48 MW por mês. A hidrelétrica, próxima à cidade de Água Clara, é construída por consórcio encabeçado pela Eletrosul, subsidiária da Eletrobras que opera na região Sul do País e Mato Grosso do Sul.
A construção de 1.291 quilômetros de linhas de transmissão, autorizada no governo André Puccinelli (PMDB) com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tornou possível o aumento na produção. Serão instalados linhões em quatro trechos, de Ilha Solteira a Chapadão do Sul, passando por Campo Grande. “Isso faz com que o Estado gere mais empregos porque vai atrair indústrias interessadas na estabilidade energética para operar”, explica o gerente de projetos de energia da Secretaria de Obras, Ildo de Oliveira Mariano.