Inflação na Capital é a maior dos últimos cinco anos, 1,34%
4 FEV 10 - 23h:08ADRIANA MOLINA
Puxada pelo aumento das
mensalidades escolares, a inflação
em Campo Grande registrou
alta de 1,34% em janeiro
deste ano. O índice não atinge
patamares tão elevados desde
janeiro de 2005, quando o Índice
de Preços ao Consumidor
(IPC) chegou a 1,38%, segundo
o Núcleo de Estudos e Pesquisas
Econômicas e Sociais
(Nepes). Nos anos seguintes,
foram 0,94% de inflação em
2006; 1,02% em 2007; 0,56%
em 2008 e 0,28% em 2009. O
grupo da educação, responsável
pelo aumento significativo
do custo de vida no mês passado,
apresentou acréscimo
médio de 5,29%.
“Todo mês de janeiro há
um aumento deste grupo por
conta da alta nas mensalidades
escolares. Mas neste ano
foi muito grande, os cursos de
idiomas, por exemplo, tiveram
os preços elevados em mais de
12%; e os universitários mais
de 7%”, explica o coordenador
do Nepes, professor Celso Correia
de Souza.
A educação infantil ficou
5,69% mais cara; e o ensino
fundamental teve reajuste de
4,15%. Contrariando as expectativas,
por conta da volta às
aulas e maior consumo, os materiais
escolares apresentaram
deflação, de 4,95%.
Também colaborou para
a inflação alta o grupo transportes,
com elevação de 2,49%.
Destacam-se os reajustes nos
preços do álcool combustível,
de 10,23% e mão de obra de
manutenção de automóveis,
de 6,41%.
Alimentação
O grupo alimentação apresentou
inflação em janeiro, de
1,20%. De modo geral, contribuíram
na composição desse
índice os fortes aumentos de
preços dos seguintes produtos:
goiaba (47,87%), manga (45,38%),
doces em calda (27,03%), couveflor
(25,38%), abóbora (21,93%),
entre outros.
Nas carnes, foi verificado
que os preços da bovina começam
a reagir, com aumentos
em quase todos os cortes, destacando-
se: contrafilé (11,47%),
costela (8,30%), lagarto (7,72%)
e alcatra (6,86%). Quanto à carne
suína, a pesquisa indicou
aumentos em todos os cortes:
bisteca, com 7,07%, pernil, com
6,71%, e costeleta, com 3,91%.
Por outro lado, frango congelado
e miúdos apresentaram queda
de preço da ordem de -1,21%
e -1,46%, respectivamente.
Saúde e habitação
No grupo saúde, o índice
ficou em 1,86%, com destaque
para elevação de preços
dos itens: anti-infeccioso e
antibiótico (9,91%), antigripal
e antitussígeno (9,45%) e antiinflamatório
e antirreumático
(9,18%).
O grupo da habitação apresentou
inflação de 0,17%, ocasionada,
principalmente, pelo
aumento nos preços do DVD,
reajustado em 26,09%; álcool
para limpeza, em 17,79%; e
fogão, em 6,83%. Finalmente,
o grupo Despesas Pessoais registrou
índice de 0,44%. Os
produtos que apresentaram
as principais altas foram: sabonete
(5,53%), xampu (2,80%)
e hidratante (2,69%).
Deflação
O único grupo que apresentou
redução nos preços foi o
vestuário. Foram mais significativas
as quedas nos preços
de lingerie (-9,37%), short e
bermuda masculina (-8,64%) e
camisa masculina (-8,22%). A
inflação acumulada nos últimos
12 meses é de 4,38%.