VERA HALFEN
Investimentos em urbanização e o aumento do volume de crédito habitacional atraíram as grandes construtoras que investem em bairros de Campo Grande, valorizando o preço de terrenos em mais 200%. O bairro Rita Vieira é um desses exemplos. Há cinco anos, um terreno de tamanho médio custava de R$ 15 a R$ 20 mil e hoje, de acordo com o presidente do Sindicato da Habitação de MS, Marcos Augusto Netto, aqueles que estão situados de frente para o asfalto não custam menos de R$ 45 ou R$ 50 mil.
A abertura de ruas e avenidas, para dar maior agilidade de acesso ao bairro, como o asfaltamento da Avenida Rita Vieira e o prolongamento da rua Bom Pastor, segundo Netto, além de facilitar o acesso, também tornou atrativo os investimentos na região, trazendo as empresas construtoras que já estão com vários condomínios à venda. “Há alguns anos, o acesso para aquela região era somente pela Spipe Calarge”.
Os primeiros condomínios foram financiados pelo Programa de Arrendamento Residencial (PAR), da Caixa Econômica Federal. De acordo com a assessoria de imprensa da instituição, esses condomínios já estão lá desde 2007. A prefeitura vai prolongar a Avenida Interlagos até a Lagoa Itatiaia, facilitando o acesso à região.
Outro bairro que está aquecido por conta dos investimentos é o São Francisco. Netto ressalta que a construtora Vanguard adquiriu áreas em locais de destaque e já entregou uma das torres do condomínio. Ainda para este primeiro semestre, a empresa lança mais um empreendimento: o Garden Botanic, na confluência Das avenidas Ernesto Geisel e Rachid Neder. Serão duas torres com 19 pavimentos cada uma.
“Esse desenvolvimento deve-se à permissão para construção de torres, com amparo da lei, criada em 1988. Isso fortaleceu e valorizou a região. A Vanguard tem planos de quatro empreendimentos na região; a MRV também está por lá. O São Francisco é um bairro alto, com vista bonita, as ruas são largas e o acesso é fácil. Isso atraiu os investidores”.
O que vem por aí
Por outro lado, o presidente do Secovi mostra que as casas e terrenos localizados no entorno do prédio que seria a estação rodoviária, na Ernesto Geisel, hoje estão desvalorizados em 30%. Com a Via e a Orla Morena, que passarão pelo local, “vai dar uma destinação para a região e isso vai equiparar os imóveis e terrenos com os da Vila Planalto. Não será uma supervalorização, mas vai ‘encostar’ nos preços praticados por lá. Com a urbanização, teremos um desenvolvimento muito forte”, diz
“Outro ponto que vai receber investimentos é o bairro Amambaí, que hoje tem muita casa antiga e algumas tombadas pelo Patrimônio Histórico; mas nada impede que haja remodelagem. Na antiga rodoviária, existem planos para abrigar algumas faculdades. Isso vai sustentar aquela região. Já vemos movimentação na área e isso é uma realidade”.
No Amambaí existem vários hotéis, que davam apoio aos passageiros da antiga rodoviária. Porém, Netto acredita que ao dar um destino à antiga rodoviária, os hotéis não perderão clientes. “Mesmo com o fechamento da rodoviária, os viajantes continuam a utilizar os hotéis, porque estão em lugar estratégico, junto ao centro da cidade. Com as faculdades, fica melhor ainda”.
De acordo com Netto, ainda existem problemas que precisam ser resolvidos. Ele cita a ligação da Avenida Mato Grosso com a Ernesto Geisel. “Assim que fizeram essa ligação, o local morreu. Isso causou prejuízo aos comerciantes daquele local. Antes, os motoristas eram obrigados a passar na Calógeras. Hoje, está tudo adormecido por ali. Nunca foi uma região muito boa, mas agora está praticamente morta. Essa e uma região que tem de ser redefinida. Pela Calógeras até a Dom Aquino, há a necessidade de uma revitalização. Logo acima, já se vê movimentação para construir um novo shopping, ao lado do Pátio Central. E isso é bom,” conclui.