Cidades

Cidades

A+ A-

Ilicitudes, tolerância, cassação!

Ilicitudes, tolerância, cassação!

ADRIANO GARCIA,

04/03/2010 - 05h00
Continue lendo...

O que estaria acontecendo com os valores do ser humano? Desde nossa infância aprendemos de diversas formas e métodos, o que é certo e o que é errado, lembrando de que, se optarmos pelo certo, nada mais estaríamos fazendo que a nossa obrigação, como sabemos também que, ao optarmos pelo errado, consequências serão sofridas pela infeliz escolha do errado. Assim vivemos por séculos e mais séculos, mas, como exceções também são uma constante em nossas vidas, há os que optam pelo errado. Para tanto, as sociedades civilizadas sentindo a necessidade de se organizar, resolveram criar regras, leis e, punições. Contudo, tiveram também que capacitar profissionais específicos e instituições reguladoras, para que a injustiça fosse coibida a todo custo. Nos dias atuais vemos muitas injustiças, sendo que, inúmeras delas nem chegam a ser julgadas ou sequer são vistas como injustiças, como: a falta de acesso em um local público por um cadeirante, está na lei a obrigatoriedade da necessidade de uma rampa, no entanto, ninguém faz nada. A Constituição é clara no que diz respeito à saúde, que é um direito de todos, todos quem? Diz também que temos direito à educação, mas, o índice de analfabetismo ainda é alto e, a baixa qualidade do ensino público é latente, que temos direito à segurança, mas, o Estado negligencia a lei, e, em relação aos nossos nobres políticos, afinal, existem leis para eles também, porém, punições são raras, quase que inexistentes. Ultimamente estamos vendo um show de corrupções e desrespeitos às leis, por incrível que pareça, quase nada acontece. A impunidade impera e parece criar uma rede de protecionismo em todas as instituições, pois, nada acontece. O dinheiro público passou a ser usado de diversas formas, entre elas, a mais usada é a irregular, sem que nada aconteça para quem faz o uso indevido. Bom, estamos em ano de eleições, e, como é de praxe, muitos candidatos à reeleição ou à eleição têm que “investir” na campanha, isso só acontece se houver disponibilidade de recursos financeiros, ou seja, dinheiro. Aí eu pergunto: para se fazer uma campanha onde o intuito é ser candidato a uma vaga de candidato ao senado, vejo os digníssimos viajarem por todo o Estado, logicamente, nunca sozinhos, pois, há uma comissão de assessores, secretários e outros. Quanto custa cada viagem? De onde vem tanto dinheiro? Vale a pena investir muito mais do que se ganhará em salários? Essa semana vimos um deputado federal, pré-candidato a uma vaga ao senado, fazer uso de uma Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap). Foram reproduzidos 40 mil exemplares de um boletim com instruções de como votar na prévia, distribuídos entre filiados do PMDB em Mato Grosso do Sul e pagos com verba pública. O gasto de pelo menos R$ 12 mil foi autorizado pela Câmara dos Deputados, embora a regra para uso da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar proíba o pagamento de despesas “de caráter eleitoral”. O próprio deputado assumindo a atitude ilícita, devolveu R$ 8.590 aos cofres públicos, ou seja, abaixo do valor “emprestado”. Sabendo do ato ilícito, tanto que devolveu parte do valor, fica o nobre deputado quite com a justiça eleitoral e cível? Nem quebra de Decoro Parlamentar sofrerá? Se a resposta for sim, me atreverei a fazer a seguinte comparação: um sujeito trabalha num estabelecimento e leva consigo R$ 20.000 para uso da empresa. Mas, resolve utilizar o erário em benefício próprio, ao perceber que foi descoberto ao usar um dinheiro que não é seu, e, será pego, resolve devolver R$ 15.000. Este sujeito fica então, automaticamente, livre de dar explicações à justiça, passando a seguir normalmente sua vida. O patrão entende e resolve não lhe dar as contas. Será que é assim que funciona? Sem punições, sem explicações, simplesmente foi pego e “rapidamente” devolveu parte do subtraído do povo aos cofres. FIM. Não, não é assim, não aceito esse descaramento com a coisa pública, o TRE tem que punir, não cabe nem investigação, pois, o deputado, mesmo sabendo que a verba não era para uso político-pessoal se utilizou do dinheiro público, só devolver não basta, tem que arcar com o ônus do ato. O ônus é a Quebra do Decoro Parlamentar, portanto, CASSAÇÃO! Recentemente um vereador do mesmo partido, coincidentemente, ocupou a tribuna da Câmara Municipal de Campo Grande para fazer propaganda da dita prévia do PMDB, a Câmara é do povo, para o povo, não é para convocar filiados de partido A, B ou C, e, muito menos para emitir a preferência do vereador por candidato A ou B. Isso se chama Quebra do Decoro Parlamentar, portanto, CASSAÇÃO! Um deputado, desse mesmo partido, se utilizou do site da Assembleia Legislativa para anunciar que seu programa de TV estrearia em outro canal, isso se chama Quebra do Decoro Parlamentar, portanto, CASSAÇÃO! Não podemos mais ter tolerância com as atitudes ilícitas dos políticos brasileiros. Os gastos que eles têm pra se manter nos cargos, fazendo campanhas milionárias para se reeleger não têm mágica, se eu gastar numa campanha o que eu vou ganhar em quatro anos com salário, não compensa, afinal, o que fazem por nós é muito pouco. A conta é simples, se eu tiver que investir 4x em 03 meses de campanha eleitoral para ganhar 1 ou 2x em 04 anos de mandato, ganhará um processo de beatificação, podem apostar! Chega de panetones, pizzas, malas, cuecas, sacolas, etc. Lembrem-se do que seus candidatos prometeram, veja se cumpriram? Avaliem o que e quanto foi melhorado para a população. Renovação, é isso que precisamos!

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

Continue Lendo...

A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

Continue Lendo...

A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

Assine o Correio do Estado.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).