Quando lia algum artigo
sobre pessoas mandando fazer
clones de seus animais de
estimação, costumava imaginar
que são pessoas com muito
dinheiro e sem ter o que
fazer para gastá-lo. Hoje com
quase um mês depois da perda
do meu amor, Zizou (Zidane),
meu pinscher zero, que morreu
assim tão de repente, eu posso
imaginar o porquê de se fazer
um clone.
Fui criada em uma casa que
sempre teve cachorro. Meu
avô materno tinha criação de
pointer inglês, seus cães eram
treinados para caçar perdiz. Ao
longo da vida dele, outras raças
havia passando: cocker, weimaranner
e por último doberman.
E na minha casa materna foram
fox paulistinha, teckel e à
época um pequinês, paixão da
minha mãe.
Já na minha casa comecei
minha vida “canina” com um
cocker, o Snoopy, que sempre
digo foi meu primeiro amor.
Quero dizer, foi de fato o primeiro
ser a me amar de verdade,
mas de verdade mesmo.
Passaram-se outros, importantes
também, mas depois do desaparecimento
da Princesa, minha
Teckel, de olhos cor de mel
e de uma meiguice sem igual,
foi que saí de casa decidida a
adquirir um novo companheiro
para preencher o vazio que esses
seres extraordinários sabem
tão bem preencher.
Aqui em Campo Grande,
(MS) onde moro, temos sempre
feiras de cães e gatos. Fui a uma
e não tinha ideia de qual raça
escolher. Bem, como morava
em apartamento, sempre dei
preferência a raças pequenas,
porque os cães em casa são
“seres humanos”, ou seja, são
tratados como gente. Logo vi
um pinscher preto pequenininho,
disse-me o vendedor que
era zero. Ainda perguntei: “Será
mesmo”? O vendedor me disse
que se eu quisesse ele me mostraria
os pais dele. Diante disso
não achei necessário. Quando o
levei para casa todos se apaixonaram,
ele chegou no bolso da
camisa do meu marido, acontecia
a Copa de 2006. Dei o nome
de Zidane, mas o que pegou
mesmo foi Zizou.
Ele me deu inúmeras alegrias,
tínhamos uma sintonia
tão perfeita, que um advinhava
o que o outro queria. Ele adorava
passear de coleirinha. Quando
arrumava a mala para ir à
fazenda ele já sabia e ficava numa
felicidade só. Passeávamos
por lá, adorava correr atrás das
galinhas e quando botava as
vacas para correr ele se achava
poderoso. Mudei para uma casa
quando comprei uma fêmea
para ele namorar. Infelizmente
não tive a mesma sorte, sua
namorada é “falsificada”, tem
mistura com fox apesar de sua
pelagem ser igual a dele. Mas
ela foi sua companheirona,
eram inseparáveis.
Ele dava sinal de que queria
sair para o quintal para fazer
suas necessidades, quando queria
que pegasse sua bola para
brincar, quando eu calçava o
tênis para caminhar já ficava
eufórico. Na hora de sair para
trabalhar eu falava assim: “Mamãe
zá ( com z mesmo) volta”.
Ele ficava triste, mas não latia,
e quando chegava em casa era
recompensada com ele “rindo”
de felicidade.
Assistíamos à televisão juntos,
sempre coladinho em mim,
ele era tão friorento.
Não consigo entender. Um
dia quando cheguei em casa, ele
me recebeu feliz, mas logo percebi
que não estava bem. Leveio
a uma clínica veterinária, me
falaram em intoxicação. Mas ele
era tão enjoado para comer!
Hoje já comprei outro pinscher
na esperança de me enganar,
de achar que ele está por
perto, mas é lógico, o temperamento
não é o mesmo, apesar
que vou amá-lo também. Mas
o Zizou eu jamais vou esquecer,
e se um dia tiver condição,
farei um clone dele! Quero ele
de volta e a ciência me ajudará,
tenho certeza. De fato o amor
que esses animais nos proporcianam
é incondicional. Eles
não nos pedem nada, apenas
nos amam.