MILENA CRESTANI
bruno grubertt
Os cerca de 700 guardas municipais que atuam em Campo Grande poderão passar a andar armados. Atualmente, eles atuam apenas para cuidar do patrimônio público da cidade e usam somente cassetete. Ainda no começo de junho, conforme o secretário de Governo da Capital, Rodrigo Aquino, será firmado termo de cooperação com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) para iniciar treinamento dos guardas pelos policiais militares.
De acordo com o comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Carlos Alberto David dos Santos, um oficial da PM foi designado para comandar a Guarda Municipal e o treinamento dos guardas será realizado nas dependências da corporação.
A mudança já estava em estudo há bastante tempo. Nesta semana, chegou à Câmara de Vereadores da Capital projeto de autoria do Executivo que trata das atribuições da Guarda Municipal, que passará a ser vinculada à Secretaria Municipal de Governo. “Pretendemos ampliar as ações dos guardas municipais, melhorar a remuneração e também os equipamentos. Desta forma, vamos caminhar para permitir o porte da guarda armada, mas isso ainda será analisado”, afirma Aquino.
Assim que as alterações na lei forem aprovadas pelos vereadores e, posteriormente sancionadas, será assinado termo de cooperação e os guardas iniciam treinamento com os policiais militares. “O primeiro passo será oferecer esse treinamento”, esclarece Aquino. Ele informou que os guardas passarão a atuar em ações preventivas e ostensivas de segurança na Capital.
Municipalização
O presidente da Associação dos Guardas Municipais de Campo Grande, Alberto da Costa Neto, acredita que a capacitação dos guardas é positiva para ampliar a atuação deles. “Se a Guarda Municipal fizer a segurança de escolas e locais públicos, a Polícia Militar e a Polícia Civil podem se concentrar em crimes mais pesados”, defende. Segundo ele, a municipalização da segurança já é adotada em países da Europa e nos Estados Unidos.
Alberto acredita que, após os treinamentos, o armamento dos guardas pode ser possível como medida para auxiliar nas novas atribuições. “A arma é uma prevenção. Se o guarda vai atuar em blitze de trânsito, junto com a Agetran (Agência Municipal de Trânsito), e nas abordagens encontra um criminoso ou um traficante, aí ele vai poder atuar com mais segurança”, exemplificou. “Não é armando os guardas que vai se melhorar a segurança, é capacitando os profissionais”, defende.
Recursos
A prefeitura já encaminhou projetos ao Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), com objetivo de viabilizar recursos para investimentos para equipar e modernizar a guarda. O valor solicitado ainda não foi divulgado. Segundo o secretário Rodrigo Aquino, os primeiros investimentos serão em equipamentos para comunicação.