A abertura oficial da oitava edição do Festival América do Sul foi realizada na noite desta quarta-feira, 27 de abril, com a presença de autoridades, homenageados e parceiros do evento que faz de Corumbá a capital da cultura sul-americana durante cinco dias.
Nem mesmo o atraso desanimou a população que aguardava o momento. Enquanto esperavam, as pessoas aproveitavam para conhecer o artesanato dos nove países que, esse ano, integram o evento. Peças utilitárias, decorativas, de vestuário, instrumentos musicais são expostos e o visitante mais curioso acaba descobrindo detalhes de cada peça que revela um pouco da história e do modo de viver de cada povo.
Na praça Generoso Ponce, grandes painéis contam a trajetória dos cinco homenageados do Festival nesta edição. Mária Amélia Baltar; Valmir Batista Corrêa; Benites; Márcia Rolon e Elias Andreato. Na avenida General Rondon, outros painéis e o conteúdo são poesias de escritores sul-americanos. Também chamou a atenção do público uma das árvores da Praça Generoso Ponce que foi decorada com centenas de fitas coloridas, cuja ponta traz trechos de músicas ou poesias, além de frases com o conteúdo integracionista proposto pelo evento. Num trecho da rua XV de Novembro, barracas oferecem comidas, bebidas e doces.
Quando o Palco das Américas se iluminou, autoridades, entre elas o governador André Puccinelli, fizeram seus discursos para que, na sequência, os homenageados pudessem ser apresentados. Um deles, o músico e cantor Benites estreou o palco como atração musical, mas antes que todos se empolgassem com os ritmos fronteiriços dele, que acumula 50 anos de carreira e é considerado um dos grandes intérpretes da música sul-mato-grossense, foi dado início a uma queima de fogos com o fundo musical, tendo a trilha sonora do evento.
Benites tocou ritmos apreciados pelos sul-mato-grossenses como o chamamé e a polca Paraguai e colocou muita gente pra dançar. Ele também recordou do passado ao contar que trabalhou em Corumbá, tocando em um restaurante local e reforçou a hospitalidade do povo corumbaense.
E por falar em povo corumbaense, não foi somente ele que curtiu a noite de abertura. O mais famoso e respeitado grupo de música folclórica da Bolívia, Los Kjarkas, atraiu a população boliviana que reside no município e também aqueles que vivem nas cidades fronteiriças de Puerto Quijarro e Puerto Suárez.
Ao serem anunciados, Los Kjarkas foram saudados calorosamente pelo público e fizeram um show que empolgou a todos com os ritmos dançantes das várias regiões da Bolívia. Acompanhados de duas bailarinas, eles mostraram a diversidade e a riqueza que o país tem em termos musicais e de dança folclóricas. Entre os ritmos apresentados, "sayas", "tobas", "tinku" e "taquirari".
Ao anunciarem o fim do show, o público inevitavelmente pediu bis e eles voltaram. Nessa parte, Los Kjarkas, que estão comemorando 40 anos de existência, tocaram aquela que é considerada a música mais conhecida do grupo "Llorando se fué" que, no Brasil, ganhou sucesso na década de 90 no ritmo da lambada, e recentemente, foi gravada pela cantora Jennifer Lopez no ritmo das pistas.
As famosas flautas "zampoñas" e o "charango", aliados a potência vocal dos integrantes fez do show de Los Kjarkas a programação ideal para abrir o festival que tem como proposta ressaltar e integrar o espírito sul-americano.