anahi zurutuza
Por conta da greve dos enfermeiros da Santa Casa de Campo Grande, as cirurgias eletivas (agendadas) realizadas no hospital estão suspensas. De acordo com o diretor-clínico da instituição, Luiz Alberto Kanamura, por dia, pelo menos, 30 pessoas são operadas na Santa Casa em caráter eletivo. Os enfermeiros e técnicos em enfermagem iniciaram, ontem, paralisação por tempo indeterminado. A categoria reivindica reajuste salarial de 15%. Mas, a direção do hospital oferece somente 5% de acréscimo ao salário.
Apesar de manterem 30% do efetivo trabalhando – 690 dos 900 enfermeiros e técnicos que integram o quadro de funcionários da Santa Casa continuam cumprindo as escalas de plantão –, segundo o diretor-clínico, o atendimento dos pacientes do hospital deve sofrer prejuízos. “De forma alguma vamos deixar de atender a urgência emergência, mas não vamos dar conta de fazer os procecedimentos eletivos”, afirma Kanamura.
Greve
Desde maio, mês da database da categoria, enfermeiros tentam negociação com a direção da Santa Casa. Mas, até agora não houve acordo. Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Estado de Mato Grosso do Sul (Siems), Helena Delgado, além do reajuste salarial, os trabalhadores querem benefícios como creche, cesta básica, adicional de período noturno e adicional por insalubridade. “A gente quer 15% de reajuste, mas aceitamos negociar até à margem de 8%, mas eles estão irredutíveis”, disse referindo-se à administração do hospital.
Em julho deste ano, enfermeiros realizaram paralisação de 10 dias para pressionar a aprovação do reajuste de 15%. Após reunião de conciliação, realizada Tribunal Regional do Trabalho (TRT), a categoria resolveu voltar a trabalhar e continuar as negociações. Sem chegar a um acordo, enfermeiros decidiram, em assembleia realizada na semana passada, entrar novamente em greve.
Residentes
Há uma semana os médicos-residentes da Santa Casa cruzaram os braços. A categoria cobra reajuste de 38,7% na bolsa-auxílio, que está congelada desde 2006. O movimento é nacional e as negociações estão sendo realizada entre a Associação Nacional dos Médicos-residentes (ANMR) e o Ministério da Educação (MEC), mas ainda não houve consenso.