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Grandezas da Literatura Sul-Mato-Grossense

Grandezas da Literatura Sul-Mato-Grossense

Redação

08/05/2010 - 20h12
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O progresso se dá com o esforço para atender necessidades, e foi assim que surgiu um industrial em Campo Grande apostando na atividade pelo período de 1940 a 1958. Miguel Letteriello, um italiano que se fez apaixonado campo-grandense, chegando a defender a cidade publicamente e a ela entregar sacrifícios cotidianos. O seu filho, Rêmolo Letteriello, entregá-lhe, em memória, um pouco do crédito que lhe deve a história, ao registrar importante artigo que o eterniza na publicação "Personalidades – Série Campo Grande – Ano V – 2003 – da Prefeitura Municipal.

Rêmolo Letteriello, filho de Miguel Letteriello e Nélida Andreoni Letteriello, nasceu a 20 de março de 1941, natural de Campo Grande, MS. Ocupa a cadeira 22 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, patrono Vespasiano Martins, ocupada anteriormente por Oliva Enciso, em memória. Formado em Direito (Universidade Federal do Paraná, 1966). É desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul. Presidente da Comissão dos Juizados Especiais do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil; vice-presidente e corregedor do Tribunal Regional Eleitoral – MS, entre muitas outras funções.

Das obras publicadas, de Rêmolo, temos também: "Ação Reivindicatória" em co-autoria com Paulo Tadeu Haendchen, 1988; "Ação de Usucapião Ordinário", 1986; e "Repertório dos Juizados Especiais Cíveis e Estaduais" (sobre a Lei 9.099/95).

Um nome fulgura entre os maiores impulsionadores do progresso de Campo Grande, ao seu tempo. Miguel Letteriello é "O imigrante italiano pioneiro da industrialização que acreditou em Campo Grande", como diz a epígrafe do artigo que Rêmolo entregou à cultura campo-grandense. Miguel Letteriello (10/12/1902, cidade de Rivello, Basilicata – zona sul da Itália — 11/3/1986, Campo Grande-MS) acompanhando sua mãe, em 1925 aportava em Miranda, onde já se houvera radicado o seu pai.

A partir desse momento (1925), narra o autor, Miguel lançou-se à "penosa e longa jornada de um caixeiro viajante". Percorria cidades de São Paulo e Mato Grosso, utilizando precaríssimos meios de transporte em regiões que se encontravam em condições rudes, praticamente ainda em fase de desbravamento. Representava empresas como a Singer; Samuel Colicoff; J. Bignardi; Chocolates Gardano, Metalúrgica Fracalanza, Renner e outras.

Chegado a Campo Grande, 1940, materializava o seu sonho de tornar-se industrial e fundou o empreendimento "Fábricas Paulistas Ltda.". Produzia caramelos e doces, abastecendo o sul de Mato Grosso e o vizinho Estado de São Paulo. Vitorioso nos primeiros cometimentos, Miguel Letteriello implantou, a 1942, o primeiro pastifício, em escala industrial, do Estado.

"Um apaixonado" pelo município de Campo Grande, narra o autor, Rêmolo, sobre o seu pai. E escreve: os padres salesianos relatavam que São João Bosco, em 1883 fez profecia sobre uma grande cidade que surgiria entre os paralelos 15º e 20º e seria "A Terra Prometida", o berço de uma grande civilização. Dizia-se que seria Brasília, mas, para Miguel "essa cidade seria Campo Grande, igualmente situada entre os graus 15 e 20 na América do Sul".

"Uma personalidade nobre e participativa", pontua o escritor definindo a atitude benemerente de Miguel Letteriello, cujas práticas a mancheias aureolaram-se na ampla folha de serviços que prestou por meio da Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária, entidade de nobilíssimos propósitos e longas ramificações. Ali foi diretor do Setor de Artes e Ofícios.

Miguel apoiou e dirigiu o Esporte Clube Comercial do início da década de 40; com suas indústrias manteve equipe de voleibol feminino; na condição de industrial prestou serviços, sem receber remuneração financeira, à Associação dos Criadores do Sul de Mato Grosso, atual Acrissul.

E foi presidente da Associação de Proprietários de Imóveis de Campo Grande, de 1955 a 1965. Diretor da Associação Comercial. Em 1954, capitaneando industriais, participara da fundação da Associação das Indústrias de Campo Grande, que depois foi integrar a Associação Comercial e Industrial de Campo Grande.

Rêmolo Letteriello registra como "O fim das indústrias" o estado de coisas mediante o qual "As atividades industriais de Miguel Letteriello cessaram em 1958, exatamente na época em que pretendia expandi-las com a implantação de novas fábricas em Campo Grande". Racionamento energético. Depois, no livro "Campo Grande – 100 Anos de Construção", o empresário Jorge Elias Zahran escreveria que Miguel "Foi um pioneiro que, como outros, sucumbiu diante da grande dificuldade para a industrialização de Campo Grande, a falta de energia elétrica".

Sem desesperança, sem aflição; o antigo viajante prosseguiu ensinando caminhos de otimismo e resignação. Soubera transmitir aos seus descendentes, conceitos de iniciativa própria, honradez e trabalho, idealismo e coragem.

Miguel Letteriello! Se você acreditou em Campo Grande, a cidade, por sua vez, imortaliza-o em sua história, enriquecida com os seus bons exemplos, testemunhados pelos seus filhos, como interpreta Rêmolo Letteriello. Um filho que lhe fala com amor. Sempre o amor, resumindo todas as viagens. Amor que não passa, ainda que passassem todas as demais coisas.

 

Guimarães Rocha

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

Governo

Lula quer procurar Lira, Pacheco e outros ministros do STF para diminuir tensão entre Poderes

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los

19/04/2024 17h00

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo. Agência Brasil

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O presidente Lula (PT) pretende buscar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente, além de outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em um esforço para diminuir as tensões entre os Poderes.

Nesta sexta-feira (19), Lula já trata da sua articulação política em um almoço no Palácio do Planalto. Participam os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), além de líderes do governo no Congresso Nacional.

Também estão presentes os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). A reunião acontece logo após a participação da cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general da força. O almoço teve início por volta das 12h30.

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo, formada pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, Lula disse que pretendia buscar outros magistrados para conversas. O próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, por exemplo, ficou de fora do encontro do início da semana. Na mesma linha, o presidente quer conversar com Lira e Pacheco.

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los.

Embora não conste em sua agenda, há a possibilidade de Lula se reunir com Padilha e líderes aliados nesta sexta. Um dos objetivos do encontro seria para articular algumas dessas movimentações.

De um lado, o Senado e a Câmara têm demonstrado irritação com decisões da corte, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, ameaçam dar seguimento a projetos que miram o STF. O Senado já aprovou no ano passado uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que restringe decisões monocráticas.

Na Câmara, deputados querem abrir um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, para avaliar eventuais exageros do Supremo. Também sugerem que podem abrir uma CPI para mirar o STF e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, há oito delas que aguardam a formalização, entre elas uma que pretende investigar "a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem observância do processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade por membros do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]".

Lira indicou esta semana aos líderes que deverá instalar CPIs, mas reservadamente deputados acham difícil a ofensiva prosperar.

Em outra frente, parlamentares, incluindo Lira, estão incomodados com a articulação política do governo. O presidente da Câmara chegou a dizer que o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é seu "desafeto pessoal" e o chamou de incompetente.

Lula reagiu dizendo que só por "teimosia" não tiraria Padilha do cargo. O presidente, porém, tem pregado um apaziguamento das tensões. O receio do presidente é que o clima acabe por afetar o andamento de projetos prioritários para o governo no Congresso, além de a tensão avançar para uma crise entre Parlamento e Supremo.
 

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