Após a crítica da presidente Dilma Rousseff ao acordo fechado entre governistas e ruralistas na comissão especial do Congresso que discute a medida provisória (MP) do novo Código Florestal, a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) informa que a negociação não teve o aval nem concordância do governo. O governo vai tentar reverter as mudanças na MP durante votação nos plenários da Câmara e do Senado.
Em nota, a SRI, que responde pela articulação entre o Executivo e o Congresso, informa que "a aprovação da MP 571, ocorrida na quarta, na Comissão Especial Mista do Congresso Nacional, não teve aval ou concordância do governo federal. Durante toda a tramitação da matéria na comissão, o governo, por meio da SRI, do Ministério do Meio Ambiente, do Ministério da Agricultura e do Ministério do Desenvolvimento Agrário, sempre deixou claro que o ideal era manter a proposta original da MP 571."
A insatisfação de Dilma foi manifestada durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. A presidente teria enviado um bilhete à ministra Ideli Salvatti, da SRI, e à Izabela Teixeira, do Ministério do Meio Ambiente, flagrado por repórteres fotográficos com os seguintes dizeres: "Porque (sic) os jornais estão dizendo que houve um acordo ontem no Congresso sobre o Código Florestal e eu não sei de nada?"
Diante da posição do governo, o deputado ruralista Ronaldo Caiado considera que a atitude de Ideli "eliminou qualquer chance de acordo no plenário". Já o presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, deputado Homero Pereira, lembra que a sessão que votou o código foi transmitida pela televisão. "Você acha que o governo não acompanhou?". Pereira lembra que o líder do governo no Congresso estava na mesa quando foi feito o acordo. "Isso não tem cabimento", completa.