O governo do Estado vai cortar despesas de algumas secretarias para se ajustar à nova realidade financeira provocada pelas chuvas dos últimos dias. O anúncio foi feito hoje pela manhã pelo governador André Puccinelli (PMDB).
Ele disse, a uma emissora de TV da Capital, que vai determinar cortes imediatos no Executivo estadual em função dos substanciais prejuízos provocados pelos temporais, que atingiram de forma agressiva as áreas urbanas e a produção agropecuária de pelo menos 14 municípios.
Puccinelli lembrou que nas áreas de educação e saúde o governo é obrigado, por lei, a cumprir um repasse mínimo. Segundo o governador, o Estado vai reduzir de 13,56% para 12% os investimentos na saúde, por exemplo.
O governador disse que poderá remanejar montantes de secretarias onde a prioridade pode ser menor que na de Obras Públicas e de Transportes nesse momento. Isso não vai comprometer, no entanto, setores específicos como a Saúde e a Educação, onde fica garantida a aplicação orçamentária obrigatória de 12% e de 25%, respectivamente.
“Já vou determinar cortes imediatos, senão não tem como planejar, e lá na frente, sem planejamento, vamos sofrer consequencias piores”, afirmou. Puccinelli explicou que além dessa realocação de recursos necessária, todo o recurso arrecadado do Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário de Mato Grosso do Sul (Fundersul) já vinha sendo utilizado no atendimento às necessidades prioritárias da malha viária, através das 22 equipes emergenciais montadas para recuperar as estradas.
Habitação e agricultura
No setor da habitação, o governo pretende trabalhar para atender em torno de 890 famílias que precisarão se mudar definitivamente de áreas ribeirinhas passíveis de alagamento em qualquer ocasião de chuva. Conforme o governador, o Estado vai trabalhar em parceria com as prefeituras, e também buscar participação da União para garantir nova moradia, em local mais seguro para essa população.
André Puccinelli reiterou que o Estado também espera solução para o pedido de medidas em favor dos agricultores, que estão sofrendo impacto direto nas lavouras em função das inundações. “Fizemos um apelo ao ministro [da Integração Nacional] para que as autoridades do Conselho Monetário possam estipular medidas emergenciais para eventuais renegociações das dívidas dos agricultores, e que não se faça caso a caso, porque [o prejuzo] foi geral, em todo o Estado”, disse o governador.
No campo, o governo estima que as perdas já cheguem a R$ 1 bilhão, em função da quebra de pelo menos 30% de algumas safras, como a da soja.
O total de desabrigados no Estado já chega a três mil, segundo o governo.