A partir de investigações realizadas em torno de uma explosão a caixa eletrônico ocorrida em uma agência do Banco do Brasil, no município de Alto Paraguai (MT), o Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), conseguiu desarticular uma organização criminosa erradicada em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que agia em toda a região Centro-Oeste. A quadrilha, denunciada na última semana, era composta por pelo menos 17 pessoas. A maioria de seus integrantes foi identificada e presa durante as investigações.
Consta na denúncia, que a suposta organização criminosa era dividida em dois grupos: os mentores intelectuais e os executores dos crimes. O primeiro era formado por detentos, que planejavam, providenciavam armamentos e determinavam a prática dos crimes. Os executores, por sua vez, eram designados pelo primeiro grupo a colocar em prática os planos da quadrilha.
Os mentores, segundo o Gaeco, são indivíduos considerados de alta periculosidade e especializados na prática de crimes a agências bancárias na modalidade conhecida por “Novo Cangaço” e explosão de caixas eletrônicos. Os acusados são: Welington Ferreira do Prado, Thiago Dias de Souza e Joelcio Marques de Souza. Atualmente, dos três, apenas o primeiro está na Penitenciária Central do Mato Grosso. Os outros dois já estiveram presos em unidades de Cuiabá (MT) e Campo Grande (MS).
De acordo com a denúncia, o bando era comandado por Welington. Conhecido como ‘cangaceiro’, somente em Mato Grosso, ele teria participado de assaltos no Vale do São Domingos, Conquista D´Oeste e Nova Lacerda. Foi constatado, ainda, que o acusado mantinha contatos com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital.
Segundo o Gaeco, o assalto realizado na agência do Banco do Brasil de Alto Paraguai, em agosto do ano passado, contou com o envolvimento de uma célula da quadrilha. Pouco antes da ação, parte do grupo rendeu moradores em uma residência do município e, após colocar as vítimas presas em um quarto, levaram celulares e um carro que foi utilizado no arrombamento ao caixa eletrônico.
Na ocasião, os acusados usaram dinamite para explodir o caixa eletrônico e retiraram a quantia de R$ 3.489.00. O restante do dinheiro, segundo o MPE, foi queimado em razão da explosão. São acusados de participar ativamente da explosão e do roubo do veículo: Márcio Alencar Dutra, Gabryell Ventura e Ricardo Nunes Fialho. Logo após a ação criminosa, eles se dirigiram até Mato Grosso do Sul para explodirem outros caixas eletrônicos, ocasião em que foram presos depois de roubarem um veículo em Campo Grande. Na oportunidade, foram encontrados diversos explosivos pertencentes ao bando e que seriam utilizados na execução dos crimes.
Os promotores do Gaeco destacaram que a atuação conjunta com a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul foi imprescindível para a prisão dos acusados.
Conforme a denúncia, parte do grupo responderá por constituição de organização criminosa e os demais por furto qualificado pelo concurso de agentes, explosão e roubo qualificado de veículo.