Para o juiz Eduardo Machado Rocha, prefeito interino de Dourados, o gabinete de Ari Artuzi (PDT) “parece um chiqueiro de porco”. Ele afirmou que “tomou um susto” ao entrar no local e planeja reformar a sala. Artuzi está preso desde o último dia 1º de setembro, acusado de corrupção.
Rocha disse que é impossível receber alguém no gabinete com um mínimo de conforto e respeito. “Quando ingressei no gabinete, fiquei estarrecido. Parece um chiqueiro de porco. Tem buraco no teto, parede suja, sofá rasgado e até a cadeira que ele (Artuzi) sentava está quebrada. Aliás, eu não sei o que ele fazia sentado naquela cadeira”, disse o juiz.
“É incrível! Eu como douradense me envergonho, imagina a população”, comentou. Ontem mesmo, o magistrado determinou a retirada dos móveis e equipamentos que apresentavam defeito.
“Imagina se um grande empresário vem pra cá com o objetivo de investir na cidade e é recebido pelo prefeito numa situação dessas. Não voltaria nunca”, finalizou.
Novo secretariado
Ontem, Rocha nomeou nove integrantes para o primeiro escalão da administração. Ele também autorizou novas demissões de servidores que ocupavam cargos de confiança na gestão de Artuzi.
Foram nomeados o professor e suplente de vereador Idenor Machado para o comando da Secretaria Municipal de Educação, o contabilista Francisco Eduardo Custódio para a pasta da Administração, o servidor público municipal aposentado João Azambuja para a Secretaria de Receita e Finanças e o engenheiro civil Paulo Figueiredo para a Secretaria de Serviços Urbanos, além de Dirson Míssio para a secretaria de Obras e Planejamento.
Rocha também nomeou novos titulares para o Procon (Odila Lange), Controladoria-Geral do Município (Norato Marques de Oliveira), Procuradoria-Geral do Município (Adilson Josemar Puhl) e a chefia de gabinete (Carlos Alberto Farnesi).
Livro
Na sexta-feira, Eleandro Passaia lança o livro “A Máfia de Paletó”, sobre o esquema de corrupção na prefeitura de Dourados, desarticulado pela Operação Uragano. Passaia foi o autor das denúncias e quem fez as gravações que levaram políticos, funcionários públicos e empresários à prisão. (FD)