Dourados
O Grupo Frialto, que tem oito unidades frigoríficas em cinco Estados, inclusive em Iguatemi, Mato Grosso do Sul, entrou na segunda-feira com pedido de recuperação judicial. Os seus frigoríficos suspenderam os abates de bovinos na sexta-feira (21), por problemas de capital de giro e restrição de crédito.
O comunicado oficial desta medida foi anunciada ontem na página eletrônica da empresa. O grupo, formado pela Vale Grande Indústria e Comércio de Alimentos S/A, Agropecuária Ponto Alto Ltda. e Urupá – Indústria e Comercio de Alimentos Ltda, explicou que “o pedido de recuperação judicial foi a alternativa encontrada para assegurar a continuidade operacional das unidades frigoríficas em atividade”.
Acrescentou que “o objetivo é preservar o valor de seus ativos enquanto as negociações com os credores, já iniciadas, são realizadas, de modo que a reestruturação financeira possa acontecer de maneira organizada e assim restabelecer uma adequada estrutura de capital, equacionando, de forma equilibrada, o atendimento de seus credores e a capacidade de pagamento da empresa”.
O Grupo Frialto informou aos seus funcionários e credores que o plano de recuperação judicial estará disponível a todos, assim que for apresentado à Justiça. Em um período de 180 dias, a partir da apresentação do plano, a empresa não poderá ser executada.
O Frialto tem um frigorífico na cidade de Iguatemi, na região de fronteira com o Paraguai. Emprega 700 trabalhadores, já informados da dispensa, responsáveis pelo abate e processamento de 600 cabeças por dia; na indústria eram desossadas 2.000 peças diárias.
O Frialto iniciou suas atividades em Sinop (MT) em 1996 e hoje opera também em Rondônia, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul. A sua capacidade instalada de abate é de 4.040 cabeças/dia. Possui ainda unidades de confinamento em Sinop, com capacidade anual de 40.000 animais, e em Matupá (MT), para 20.000 animais, uma transportadora com mais de 100 veículos e uma usina de biodiesel em Sinop.
O prefeito de Iguatemi, José Roberto Arcoverde, tentou dar encaminhamento político ao fechamento do Frialto em seu município, e viajou na segunda-feira para Campo Grande buscando apoio de autoridades para tentar manter o frigorífico em funcionamento, o que não será possível com o pedido de recuperação judicial. (CF)