MICHELLE ROSSI
O fretista José Antônio Luis de Amorim, 54, foi encontrado morto em sua residência na Vila Sobrinho – que fica em frente ao 1º Batalhão da Polícia Militar, em Campo Grande – com ferimento no pescoço que quase decepou sua cabeça. A vítima não tinha antecedentes criminais segundo a Polícia Civil. Seu corpo foi encontrado por volta das 22h30min de terça-feira, mas a morte deve ter ocorrido ainda no período da manhã do mesmo dia.
Até ontem a tarde, os familiares não haviam sido localizados, assim como suspeitos do crime também não foram apontados. O corpo foi encontrado porque uma das vizinhas da vítima desconfiou do comportamento de Amorim naquele dia. “Eu falei com ele na terça de manhã quando ele me pediu uma bomba de água porque estava com problemas em seu equipamento. Depois eu não o vi mais, só ouvi por volta de 10h da manhã um grito abafado de socorro, mas pensei que fosse o som da televisão. Achei uma situação estranha a tarde, quando umas três pessoas tentaram falar com ele mas ele não atendeu ninguém. Quando chegou a noite a casa estava com as luzes apagadas – o que não é comum”, apontou a vizinha, responsável por avisar a polícia sobre o fato.
Preocupada, a vizinha subiu no muro e avistou uma panela no fogo. “Fui ao portão dele, chamei, ninguém atendeu e também não deu para entrar porque estava tudo trancado”, continuou a mulher. Acionados, os policiais do 1º Batalhão entraram na casa e encontraram Amorim morto em seu quarto. Além do ferimento fatal no pescoço, havia marcas de faca em sua mão esquerda, característica de quem travou luta corporal. A panela citada estava com feijão queimado, o que dá a entender que a vítima estava cozinhando para o almoço quando foi abordada pelo assassino.
Motivação
Aparentemente nada foi roubado do local e as suspeitas caem sobre pessoas que costumavam frequentar a casa da vítima, pois não havia marcas de arrombamento no local. Segundo um PM que não quis se identificar, Amorim era amigo de todos no bairro e frequentemente conversava com os policiais do batalhão. “Inclusive no dia em que morreu, ele veio aqui procurar uma bomba d’água para arrumar um problema na casa dele. Estava normal, como num dia normal”, disse, emendando. “Ele era uma pessoa que costumava ajudar os outros e sempre tinha gente aqui na casa com ele. Teve até uma vez que ele tentou ajudar uma pessoa que usava drogas, mas você sabe como é, tem gente que não quer se recuperar né”, relacionou o PM.
A vizinha mencionou que Amorim andava bastante triste e abatido nos últimos dias, mas não sabe citar a causa porque não convivia com ele. “Nós não conversávamos muito. Sei que ele era religioso, trabalhador”. O caso foi encaminhado para a 7ª Delegacia de Polícia Civil em Campo Grande.