Onda de Revoltas O presidente da França, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disseram nesta segunda-feira que o ditador líbio, Muammar Kadhafi, "deve deixar o poder imediatamente" porque "o regime atual perdeu toda a legitimidade".
Em declaração em conjunto, ambos pediram aos partidários de Khadafi para que "o abandonem antes que seja tarde demais".
"O regime atual perdeu toda legitimidade. Kadhafi deve partir imediatamente", afirmam Sarkozy e Cameron, na véspera da primeira reunião em Londres do grupo de contato sobre a Líbia.
Ministros das Relações Exteriores de 40 países devem participar da reunião do grupo, que tem a missão de decidir o rumo político da operação militar Aurora da Odisseia, realizada por uma coalizão internacional liderada por França, Reino Unido e Estados Unidos.
No mesmo comunicado, Sarkozy e Cameron apoiam um processo de transição ao redor do Conselho Nacional de Transição, órgão criado pelos rebeldes em Benghazi.
"Estimulamos os participantes na conferência de Londres a expressar o mais firme apoio ao processo de transição", afirma a declaração de França e Reino Unido, principais países a defender a resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
A resolução determinou uma zona de exclusão aérea e o uso da força para proteger a população civil da ofensiva das tropas de Kadhafi sobre os rebeldes líbios e possibilitou os ataques aéreos da coalizão internacional que começaram em 19 de março.
COMANDO
Nesta segunda-feira, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) confirmou que os bombardeios na Líbia permanecerão sob controle da coalizão internacional por mais 48 horas. Depois deste prazo, a aliança assumirá o comando.
"A transição será progressiva e levará dois dias", declarou a porta-voz da Otan, Oana Lingescu, durante uma entrevista coletiva na sede da organização em Bruxelas.
Os 28 países da Otan decidiram no domingo assumir o comando da operação militar na Líbia.
O coronel de aviação Geoffroy Booth, membro do Estado-Maior militar internacional da Otan, afirmou que o general Charles Bouchard, que assumiu o comando das operações militares na Líbia em nome da Otan, ainda não assumiu ativamente o controle de todos os aspectos da missão.
Até o momento a Otan se limita a fazer respeitar a zona de exclusão aérea sobre a Líbia.
"Os ataques em terra continuam sendo no momento operações da coalizão", acrescentou Booth.
A Otan também assumiu o controle do embargo naval para evitar o tráfico de armas e o envio de mercenários à Líbia.