OSCAR ROCHA
O Festival Nacional de Teatro de Campo Grande (Festcamp) chega à quarta edição, a partir da próxima sexta-feira, com atrações até o dia 15 de agosto, apresentando novidades e buscando atingir públicos distintos. “Se for comparar o primeiro com esse quarto, podemos dizer que mudou praticamente tudo”, exagera um dos coordenadores, o ator e diretor Espedito Montebranco. “Ano a ano, ouvimos o público, os artistas, os debatedores, tentando fazer as modificações adequadas”.
Mesmo com as modificações, o evento mantém a proposta inicial de ser vitrine das produções locais e de outros estados, além de promover oficinas e debates. Por outro lado, seguindo o raciocínio de Espedito, a cada ano o festival testa atrações diferenciadas. Na segunda edição, por exemplo, estimulou a aproximação entre teatro e dança; agora, inclui na programação espaço para a música. “Montaremos um circo na Praça do Rádio Clube, que abrigará shows com artistas e bandas locais. Será uma forma de aproximação entre o pessoal de teatro e o da música”.
Convidados
Assim como nos outros anos, o festival convidou produções que obtiveram repercussão em seus locais de origem e abriu espaço para espetáculos inscritos por meio do edital. “A escolha dos convidados é para possibilitar à população e ao pessoal que faz teatro em Mato Grosso do Sul assistir a peças que possibilitam novas informações e sirvam à reflexão”, aponta Espedito.
Entre os convidados estão o Grupo Tapa (São Paulo), Grupo Camelo ( Paraná), Cia Pé de Vento (Santa Catarina), Cia Nu Escuro (Goiás) e Arte & Fatos (Goiás). Espedito enfatiza que vários estilos de teatro estarão presentes, como o de rua, monólogo e o feito em palco italiano. “Queríamos trazer espetáculos infanto-juvenis, mas sentimos dificuldade nesse segmento. Foram poucas as opções”.
Outra atração do festival que será mantida é a do debate ao fim de cada apresentação. Os comentários são iniciados por convidados de outros estados. “Chamamos profissionais que, além de contribuir com a discussão, também observam o que está sendo feito e indicam o que viram para outros festivais e eventos. Tivemos a participação do Sidney Cruz, coordenador do Palco Giratório, do Sesc, assim como de outros”, destaca Espedito.
Entre os debatadores deste ano está a atriz e diretora gaúcha Deborah Finocchiaro, que em anos anteriores trouxe espetáculos ao festival. Os grupos selecionados são do Rio de Janeiro, São José do Rio Preto, Bauru, Rio Grande do Sul e Campinas. Na parte sul-mato-grossense, aparecem formações de Campo Grande, Dourados, Nova Alvorada e Nova Andradina.
Quanto aos espaços de apresentação haverá novidade. Pela primeira vez, além dos teatros Glauce Rocha, Aracy Balabanian e ruas do centro da cidade, as encenações chegarão aos bairros. Escolas da Moreninha 4, Aero Rancho e Tiradentes serão palcos de performances. Os coordenadores dizem que é uma forma de divulgar cada vez mais o evento.
No futuro, o festival tem como meta a ampliação da abrangência das atividades. “Somente ficaremos sossegados quando também atingirmos cidades do interior”, planeja Espedito. O orçamento deste ano é de R$ 125 mil, com patrocínio do Fundo de Investimentos Culturais (FIC), Caixa Econômica Federal e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
O projeto do festival ficou entre os suplentes do edital da Eletrobras para patrocínio de festivais. “Ficar na suplência, para nós, foi uma grande vitória. Concorremos com promoções que existem há décadas no País e a nossa tem apenas quatro anos. Essa posição é um reconhecimento do trabalho que fazemos”, destaca Espedito.