SCHEILA CANTO
Hoje, quando o mercado oferece os mais diversos tipos de artigos para complementar ambientações, o grande desafio é imprimir personalidade nas criações, mostrando cenários únicos, diferentes dos demais e que, além disso, ilustrem e traduzam o anfitrião. Por esse motivo, os acessórios artesanais têm ganhado destaque na decoração, dado o profissionalismo e sensibilidade na criação das peças.
É por isso que tem surgido cada vez mais lojas e ateliês em Campo Grande, cujos produtos são voltados a essa nova demanda. As investidas são nos trabalhos baseados nos mais diversos materiais e técnicas, como patchwork, scrapbooking, decoupage, pintura em tecido, pintura country, artefatos em madeira, cerâmica, ferro, tricô e crochê, bordados, bonecas de pano, velas, papéis especiais e reciclados, tear e fibras naturais.
De acordo com a arquiteta Ana Paula Ortega Usero, proprietária de uma loja especializada no ramo de arte e artesanato, até mesmo nas decorações mais minimalistas é possível unir o tecnológico e o contemporâneo por meio de objetos artesanais estratégicos.
Para arquiteta e empresária, o grande diferencial hoje nos objetos feitas à mão é que eles imprimem personalidade ao ambiente. “Embora rústicos, têm fino acabamento”, ressalta Ana Paula.
Giovana Dallamico, sócia de Ana Paula, cita que antigamente as donas de casa faziam seus próprios tapetes, porém hoje com a inserção cada vez maior da mulher no mercado de trabalho é impossível que ela tenha tempo para isso. “Mesmo assim, o resgate do feito à mão é crescente e por isso está cada vez mais especializado. O nosso forte aqui são os tapetes feitos em tear”, exemplifica Giovana.
Giovana e Ana Paula destacam que a valorização do artesanato local é maior por parte dos turistas. Já os sul-mato-grossenses buscam peças diferenciadas e acabam optando pela arte de outras regiões, especialmente a mineira. “Nosso público, por exemplo, prefere arandelas, abajur ou castiçal feitos manualmente com ferro e não com chifre de boi”, exemplifica Giovana.
Segundo a arquiteta Ana Paula, o equilíbrio é fundamental na hora de decorar com peças artesanais. Para valorizar o artesanato, independente de sua origem, é necessário prestar atenção à mistura de materiais e na disposição deles no ambiente. “Os campo-grandenses gostam de decorar as varandas; nestas áreas externas assim como no living, por exemplo, a harmonia deve imperar entre as cores, texturas e materiais empregados no ambiente como um todo”, sugere.
Outro cuidado é para não deixar a casa com cara de vitrine artesanal ou show room de loja. “Se os moradores têm uma coleção de esculturas, por exemplo, o indicado seria concentrar todas em um só ambiente e não deixar os objetos espalhados pela casa”, ensina.
Atualmente, os materiais mais bem cotados em projetos são produtos em palha, cerâmicas, madeira, ferro, fibras, couro e materiais recicláveis.