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Fanastimo religioso levanta novos debates após massacre no Rio

Fanastimo religioso levanta novos debates após massacre no Rio

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Ao longo do dia 7 de Abril, quando ocorreu o ataque à escola em Realengo, no Rio de Janeiro, que deixou um saldo de mais de dez crianças mortas, o tenente-coronel da Polícia Militar, Ibis Pereira, afirmou que a carta deixada pelo atirador possuía forte teor de fanatismo religioso. O porta-voz da PM disse avaliar que o suspeito deveria ter um desvio de personalidade: "ele era um fanático religioso, um quadro de demência religiosa. Ele via nas crianças algo impuro. Só um desvio de personalidade explica um comportamento sociopata dessa natureza. Um ato de estupidez.”

Se este é realmente o caso, apenas as investigações mais consolidadas poderão dizer. Mas a dúvida que fica é: será que todo fanático religioso utiliza de meios violentos para provar uma causa? O padre Luís Correa Lima, do departamento de teologia da PUC do Rio de Janeiro, diz que não. “Nem todos são violentos. O que acontece é que, no passado, havia a doutrina da ‘guerra justa’, ou seja, a utilização de meios não pacíficos para provar uma causa”, relata.

O padre esclarece ainda que os fanáticos religiosos não se vêm desta forma. “Os outros é que os classificam desta maneira, com razão em muitos casos”, afirma. Ele explica que o fanatismo é uma espécie de ideia fixa. “É muito importante ficar claro que nem todo fanático é um fundamentalista, como muitas pessoas confundem.”

Fundamentalismo


De acordo com Diego Omar, professor de Educação da Universidade Federal de Ouro Preto e membro do Núcleo de Estudos da Religião da instituição, os fundamentalistas são pessoas que se opõem a qualquer mudança na tradição religiosa da qual são seguidoras. “O fundamentalismo se espalha em qualquer sociedade ou religião. Existem fundamentalistas católicos, neopetencostais, islâmicos e muitos outros”, afirma.

“Existe um fundamentalismo disseminado na cultura que força uma cristalização de movimentos religiosos, que nem sempre resultam em violência física. Ele pode, por exemplo, rejeitar a diversidade. As próprias seitas Neopetencostais ou a Renovação Carismática são bastante tradicionalistas, com posturas conservadoras e restritivas nos costumes, mas que não chegam à violência”, explica Diego.

Distúrbio mental


Com relação à carta deixada pelo atirador de Realengo, Jung Mo Sung, coordenador do programa de pós-graduação de Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo, considera não ser possível caracterizá-la como fanatismo religioso. “A carta é de alguém doente, com distúrbio mental. É perigoso taxar de fanático religioso alguém que tem na verdade uma doença.”

Outra característica apontada pelos especialistas é a de que o fanatismo, normalmente, não se dá de modo individual. “Você tem que sentir que faz parte de um grupo. O outro fanático confirma que o meu fanatismo é correto. Podem ser grupos minoritários, como os skinheads, ou de massa, como os nazistas”, completa Jung.

De acordo com coordenador do programa de pós-graduação de Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo, a carta deixada pelo atirador demonstra uma severa perturbação mental. “O que ele fala não tem nada a ver com conceitos de religião cristã. Ele mistura falas sobre a pureza com a vinda de Jesus. O jovem que atirou dentro daquela escola tem senso de pecado porque pede perdão pelo que fez. Ele fala em caridade, por exemplo. Como não tem referência ao suicídio, ele está falando apenas de matar e morrer. Carta de despedida de suicida é diferente. Esse texto denota uma grave perturbação mental.”

OPERAÇÃO DA PF

Fraude em ponto eletrônico da saúde na Prefeitura de Corumbá gera prejuízo de R$ 6 milhões

Polícia Federal deflagrou operação para combater crime e identificou servidor que ficava 5 minutos no expediente

19/04/2024 12h30

Polícia Federal deflagrou operação contra fraude do ponto em Corumbá Foto: Divulgação

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A Polícia Federal deflagrou a Operação Esculápio nesta sexta-feira (19) para combater prejuízo milionário que servidores da saúde em corumbá estavam causando no serviço público com fraudes em ponto eletrônico.

Segundo as investigações, 11 servidores públicos da área de saúde da Prefeitura de Corumbá reiteradamente fraudavam seus pontos eletrônicos, não cumprindo a carga horária contratada, mas recebendo o salário integral. 

Ao longo da investigação, a Polícia Federal em Corumbá identificou que houve casos em que a permanência do profissional na unidade de saúde do Centro Municipal de Especialidade Odontológica (CEO) foi de apenas 5 minutos. O foco da operação nesta sexta-feira foi concentrado nessa unidade especializada, que fica no bairro Universitário.

Além do prejuízo indireto causado pelo retardamento no atendimento à população local, estima-se que o prejuízo direto aos cofres seja da ordem de R$ 6.000.000,00.

Esse cálculo foi obtido a partir da apuração dos salários pagos aos profissionais de saúde em valor integral, porém sem que eles cumprissem a carga horária. A Polícia Federal não detalhou há quanto tempo essa fraude vinha sendo praticada e como houve a denúncia.

Na ação, cujos mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Corumbá, foram sequestrados bens móveis avaliados em R$ 1.500.00,00 e bens imóveis avaliados em R$ 5.000.000,00 dos servidores públicos.

Dentro do Centro Municipal de Especialidade Odontológica trabalham principalmente dentistas e os serviços prestados são de cirurgia, endodontia, prótese dentária, radiologia, periodontia e odontopediatria. Os investigados poderão responder por estelionato, peculato e peculato eletrônico.

A Prefeitura de Corumbá divulgou nota e sugeriu que não foi a responsável pela denúncia. Conforme apurado, o governo municipal não teria conhecimento oficial dessa fraude até que ocorresse a operação.

"Com relação a Operação Esculápio, realizada nesta sexta-feira, pela Polícia Federal, a Prefeitura de Corumbá esclarece que não foi alvo da ação e que até o momento não foi formalmente informada sobre o teor das investigações. A Secretaria Municipal de Saúde está à disposição da autoridade policial para auxiliar no que for necessário", divulgou.

Ainda não há confirmação se os servidores investigados pela Polícia Federal também vão passar por processo administrativo.

"GUERRA CIVIL"

Maior ameaça à democracia no mundo é a polarização, diz o ator Wagner Moura

Ator diz que filme"Guerra Civil" soa um importante alarme sobre esses riscos

19/04/2024 10h30

Wagner Moura em "Guerra Civil", filme que chega aos cinemas brasileiros nesta semana Foto: Divulgação

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Para Wagner Moura, "Guerra Civil", filme que chega aos cinemas brasileiros nesta semana, soa um importante alarme sobre os riscos da polarização que assombra países como Estados Unidos e Brasil nos últimos anos.

"Este é um filme que mostra que a polarização é a maior ameaça à democracia no mundo moderno", diz ele sobre o longa dirigido por Alex Garland, um blockbuster americano que acena também para a realidade política brasileira, em sua opinião.

"Guerra Civil" conta a história de um grupo de jornalistas, do qual Moura faz parte, que tenta chegar a Washington para entrevistar o presidente dos Estados Unidos, um líder do qual não sabemos muito, mas que pelas dicas do roteiro é claramente fascista, nas palavras do ator baiano.

"Mas eu acho, sinceramente, que ligar esse personagem a figuras reais é um desserviço ao filme. Não há na trama uma agenda ideológica. E você sabe que eu sou uma pessoa que não tem medo de falar as coisas", diz Moura ao ser questionado sobre a proximidade do personagem com líderes que acirraram a era de polarização em que vivemos, como Donald Trump e Jair Bolsonaro.

O filme é uma distopia política cheia de imagens do que poderia ser os Estados Unidos caso o racha entre democratas e republicanos, ou liberais e conservadores, se acentue. Na trama, forças favoráveis e contrárias ao presidente vivido por Nick Offerman se enfrentam e destroem a nação. São várias as imagens de pontos icônicos do nacionalismo americano bombardeados, como a Casa Branca.

"A gente sabe muito bem o que é a polarização. O mundo todo sabe. E para os americanos o filme gera uma dissonância cognitiva, porque eles estão acostumados a ver essas cenas em filmes sobre guerras no Oriente Médio. Agora estão vendo em Washington", diz ainda Moura.

GUERRA CIVIL

- Quando Estreia nesta quinta (18), nos cinemas
- Classificação 18 anos
- Elenco Wagner Moura, Kirsten Dunst e Cailee Spaeny
- Produção EUA, Reino Unido, 2024
- Direção Alex Garland

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