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Exploradas, meninas desaparecem na fronteira boliviana

Exploradas, meninas desaparecem na fronteira boliviana

Redação

12/09/2010 - 14h59
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Ivanise Andrade,
Especial para o Correio do Estado

Lívia e Larissa. Meninas brasileiras desaparecidas na Bolívia. Lívia Gonçalves Alves, de 11 anos, desapareceu em Corumbá, no dia 13 de junho. Seu paradeiro é incerto, mas a Polícia Civil trabalha com a hipótese da menina ter sido levada para a Bolívia, vítima de uma rede de tráfico de pessoas para fins de exploração sexual.
Larissa tem dupla nacionalidade. Filha de mãe brasileira e pai boliviano, vivia no lado boliviano da fronteira e fazia programas sexuais tanto na Bolívia quanto no Brasil. Foi atendida pela rede de proteção brasileira, mas decidiu voltar ao país vizinho e ninguém sabe seu paradeiro.
A delegada titular da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento da Infância e Juventude) de Corumbá, Priscilla Anuda Quarti Vieira, oficiou o Consulado Boliviano e a polícia do país vizinho para que divulguem fotos e informações sobre Lívia. Assim que soube do desaparecimento, em junho, a delegada já havia tomado essa providência. Agora, a medida foi reforçada.
O inquérito ainda está em andamento e não há provas suficientes que configurem o crime de tráfico internacional de pessoas, por isso, segundo a delegada, a Polícia Federal ainda não foi acionada. “Se houver indício de transnacionalidade. Se existe uma rede, uma outra situação, no outro país, a gente passa a atuar se formos acionados”, explica o delegado da PF em Corumbá, Alexandre Nascimento. A Polícia Federal pode contatar autoridades brasileiras e bolivianas, bem como qualquer pessoa que forneça dados que levem ao possível paradeiro da menina.
“O que sabemos é que a Lívia foi sequestrada para fins libidinosos”. O caso Lívia foi o estopim para a abertura de outros sete inquéritos e a identificação de 14 vítimas, entre adolescentes e crianças. Uma moça de 19 anos foi presa, acusada de aliciamento. Outra adolescente, de 12 anos, também envolvida com o sequestro de Lívia, está abrigada. “Ela é novinha, mas a experiência que tem de vida dá uma bagagem. Você conversa com ela e você não diz que ela tem 12 anos”, comenta, surpresa, a delegada.
Dos sete inquéritos abertos a partir do sumiço de Lívia, um foi concluído, o que trata de estupro de vulnerável de uma das vítimas. Não há prazo para a conclusão das investigações. A proximidade com a fronteira é o principal entrave.

De volta pra casa
Larissa foi encontrada em situação de exploração sexual em Corumbá. O Conselho Tutelar realizou os primeiros atendimentos e a encaminhou para acompanhamento psicossocial no Creas (Centro de Referência Especializada em Assistência Social). Larissa também ficou abrigada em Corumbá, embora vivesse na Bolívia.
Seu caso revela uma rede informal de proteção dos direitos da criança e do adolescente que reúne autoridades bolivianas e brasileiras. Segundo a psicóloga do Creas de Corumbá, Vanessa Hamad Borges Witak, representante da Defensoria Del Niñez, de Puerto Suarez, foi até Corumbá buscar mais informações sobre o caso e para articular soluções conjuntas . “Foi uma troca de informações para conhecermos melhor o caso e planejarmos as ações”. Vanessa conta que foi a primeira experiência de interlocução entre os países vizinhos.
A psicóloga explica que se a adolescente boliviana é pega no Brasil em situação de violação de direitos e começa a ser acompanhada pela rede há uma continuidade, mas se acontece de deixar de ir por algum motivo, a equipe do Creas não tem autonomia diplomática para ir até o país vizinho e obter informações sobre a paciente. “Não podemos intervir lá”, explica.
Isso acaba provocando a perda de contato com a criança ou adolescente atendido. Sem possibilidade de fazer visitas domiciliares ou solicitar apoio policial para a busca dessas pessoas, o acompanhamento deixa de ser feito.

Encontro Internacional

Conservação no Pantanal vira pauta mundial durante encontro de exploradores em Nova Iorque

Presidente do IHP, Ângelo Rabelo, foi indicado junto com outros brasileiros para tratar temas nacionais nos Estados Unidos

23/04/2024 18h25

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo Divulgação IHP

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O grupo The Explorers Club, que reúne autoridades e pessoas com reconhecimento global que desempenham medidas que envolvem promoção da ciência e da conservação, discutiu em um de seus encontros a situação do Pantanal. O presidente do IHP, sediado em Corumbá (MS), Ângelo Rabelo, participou das reuniões realizadas em Nova Iorque, durante o encontro anual do clube. Ele apontou que é preciso haver atenção mundial com relação à conservação do Pantanal e da riqueza cultural do território.

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo. Os encontros ocorreram entre sexta-feira (19) e domingo (21). Foram realizados diversos encontros e reuniões entre os participantes do clube, bem como ocorreram discussões sobre temas globais a serem trabalhados para promoção da conservação do Planeta.

 

Ângelo Rabelo, que atua em ações de conservação no Pantanal há cerca de 40 anos, pontuou que há diferentes esforços em andamento para prevenir incêndios florestais e promover desenvolvimento sustentável. Na semana passada, os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, junto com o governo federal, assinaram termo de cooperação visando a união de esforços na defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal. Além disso, um fundo foi criado para financiar ações que ajudam a proteger o bioma, porém até hoje somente o governo de MS fez aporte de recursos (R$ 40 milhões) e o setor pública busca outras linhas de subsídio para essas ações. A promoção do Pantanal para o exterior pode contribuir nesse propósito, como já ocorre com a Amazônia, por exemplo.

“A maior área úmida do mundo, o Pantanal, está no mapa sobre as grandes explorações e os relatos que indicam locais que são desafiadores no Planeta. Por esse caminho cheio de desafios temos, primeiro, os povos originários que ainda habitam o território, como é o caso dos Guatós. Depois vieram as pantaneiras e os pantaneiros, que também seguem no Pantanal sabendo lidar com a ocupação e a conservação. Depois, temos os registros de outros esforços de pessoas que também se dedicam pela conservação desse Patrimônio Natural da Humanidade”, comentou Rabelo.

O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do Planeta e apesar de ser o menor em extensão territorial no Brasil, abriga 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, o Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite – PMDBBS, realizado com imagens de satélite de 2009, mostrou que o Pantanal mantêm 83,07% de sua cobertura vegetal nativa. Mais de 90% do bioma está em propriedades privadas, enquanto 4,6% estão classificadas como unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável.

A participação de Rabelo na reunião do The Explorers Club ocorreu porque ele foi nomeado, neste ano, como uma das 50 pessoas a fazer a diferença no Planeta. A escolha foi feita por integrantes do The Explorers Club e o presidente do IHP entrou na lista do EC50 2024. Concorreu com mais de 200 pessoas indicadas. Seus apoiadores na nomeação foram Dereck Joubert e Beverly Joubert, exploradores que atuam diretamente pela conservação da vida selvagem e desenvolvimento sustentável em países africanos. O casal convidou, neste mês, o governador Eduardo Riedel (PSDB) para conhecer iniciativas que são realizadas no continente africano.

Além do presidente do IHP, os brasileiros nomeados nesse grupo chamado EC50 deste ano foram a geóloga Fernanda Avelar Santos, o ictiologista Luiz Rocha, o designer naturalista Lvcas Fiat e o paraquedista profissional Luigi Cani. Além dos brasileiros recém-nomeados, personalidades mundiais fazem parte do Clube, como a ex-astronauta e géologa Kathryn Sullivan, veterana de três missões a bordo de ônibus espacial; o geneticista e biólogo nuclear James Dewey Watson, um dos autores do modelo de dupla hélice para estrutura da mólecula de DNA; bem como o explorador que fez parte do primeiro voo solar ao redor do mundo, concluído em 2016, André Borschberg; e Dominique Gonçalves, criadora do Programa de Ecologia de Elefantes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, entre outras pessoas.

Também em Nova Iorque, a diretora-executiva do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, localizado em Corumbá (MS), Márcia Rolon, participou dos eventos abertos do The Explorers Club para divulgar o trabalho de diminuir a vulnerabilidade social de crianças e adolescentes da região de fronteira do Brasil por meio da arte.

 

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Cotidiano

Com 300 doses disponíveis, vacinação contra dengue deve acabar nesta semana

Aproximadamente 130 doses estão sendo aplicadas por dia; segundo a expectativa da pasta é que a vacinação se encerre até o final desta semana.

23/04/2024 18h15

Gerson Oliveira/

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As vacinas contra a dengue com prazo de validade até 30 de abril e que estão disponíveis pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) devem ser aplicadas até o final desta semana. A expectativa da pasta é que nenhuma dose deve ser descartada em Campo Grande. 

De acordo com a secretária, cerca de 130 doses estão sendo aplicadas por dia nos postos de saúde da cidade. Por causa disso, a expectativa é que todas as doses que estão perto do vencimento sejam aplicadas até sexta-feira (26).

A baixa procura do imunizante em Mato Grosso do Sul levou o Ministério da Saúde a informar aos municípios para ampliar a idade de vacinação. Segundo a pasta, pediu para todas as cidades priorizar a faixa etária entre 6 e 16 anos, mas com imunização ampliada para pessoas entre 4 e 59 anos. 

A medida foi tomada para reduzir a perda de doses que estão perto do vencimento, cabendo a cada município definir a estratégia de aplicação.  As doses que estão sendo utilizadas vencem no dia 30 de abril. 
 
Segundo a Sesau, em Campo Grande tem cerca de 300 doses estão espalhadas pelos postos de saúde da Capital. 

 

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