lidiane kober
A defesa dos deputados Ary Rigo (PSDB) e Onevan de Matos (PSDB), processados pelo PDT por infidelidade partidária, vai interpelar judicialmente o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT) no Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar é acusado de caluniar o advogado Carlos Marques e de tentar coagir o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), ao insinuar que, no caso de a Justiça livrar os deputados do processo, o tribunal não teria agido com isenção.
O desentendimento começou quando Carlos Marques afirmou ao Correio do Estado considerar a “tendência de que prevaleça a nossa tese” na ação por infidelidade partidária contra os deputados. A afirmação levou em conta a inércia da direção nacional ao ignorar pedido do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), solicitando documento para provar que não houve intervenção no Diretório Regional do PDT. Como o PDT alegava que não ocorreu a intervenção, apenas a nomeação de João Leite Schimidt como representante da cúpula nacional no Estado, ganhou força a tese da defesa, que argumenta intervenção para tirar Rigo do comando do partido.
Dagoberto reagiu, acusando a defesa de “fazer de tudo a fim de adiar o julgamento para depois das eleições”. “O que eles querem é ganhar tempo e o advogado (Carlos Marques) está usando sua influência para conseguir jogar o julgamento para depois das eleições de outubro”, declarou.
A reação indignou a defesa e os deputados porque eles garantem que não incentivaram a consulta ao diretório nacional e a convocação de Dagoberto para prestar testemunho. “Foi o relator do caso quem oficiou a direção nacional e convocou o deputado federal para depor”, garantiu Marques.
O advogado ainda cogitou a intenção de o pedetista tentar coagir o tribunal. “A acusação de a defesa tentar procrastinar o processo é um mecanismo de pressão. Dá a sensação que, no caso de o pleno livrar os deputados, se vendeu”, comentou. “Sem contar que o Dagoberto me imputou um crime”, acrescentou.
Diante das acusações, Carlos Marques oficiou ao TRE sobre o posicionamento de Dagoberto e ainda vai interpelá-lo no STF. “Ele nos caluniou e cometeu crime contra a honra”, ressaltou.