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Estudo definirá se reforma ou constrói novo trecho entre São Paulo e MS

Estudo definirá se reforma ou constrói novo trecho entre São Paulo e MS

Redação

24/05/2010 - 07h10
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O transporte de minério de ferro de Corumbá pode render desde a reforma completa de 1,6 mil quilômetros de extensão da via à construção de uma nova estrada de ferro paralela à atual. De acordo com os especialistas, o projeto é para médio prazo e deve receber incentivos do governo e das empresas envolvidas na operação.

O analista de transportes da Lopes Filho, Antônio Bezerra, lembra que o transporte de minério de ferro pela antiga Novoeste começou a ser considerado pela ALL quando o presidente da EBX, Eike Batista, estudava construir um porto em Peruíbe (SP). O porto foi inviabilizado por ficar em área de proteção ambiental e a ALL também desistiu da operação.

Bezerra afirma que o projeto demandaria investimentos de pelo menos R$ 1 bilhão, maior montante que uma concessionária investiria em uma ferrovia. Outro exemplo de alto investimento no setor é o projeto da própria ALL, ligando Alto Araguaia (MT) até Rondonópolis (MT), perfazendo 260 quilômetros, que custará R$ 700 milhões e tem previsão de entrega em 2012.

Já a ferrovia em Mato Grosso do Sul é “extremamente ruim”, segundo ele, e precisaria passar por uma grande reforma.  Além disso, o especialista também ressalta que o Porto de Santos está com a capacidade esgotada e não conseguiria realizar a operação. No entanto, ele defende que o transporte de minério de ferro é viável pela estratégia do negócio. “É possível por que há a interligação com a MRS para exportar por Sepetiba“, diz.

O transporte de minério representa ainda, segundo Bezerra, novo momento do País em que as empresas investem em soluções de logística em vez de esperar o governo. “Faz muito sentido. Há redução de despesa logística, melhorando competitividade. O projeto se paga por conta de transporte”, conclui.
Já o diretor do Centro de Estudos em Logística (CEL), do Instituto Coppead, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Paulo Fleury, defende que a empresa precisaria construir uma nova ferrovia, paralela à atual. De acordo com ele, o custo por quilômetro é de R$ 3,7 milhões. Como a ferrovia tem 1,6 mil quilômetros de extensão seriam necessários R$ 5,9 bilhões para a obra. “Esse seria o grande investimento da ALL, já que a compra de locomotivas e vagões devem ser feitas pelo usuário”, observa.

Fleury ressalta que atualmente a ferrovia que chega a Corumbá está em estado precário e as operações são suspensas à noite para evitar acidentes. “São trilhos que não sustentam peso muito grande, têm dormentes velhos, traçado malfeito. Todo o trecho entre Corumbá e Bauru precisa ser recuperado”, acredita.

O especialista acredita ainda ser improvável a exportação do minério pelo Porto de Santos e defende que o escoamento seja feito por Sepetiba. “Mas atualmente, há disputa para utilização dos terminais neste porto do Rio de Janeiro”, ressalta.

Outro entrave da atual ferrovia que corta o Estado de Mato Grosso do Sul são as bitolas (largura entre os trilhos). Construída no início do século passado, a via tem bitolas estreitas em que a velocidade chega a 12 quilômetros por hora, por conta do estado de conservação. Dessa forma, Fleury defende a construção de uma nova ferrovia paralela à atual, utilizando bitolas largas, possibilitando que a velocidade suba para até 70 quilômetros por hora. “Tudo depende do volume de minério transportado. Um projeto como esse exige um volume muito grande para se viabilizar”, lembra.

A operação, lembra ele, possibilitaria que a ALL entre em mercado que ainda não atua. “Empresa privada construindo ferrovia seria uma novidade auspiciosa. No passado, não havia viabilidade econômica para fazer isso. Não valia a pena. Com a queda de juros, esses modelos estão sendo revistos. Hoje, já é mais viável”, acredita.

Para Fleury, a grandiosidade do projeto demandaria cerca de quatro anos de construção e seria viabilizado com financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além dos clientes, que, neste caso, são as mineradoras. O especialista diz ainda que a ferrovia atual poderia continuar sendo operada pelo trem de passageiros, o Trem do Pantanal, entre Campo Grande e Corumbá. “Essa seria a única utilidade da ferrovia atual”, diz.

Já o diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, afirma que o negócio é significativo para a expansão do setor. “É uma demanda que partiu dos clientes e representa o novo momento do modal ferroviário no País”, defende. (GSD)

Com informações, Agência Leia

Crédito rural

Prazo para renegociação de dívida de investimento vai até 31 de maio

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões

19/04/2024 15h00

Em MS, podem renegociar os produtores de soja, milho e bovinocultura de leite e de carne. Arquivo/Correio do Estado

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Os produtores rurais que foram prejudicados por intempéries climáticas ou queda de preços agrícolas têm prazo até 31 de maio para renegociar dívidas do crédito rural para investimentos. A informação é do Ministério da Agricultura e Pecuária, com base em medida aprovada, com apoio do Ministério da Fazenda, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em março passado.

Segundo o comunicado, com a iniciativa, as instituições financeiras poderão adiar ou parcelar os débitos que irão vencer ainda em 2024, relativos a contratos de investimentos dos produtores de soja, de milho e da pecuária leiteira e de corte. Neste contexto, as operações contratadas devem estar em situação de adimplência até 30 de dezembro de 2023.

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões em recursos equalizados, R$ 6,3 bilhões em recursos dos fundos constitucionais e R$ 1,1 bilhão em recursos obrigatórios.

Caso todas as parcelas das operações enquadradas nos critérios da resolução aprovada pelo CMN sejam prorrogadas, o custo será de R$ 3,2 bilhões, distribuído entre os anos de 2024 e 2030, sendo metade para a agricultura familiar e metade para a agricultura empresarial. O custo efetivo será descontado dos valores a serem destinados para equalização de taxas dos planos safra 2024/2025.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse na nota: "Problemas climáticos e preços achatado trouxeram incertezas para os produtores. Porém, pela primeira vez na história, um governo se adiantou e aplicou medidas de apoio antes mesmo do fim da safra".

Confira abaixo as atividades produtivas e os estados que serão impactados pela medida:

soja, milho e bovinocultura de carne: Goiás e Mato Grosso;

bovinocultura de carne e leite: Minas Gerais;

soja, milho e bovinocultura de leite: São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina;

bovinocultura de carne: Rondônia, Roraima, Pará, Acre, Amapá, Amazonas e Tocantins;

soja, milho e bovinocultura de leite e de carne: Mato Grosso do Sul;

bovinocultura de leite: Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Para enquadramento, os financiamentos deverão ter amparo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e dos demais programas de investimento rural do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bem como das linhas de investimento rural dos fundos constitucionais.

HABITAÇÃO

Contratação de crédito imobiliário registra queda 33,9% no primeiro bimestre em MS

Em janeiro e fevereiro foram negociadas 591 unidades habitacionais no Estado, ante os 894 imóveis financiados no ano passado

19/04/2024 08h30

Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O volume de imóveis financiados em Mato Grosso do Sul apresentou queda de 33,89% nos primeiros dois meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), no 1º bimestre foram negociadas 591 unidades por meio de financiamentos, o que resultou em R$ 222,642 milhões disponibilizados para negociações com recursos da poupança. 

Já em janeiro e fevereiro do ano passado foram negociadas 894 unidades por meio de crédito imobiliário utilizando o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), e o valor das operações quase chegou a R$ 290 milhões (R$ 289.449.681,00). Quando analisados os valores, a diferença resulta em redução porcentual de 23,08%.

Em janeiro do ano passado foram disponibilizados R$ 161,620 milhões - para 487 unidades negociadas, contra R$ 113,143 milhões e 283 imóveis do primeiro mês de 2024, ou seja, R$ 48,477 milhões a menos liberados para a compra de imóveis.

Segundo análise de especialistas, a redução do volume aplicado na poupança teve influência direta no cenário de Mato Grosso do Sul.

Em fevereiro de 2023 os recursos chegaram a R$ 127,829 milhões (407 unidades), ante as 308 unidades deste ano, e R$ 109,498 milhões, redução de R$ 18,331 milhões.

Dentre os principais motivos para a queda dos financiamentos no Estado, o principal é o juro alto praticado pelos bancos nas operações imobiliárias. As taxas ainda estão muito parecidas com a da Selic, fazendo que o valor contratado do financiamento quase dobre ao final do período.

Nas simulações feitas pelo Correio do Estado, por exemplo, as taxas de juros em financiamentos imobiliários no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que utiliza os recursos do sistema brasileiro de poupança, variaram entre 9,5% e 12,5% ao ano, a depender do relacionamento que o cliente tem com o banco.

O economista Renato Gomes explica que o panorama está também relacionado aos resgates e os saques que têm acontecido nas aplicações da poupança.

“Os brasileiros estão tirando dinheiro da poupança pela baixa atratividade, uma vez que essas pessoas estão interpretando, que não está compensando manter o dinheiro na poupança”, pontua.

Gomes destaca ainda que os valores acumulados na poupança são destinados para aquisições imobiliárias por meio do SBPE, uma modalidade de crédito que depende dos recursos da poupança. 

“Esse recurso fica escasso e, portanto, ocorre uma queda na quantidade, no volume de financiamento advindo desta linha de crédito, que é o financiamento imobiliário pela poupança”, detalha o economista.

HISTÓRICO

Nos seis anos anteriores, houve uma instabilidade no volume de negócios fechados através dos financiamentos com recursos da poupança.

De acordo com o relatório da Abecip, entre 2018 e 2021 os números de unidades e valores negociados ficaram em ascensão. Já nos dois últimos anos houve declínio nos financiamentos.

 

Em 2018 foram 3.544 imóveis financiados em Mato Grosso do Sul. O número subiu para 4.038 em 2019, para 6.200 em 2020 e atingiu o ápice em 2021, quando 10.543 unidades foram negociadas no Estado.

Conforme agentes do setor, a pandemia da Covid-19 impactou em mais pessoas trabalhando de casa e com isso muitos saíram do aluguel e compraram a casa própria no período. 

Em valores, o montante também teve ascensão nos anos citados, saindo de R$ 759,076 milhões nos 12 meses de 2018 para R$ 2,653 bilhões em 2021, alta 249% no período. 

Já em 2022, o valor disponibilizado para financiamentos imobiliários com recursos da poupança no Estado reduziram para R$ 2,606 bilhões, resultado 9.104 moradias negociadas. Enquanto no ano passado, houve uma segunda queda tanto em valores (R$1,826 bilhão) quanto em unidades financiadas (5.944).

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