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Estudo condena aplicativos que prometem cura por hipnose

Estudo condena aplicativos que prometem cura por hipnose

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Quem busca pela palavra “hipnose” nas lojas de aplicativos para celular encontra propostas de cura da insônia, perda de peso e até aumento da autoestima por meio de “tratamentos hipnóticos”. Não há nenhuma comprovação científica de eficácia dessas técnicas, no entanto, segundo um estudo liderado pela Escola de Medicina Mount Sinai, de Nova York, nos Estados Unidos. A aplicação inadequada do método poderia, inclusive, ter efeitos nocivos sobre os usuários, de acordo com especialistas ouvidos pelo G1. Enquanto a hipnose é um método terapêutico reconhecido pela comunidade científica - desde que praticada sob condições determinadas (leia abaixo) - os aplicativos mostraram-se incapazes de comprovar sua legitimidade.

Em um levantamento feito em 2012, os pesquisadores americanos identificaram 407 aplicativos disponíveis via iTunes que prometiam efeitos sobre a saúde do usuário por meio de hipnose. A perda de peso era a promessa de 23% deles; o aumento da autoestima, de 20% e a redução de estresse, de 19%. Outros objetivos contemplados pelos apps abrangiam desde a cura de fobias, depressão e fadiga até a promoção de bem-estar e felicidade.
Nenhum deles, porém, teve sua eficiência testada por estudos empíricos, nem reporta ser baseado em evidências. Apenas 47% menciona a existência de alguma teoria por trás do desenvolvimento do aplicativo. Segundo a pesquisa, 13,4% desses aplicativos ainda fornecem explicações descabidas sobre o funcionamento da hipnose, afirmando que o método atua por meio de “mudança no DNA” ou “mudança nas células de memória”.

Carneirinhos e nuvens

O estudante de cinema Matheus Marx, de 18 anos, testou vários aplicativos de hipnose para tentar dormir melhor. “Chego muito tarde da faculdade e acordo muito cedo. Não consigo dormir quase nada, então estava apelando para qualquer coisa que pudesse me ajudar”.
Ele conta que baixou quatro deles, mas nenhum fez efeito. “Eles só reproduzem músicas relaxantes pelo tempo que você determina”, diz. Ele conta que todos os apps que experimentou tinham por princípio músicas e sons. Um deles também oferecia imagens de carneirinhos e nuvens. “Me senti enganado porque eles não fazem hipnose de verdade. Mas pelo menos foi de graça.”

Riscos

Para os pesquisadores, a tecnologia andou mais rápido do que a ciência que deveria embasar essas ferramentas. “Aplicativos são ferramentas fascinantes, com um tremendo potencial, mas nós argumentamos que eles precisam ser desenvolvidos e testados com tanto rigor e cuidado quanto qualquer intervenção presencial”, diz o estudo. De acordo com a psiquiatra Célia Cortez, presidente da Associação Brasileira de Hipnose (ASBH), a aplicação dessas ferramentas pode provocar efeitos negativos no usuário. “Um jovem que tenha predisposição a uma doença psicótica, por exemplo, ao utilizar um aplicativo que faz repetição de sons ou de sugestões pode entrar em crise”, diz. Segundo o psiquiatra Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti, vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), não é recomendado que nenhum procedimento dessa natureza seja feito à distância, sem a presença de um profissional responsável. “Pessoas muito sugestionáveis podem sofrer transes hipnóticos. Se ela apresentar uma complicação, como fica? Esse tipo de tratamento deve ser presencial”, afirma.

Reconhecimento

A hipnose clínica é um método reconhecido no Brasil pelos conselhos federais de Medicina (CFM), Psicologia (CFP), Odontologia (CFO) e Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito). Somente os profissionais dessas categorias têm autorização para praticá-la, desde que possuam curso de especialização adequado. “A hipnose feita por médicos é um método válido e que, se bem aplicado, surte efeitos terapêuticos benéficos. Em outras áreas, como odontologia e psicologia, as regras são estabelecidas pelos respectivos conselhos”, diz Cavalcanti, do CFM.

Célia explica que a hipnose pode ser usada em vários tipos de transtornos mentais, com exceção dos transtornos psicóticos. Em especialidades como a odontologia e a fisioterapia, utiliza-se a hipnose analgésica, com objetivo específico de diminuir dores, incômodos ou tranquilizar o paciente durante o tratamento. Segundo a psiquiatra, nem todas as pessoas são igualmente suscetíveis à hipnose e o sucesso do tratamento também depende das características do paciente, como a capacidade de concentração e a capacidade de imaginação.

Inteligência artificial

Google anuncia IA para criar vídeos, resumir reuniões e melhorar emails

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho

10/04/2024 16h00

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Divulgação

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O Google apresentou na terça-feira (9) um pacote de novidades de inteligência artificial para sua plataforma de trabalho que inclui Gmail, Docs, Meet e Sheets, após seguidos deslizes na competição pela liderança na tecnologia com a OpenAI e a Microsoft.

Entre os anúncios, chamou atenção uma ferramenta de IA geradora de slides em vídeo. Chamado de Google Vids, a nova ferramenta é, segundo o Google, um assistente de criação de vídeos equipado com inteligência artificial. A tecnologia cria uma espécie de sequência de cenas, ou um "storyboard", como é chamado na indústria criativa.

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho. Assinantes do Workspace, disponível por US$ 10 (R$ 50) mensais, terão acesso à plataforma.

De acordo com a vice-presidente do Google Kristina Behr, a ideia é que qualquer pessoa seja capaz de contar bem uma história com o auxílio da ferramenta. "Nosso objetivo é que, se uma pessoa pode fazer um slide, pode fazer um Google Vids", disse a executiva em evento realizado pelo Google em Las Vegas para anúncio de novidades voltadas às empresas.

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Uma das apostas do Google para recuperar a competitividade no mercado de IA é a integração de seus serviços.

O Google teve um início desajeitado no mercado de IA generativa, embora seja o responsável pelos principais avanços técnicos por trás da tecnologia. Entrou na concorrência apenas após o sucesso do ChatGPT, e o primeiro produto da empresa —Bard— desapontou o público em termos de performance.

A segunda tentativa, o chatbot Gemini que chegou ao mercado em fevereiro, rivaliza em performance com a versão mais recente do ChatGPT, mas foi centro de uma polêmica que envolveu a representação de nazistas não-brancos, entre outras imprecisões históricas. Por isso, a plataforma teve sua função de geração de imagens desativada por dias.

Agora a empresa se apoia na sua grande base de assinantes para integrar o bot concorrente do ChatGPT a Gmail, Docs, Sheets e outros recursos. Os recursos se assemelham às funções de IA disponíveis no pacote Office e no Windows, da Microsoft.

Um exemplo dessas funcionalidades é um assistente feito com IA capaz de resumir conversas, fazer traduções e responder dúvidas durante uma sessão de Google Meet. O robô funciona a partir de comando de voz.

Também com expectativa de lançamento em junho, a tecnologia tem suporte para 69 idiomas incluindo o português, segundo o Google. A assinatura do serviço custará US$ 10 (R$ 50).
O assistente também funcionará no Google Chat, bate-papo presente no Gmail.

A plataforma de email também passará a receber comandos por voz e receberá um botão para "melhorar" textos com um clique. A tecnologia "transformará uma nota simples em um email completo".

Ainda com base em IA, as planilhas do Google ganharão uma funcionalidade para formatar e organizar dados de maneira intuitiva. O produto promete acelerar a produção de tabelas.
O Google também acrescentou gatilhos condicionais às planilhas, que avisarão o usuário em caso de mudanças relevantes nos dados.

No Google Docs, programa de edição de texto, a empresa implementará um sistema de abas, que promete facilitar acesso e trabalho em múltiplos documentos ao mesmo tempo.

Para o Google Drive, o gigante da tecnologia passou a oferecer na terça um recurso de classificação e proteção de arquivos com o auxílio de IA. A tecnologia pretende facilitar a gestão de arquivos de negócios, para facilitar a detecção de arquivos nocivos, como vírus.

Integrado aos aplicativos de produtividade, o chatbot do Google para empresas, chamado Vertex, terá 130 opções de personalização sob promessa de adequar e melhorar a performance da tecnologia às necessidades dos usuários.

Programadores ainda ganharam acesso na terça a uma versão mais sofisticada do chatbot Gemini, o modelo 1.5 Pro.

De acordo com o Google, essa versão trabalha melhor com imagens, áudios e linguagens de programação.
 

Justiça

Barroso dá recado a Musk e fala em instrumentalização criminosa das redes sociais

O presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito"

08/04/2024 14h00

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou nota hoje em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado". divulgação

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Em meio ao embate entre o ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, divulgou nota nesta segunda (8) em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

Neste domingo (7), Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.

Moraes afirmou que o empresário iniciou uma campanha de desinformação sobre a atuação do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), "instigando a desobediência e obstrução à Justiça, inclusive, em relação a organizações criminosas".

Na nota assinada por Barroso, sem citar nominalmente Musk, o presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito e contra um golpe de Estado, que está sob investigação nesta corte com observância do devido processo legal".

"O inconformismo contra a prevalência da democracia continua a se manifestar na instrumentalização criminosa das redes sociais", afirmou.

"O Supremo Tribunal Federal atuou e continuará a atuar na proteção das instituições, sendo certo que toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras", disse Barroso.

Segundo ele, "é uma regra mundial do Estado de Direito e que faremos prevalecer no Brasil", que "decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

No domingo, Musk disse em seu perfil no X que Moraes deveria renunciar ou sofrer impeachment. No mesmo texto, afirmou que em breve publicará tudo o que é exigido pelo ministro e "como essas solicitações violam a legislação brasileira".

Um dia antes, um perfil institucional do X havia postado que bloqueou "determinadas contas populares no Brasil" devido a decisões judiciais, e Musk retuitou mensagem em que disse que "estamos levantando todas as restrições" e que "princípios importam mais que o lucro".

Apesar de o post da empresa não citar de onde seriam as decisões, Musk repostou a publicação, junto da mensagem: "Por que você está fazendo isso @alexandre", marcando o ministro do STF.

Horas após a postagem do domingo, Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado. Segundo o ministro, a medida se justifica pela "dolosa instrumentalização criminosa" da rede, em conexão com os fatos investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.

Moraes determinou ainda a instauração de um inquérito para apurar as condutas de Musk em relação aos crimes de obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa e incitação ao crime, todos previstos no Código Penal.
 

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