Aulas paralisadas por cinco
dias e transporte escolar
praticamente inativo. Este é
o cenário da região compreendida
pelas fazendas Salto e
Esperança, em Campo Grande,
distantes 100 quilômetros da
sede do município, e a 50 quilômetros
do distrito de Anhanduí.
As constantes chuvas do
início deste mês, aliadas à falta
de cascalhamento nas estradas
rurais desta parte da Capital,
são apontadas pela população
local como as principais causas
destes problemas.
Na Escola Municipal 8 de
Dezembro, um número aproximado
de 200 estudantes ficou
sem aula por pelo menos
cinco dias. Na última sextafeira,
dia 19, o estabelecimento
de ensino voltou a receber
estudantes após perder os dias
letivos, porém a quantidade
que apareceu para assistir às
aulas foi a mínima possível.
“Demos aula para pouco menos
de 10 pessoas de todas as
séries, porque somente uma
Kombi chegou aqui com estudantes
da região”, disse o
professor José Alexandrino
Firmo, 59 anos, um dos docentes
do ensino fundamental
da 8 de Dezembro.
“O problema maior tem
sido o deslocamento. A coisa
está feia por aqui, principalmente
na região do Salto
(onde há grande número de
buracos e lama)”, informou
o motorista de ônibus escolar,
Antônio Franciscano dos
Santos, 54 anos, que também
transporta moradores dos assentamentos
daquela região
para a BR-163.
No ônibus conduzido por
Antônio, não havia estudantes,
apenas quatro moradores
do Assentamento Três Corações,
outra região à qual o
acesso está comprometido.
“Não é em todos os lugares
que podemos passar”, disse.
A estudante do ensino
fundamental, Samira Rezende,
6 anos, só teve dois dias
de aula em 2010. “Depois do
início das aulas vieram as
chuvas, o ônibus parou de
passar e muitos professores
também tiveram dificuldade
para chegar à escola”, contou
Ronaldo Lima de Rezende, 43,
pai de Samira.
Adenilson Laurindo, 35,
outro morador da região,
também está com seus dois
filhos sem aula. “Eu moro
do outro lado do Salto, e lá
o ônibus não está passando”,
explica.
Em Campo Grande, ao
contrário de outros municípios
do Estado atingidos pelas
chuvas de janeiro, as aulas
não foram adiadas em uma
semana, e começaram em 8
de fevereiro, como previsto
inicialmente.