Mato Grosso do Sul lidera o ranking brasileiro de incidência de raios, já que mais de 3,9 milhões de descargas elétricas atingem o Estado por ano, segundo levantamento do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Apesar da liderança, MS não registrou o maior número de mortes causadas por raios nos últimos anos. De acordo com o grupo, 11 raios caem em Mato Grosso do Su l por qui lômetro quadrado ao ano. O Estado tem em torno de 358 mil quilômetros quadrados, então, após cálculo simples é possível estimar que cerca de 3.938.000 raios atinjam a região sul-mato-grossense ao ano. Em segundo lugar está o Tocantins com 10 raios por quilômetro quadrado e em terceiro segue Rio Grande do Sul com a média de 9 descargas. Sergipe e Alagoas ocupam a última posição com média de 1 raio. Já o Amapá não registrou mortes. Segundo o Inpe, o Estado lidera porque ocupa o local onde ocorre o choque entre a massa de ar quente úmida que vem da Amazônia com a massa de ar frio que vem da região Sul do Brasil. O encontro dessas massas provoca tempestades maiores e mais longas. Já a probabilidade de uma pessoa ser atingida por um raio em Mato Grosso do Sul é de 43 em um milhão. Neste quesito, o Estado perde apenas para o Tocantins onde a chance é de 46 em um milhão Mortes S ã o P a u l o l i d e r a o ranking com maior número de mortes em função de raios. De 2000 a 2009 foram registradas 230 mortes, enquanto no Rio Grande do Sul foram 106, em Minas Gerais foram 99 e em Mato Grosso do Sul 89 pessoas morreram atingidas por raio nos últimos 10 anos. Ao todo, o Brasil contabilizou 1.321 mortes neste período, sendo 252 na região Centro-Oeste. A probabi lidade de alguém ser atingido por descarga elétrica é avaliada de acordo com fatores como a incidência de raios na região, a população residente, o grau de exposição, se a área é rural ou urbana, entre outras. Segundo especialistas do Inpe, pessoas em áreas com grande incidência de raios, poucos moradores e predomínio de atividades econômicas ao ar livre têm mais chance de ser atingido por um raio. De acordo com a pesquisa, 61% das mortes causadas por raios ocorrem na zona rural, contra 26% na zona urbana, 8% no litoral e 5% em rodovias. A chance de ser atingido no meio rural é 10 vezes maior do que no ambiente urbano. Municípios O município com mais incidência de descargas elétricas em Mato Grosso do Sul é Corumbá, onde o índice no biênio de 2007 e 2008 foi de 11,82 raios por quilômetro quadrado. Na disputa com 3.180 cidades brasileiras ele ocupou o 4º lugar. Em 2005 e 2006, a incidência era de apenas 5,83, o que representa aumento de 102% de um levantamento para o outro. Porto Murtinho apresentou índice de 10,23 raios, enquanto Miranda está em 3º lugar com 7,76 descargas elétricas. Em 4º lugar está Pedro Gomes com incidência de 7,66 raios por quilômetro quadrado, que representa aumento de 14% no índice porque no biênio anterior a média era de 3,12 raios. Em Campo Grande, os frequentes temporais resultaram na ocorrência de raios em vários dias de dezembro, de 2009, e janeiro deste ano. (VS)