A enxurrada que desceu da Via Morena e dos bairros Jockey Clube, Vila Progresso, Vila Carvalho e Jardim América, alagou o Shopping Plaza Norte-Sul, na Avenida Ernesto Geisel. As lojas ficaram fechadas por duas horas (entre meio-dia e 14 horas), tempo necessário para os funcionárias retirarem a água acumulada e mercadorias espalhadas pelo chão ou boiando. No estacionamento e na entrada a chuva caía, de forma torrencial, pela tubulação de escoamento. A enxurrada foi tão forte que cobriu o pátio de desembarque de mercadorias, quase um metro acima do nível do solo. O shopping, que tem 10 mil metros quadrados de área construída, não tem um sistema de retenção da chuva.
Enquanto as lojas ficaram fechadas, clientes se aglomeram impacientes cobrando a imediata abertura das lojas. Muitos saíram frustrados, depois da abertura, ao constatarem que a lotérica (que funciona dentro do shopping) estava fechada porque os equipamentos teriam ficado danificados. "Pensava em fazer um depósito e fazer uma aposta", infoma o aposentado Antônio Rodrigues.
Chamados
Em dois dias, o Corpo de Bombeiros atendeu oito chamados por conta de alagamentos, sete na quarta-feira à noite e o último ontem, na Rua Brigadeiro Machado. Na Rua Cruzeiro do Sul, a enxurrada alagou casas e causou transtorno. A moradora Ana Vasconcelos, de 34 anos, contou que por volta de 20 horas teve início a chuva forte e a água subiu na calçada e invadiu a casa. Entrou primeiro na cozinha e avançou pelos quartos, atingindo 10 centímetros de altura, danificando os móveis. Ela mora no bairro há quatro anos e essa foi a primeira vez que a casa ficou alagada. Além dos prejuízos, a água do esgoto voltou pelos ralos. No cruzamento da Rua Cruzeiro do Sul com a Leônidas de Matos, vários pedaços de asfalto se soltaram por conta da força das águas. Jaime Schenato Ferrarezi, 44 anos, proprietário de uma marcenaria, contou que há 10 anos mora no local e disse que, entre a calçada e o asfalto, a prefeitura chegou a abrir uma valeta, para que a água corresse direto para o bueiro, mas ontem o volume de água foi tamanho que o paliativo não funcionou e a água subiu a calçada e invadiu a marcenaria.
Em dois dias choveu 110 milímetros, sendo 67,2 milímetros entre as 21 horas de quarta-feira e as duas hora da madrugada de ontem.