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Entre gatos e flores

Entre gatos e flores

Redação

28/04/2010 - 19h14
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OSCAR ROCHA

Ele não era campo-grandense – natural de Campo Mourão (Paraná) –, mas foi por aqui, a partir da década de 1980, que produziu telas carregadas de cores, estabelecendo visão própria sobre temas corriqueiros, como flores, gatos e bicicletas. A partir de hoje, uma exposição relembra  a arte de Beto Lima, artista plástico morto em 2003. O local é o Espaço Cultural da Unipsico (Rua Antônio Maria Coelho, 3.656). Serão expostas 18 obras – todas fazem parte do acervo da família. “Várias pessoas não ligadas à família se propuseram a emprestar obras dele, mas resolvemos ficar somente com aquelas que estavam no acervo de parentes. Entre os trabalhos que poderão ser vistos estão pinturas feitas por ele quando tinha 12 anos, com temática primitiva”, explica a organizadora da exposição, Ana Elizabeth Arruda.

Ela diz que Beto, durante algum tempo, produziu tela, mas não acreditava no próprio talento. Após incentivo de nomes conhecidos do cenário das artes plásticas local, como Humberto Espíndola, passou a pintar com perspectiva de encontrar público mais amplo. “Ele sempre gostou de pintura, pintava desde garoto, aos 10, 11 anos; depois de frequentar um curso começou a fazer os primeiros quadrinhos. Nunca mais voltou a estudar, foi totalmente autodidata”, aponta a irmã, a professora Maria Inez Lima Ribeiro – o artista também se dedicou ao jornalismo durante algum período.
Ela conta que o irmão não explicava muito seu universo temático, e cita um exemplo de sua peculiaridade no instante da criação. “Beto gostava muito de cachorros, mas preferia pintar gatos. Tem apenas um quadro em que aparece um cachorro ao lado de um homem, que pode até ser ele. Quando questionávamos o porquê dessa opção, dizia não saber explicar”.
No período mais produtivo, o artista atravessou a fronteira do País, expondo em vários países. Nessas estadas também era influenciado pelo que observava. “Ele gostava muito de viajar. Passava muito tempo fora. Em algumas obras pode ser notada a influência do período vivido fora”, lembra Maria Inez.
Um exemplo é a série bicicletas, na qual foi motivado pelo que viu em cidades europeias, onde o transporte faz parte da rotina. “Ele me falou que não entendia como as bicicletas não faziam parte, em maior quantidade, da paisagem de Campo Grande, assim como acontecia em outros lugares que visitou, já que a cidade tinha condições para isso. Essa série foi bastante influenciada por suas idas ao exterior”, destaca a editora do Caderno B, Cristina Medeiros, que o entrevistou na época em que retornou da Europa.

Valor
A irmã acredita que houve reconhecimento maior das qualidades artísticas de Beto Lima depois de sua morte e há um novo público apreciando sua produção. “Levei algumas telas à escola onde trabalho, numa feira de ciências e foi o maior sucesso, muitos elogiaram, alguns até querendo adquirir”, conta Maria Inez. Os elogios maiores ficaram em torno da utilização das cores. “O efeito das tintas é uma diferenciação nas coisas que ele produziu, marcando a identidade como artista”. Outro momento recente de apreciação das telas de Beto Lima foi a exposição realizada no Museu de Arte Contemporânea (Marco), em 2009.
Nem a debilitação causada pela doença, que o matou aos 39 anos, o afastou das artes plásticas. Até no hospital  trabalhou. “Para ele, a pintura era uma forma de terapia para enfrentar o problema de saúde”. A família deseja ter um espaço em Campo Grande, onde o acervo deixado pelo artista possa ser visto pelo público em geral. A iniciativa ainda está em fase embrionária, mas deve ganhar corpo no futuro. Beto Lima deixou cerca 40 obras aos familiares.
A comunicação artística obtida pelo artista foi por meio de aspectos do cotidiano, marcando o seu olhar sobre o banal. “Na aparente simplicidade da pintura, o artista estabelece um diálogo entre o que está presente e o ausente, um enigma, um pacto. Para permanecer”, destaca num trecho do texto de apresentação da exposição a professora e crítica de artes Maria Adélia Menegazzo. A exposição pode ser vista até 15 de maio, de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h.

POLÍTICA

Campo Grande fica fora da lista durante visita de Bolsonaro a Mato Grosso do Sul

Ao lado de Gianni e Rodolfo Nogueira, ex-presidente confirmou que pousará seu avião em Ponta Porã, de onde seguirá rumo à Dourados entre os dias 14 e 15 de maio

23/04/2024 09h12

Vinda de Bolsonaro a Mato Grosso do Sul é esperada entre seus apoiadores desde o dia 24 de fevereiro Reprodução

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Esperado para a Exposição Agropecuária de Dourados, Jair Bolsonaro não passará por Campo Grande durante sua visita a Mato Grosso do Sul, entre os dias 14 e 15. 

O ex-presidente confirmou sua vinda, ao lado de Gianni e Rodolfo Nogueira, dizendo que seu avião pousará em Ponta Porã, de onde se dirige para Dourados. 

Confira abaixo a agenda confirmada pela assessoria do ex-presidente para o próximo mês: 

  • 03 e 04- Manaus/AM.
  • 07 e 08- Pará. 
  • 10 e 11- Minas Gerais
  • 14 e 15- Dourados/MS.
  • 17 e 18- Santa Maria/RS.

Cotada como pré-candidata a prefeita de Dourados pelo PL-Mulher, Gianni busca despontar na corrida pelo segundo maior colégio eleitoral de Mato Grosso do Sul. 

"É um convite de toda a bancada desse estado para nós fortalecermos os nossos laços, discutirmos política, conversar com o povo que é muito importante e vamos levando avante essa proposta de fazer um Brasil diferente e tendo um partido político com esse objetivo, temos quatro linhas, quatro palavras que nos marcam: Deus, pátria, família e liberdade, e a gente vai em frente, então até breve se Deus quiser aí em Ponta Porã pousando e aí em Dourados em um grande evento com esse casal aqui", destaca Jair Bolsonaro em sua fala. 

Visita prometida

A vinda de Bolsonaro a Mato Grosso do Sul é esperada entre seus apoiadores desde o dia 24 de fevereiro, quando a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, esteve em Campo Grande para o encontro do PL Mulher na Capital. 

Na ocasião, enquanto Michelle ocupava o palco, o ex-mandatário apareceu por meio de uma "videoconferência", rememorando mais uma vez seus tempos como militar em Mato Grosso do Sul. 

"Esse estado que me acolheu por três anos lá em nossa querida Nioaque. Ela [Michelle] está presente aí não só levando o nome do Partido Liberal, bem como a importância das mulheres participarem da política, não por cotas, mas com vontade de ajudar o seu município, seu estado e seu País", argumentou. 

Esse evento em Campo Grande antecedeu o ato realizado no dia 25 de fevereiro na Avenida Paulista (SP), quando o ex-presidente. 
**(Colaborou Leo Ribeiro)

 

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CAMPO GRANDE

Rose garante que sua pré-candidatura é irreversível e vai deixar Sudeco dia 30

A ex-deputada federal também do acordo que fez com o ex-governador André Puccinelli para as eleições deste ano

23/04/2024 08h00

Rose Modesto (União Brasil) foi a quarta entrevistada pela parceria CBN com Correio do Estado Foto: Eduardo Miranda/Correio do Estado

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A ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil), que foi a quarta da série de entrevistas que a Rádio CBN Campo Grande e o Jornal Correio do Estado estão fazendo com seis pré-candidatos à prefeitura da Capital, reforçou, ontem, que sua pré-candidatura é irreversível, tanto que no próximo dia 30 de abril deixará o comando da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco).

“Penso que seria bom a turma do ‘deixa disso’ nem tentar atuar dessa vez para fazer eu desistir da minha pré-candidatura, pois não vai dar certo. E não é por uma vaidade, não é por uma obsessão para ser prefeita de Campo Grande.

Eu sinceramente estou aqui, de verdade, com a missão que penso ser a que o eleitor espera.E eu sinto isso nas ruas, andando e, lógico, não é todo mundo, mas uma boa parte espera essa candidatura minha à prefeitura”, reforçou.

Ela argumentou que dessa vez, realmente, é uma decisão tomada. “Eu estou pronta e muito motivada. Tudo tem um tempo e me sinto muito mais preparada, inclusive, do que quando disputei a eleição para prefeita em 2016. Conheço Campo Grande, estudei muito a cidade ao longo desses últimos oito anos e as minhas experiências como gestora pública me deixaram motivada a encarar esse desafio”.

Rose completou que é uma “honra poder ser prefeita de uma cidade tão linda, mas é um desafio muito grande pegar essa cidade linda, mas tão judiada e precisando de cuidados em todas as áreas”.

“Por isso, a importância de alguém com experiência e com preparo. Vou escolher a melhor equipe pra poder fazer de Campo Grande uma cidade com mais oportunidades para todo mundo, quero resgatar o nosso orgulho”, afirmou.

POLARIZAÇÃO

Questionada sobre a polarização nacional entre direita, representada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e esquerda, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a pré-candidata garantiu que sempre foi e sempre será de centro. 

“Olha só, na eleição de 2022, nós tínhamos dois candidatos da direita no segundo turno e o Eduardo Riedel (PSDB) venceu. Ele ganhou porque compreendeu que, para vencer era importante fazer política com a direita e esquerda, mas sem abrir mão das bandeiras que defendia, independentemente se eram da esquerda ou da direita”, ressaltou.

A ex-deputada federal garantiu que sua vida pública sempre foi pautada nesse sentido.

“Fui eleita deputada federal, não tive o apoio do Bolsonaro, mas votei nas pautas da direita. Votei, por exemplo, pelo voto auditável, que é uma pauta de direita, como votei a favor do Vale Gás, que é da esquerda. Votei em ambos porque os dois interessavam a maioria da população, então, é dessa forma tem de fazer”, disse.

Segundo Rose Modesto, na questão de alianças políticas, não importa se é da esquerda, se é da direita, o que importa é que, ao longo dos 14 anos de vida pública, sempre foi a mesma.

“Uma mulher cristã e que defende as pautas de direita que são importantes para a cidade avançar e as da esquerda que são importantes no campo social, ajudando a transformar a vida de quem mais precisa”, afirmou.

“Hoje eu estou no governo federal, apesar de inclusive não ter apoiado o Lula, mesmo assim, ele me deu uma oportunidade de comandar a Sudeco. Fui indicada pelos governadores de Goiás, Ronaldo Caiado, do Mato Grosso, Mauro Mendes, e de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, mesmo tendo disputado a eleição contra ele. Entretanto, os três entenderam que o meu nome era importante para estar no governo federal. E é dessa forma que vou buscar as alianças, tanto no primeiro, quanto no segundo turno, para poder fazer de Campo Grande uma cidade melhor”, disse.
 

TRATO COM ANDRÉ

Ainda na entrevista, a pré-candidata foi questionada sobre o fato de o ex-governador André Puccinelli (MDB), que também é pré-candidato a prefeito da Capital, ter afirmado que ela não teria cumprido o combinado de que um apoiaria o outro que estivesse melhor nas pesquisas.

“Na verdade, eu tenho sempre um bom diálogo com toda a classe política e com o André não é diferente. E, em uma das reuniões que a gente teve, ele falou, ainda decidindo se seria ou não pré-candidato, que, quem estivesse melhor nas pesquisas, teria o apoio do outro. E aí é preciso entender o que é estar melhor, pois nem sempre quando você está com três, quatro, cinco ou seis pontos percentuais na frente, representa estar melhor”, detalhou.

Rose completou que pesquisas internas encomendadas pelo União Brasil mostraram que a rejeição dela era pequena, ou seja, que teria poder de crescimento nas intenções de votos.

“A capacidade de pessoas que podem votar em mim é maior do que o percentual de pessoas que poderiam votar no André. Então, na minha avaliação pessoal e técnica, acredito que estou melhor e, por isso, vou buscar o apoio dele”, garantiu.

 

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