Com lei sancionada em 2007 pelo prefeito Nelson Trad Filho, a criação da Companhia Municipal de Dança de Campo Grande até hoje não saiu do papel. A ideia surgiu por meio da Associação Sul-Mato-Grossense dos Profissionais da Dança, presidida por Neide Garrido, que tinha em mente o fato de que grande parte das capitais brasileiras têm um corpo público de dança. Na época, o então presidente da Câmara Municipal, Edil Albuquerque, aprovou o projeto de lei, permitindo sua execução por meio da Fundação Municipal de Cultura (Fundac).
Mais de três anos se passaram, a criação da Companhia Municipal de Dança de Campo Grande foi incluída no Plano Municipal de Cultura, aprovado no ano passado, mas, de acordo com Roberto Figueiredo, presidente da Fundac, ainda não há previsão para que a formação da companhia saia do papel. “Ainda há um estudo muito sério em relação a isso, de modo que possamos evitar problemas comuns em grupos assim. Mas esbarramos em duas questões, a falta de orçamento e a remuneração dos bailarinos”, detalha.
Segundo Roberto, como os cursos de formação em dança no Estado são novos, muitos bailarinos não têm formação superior, o que reduziria os salários, pois teriam de ser contratados como profissionais de nível médio. “Temos um problema parecido na Orquestra Sinfônica Municipal de Campo Grande, com muitos músicos desistindo por causa da questão salarial”, expõe.
Entretanto, não se pode esquecer a falta de orçamento para a criação da companhia. “Um grupo de dança despende muito dinheiro e o que é destinado à cultura não é suficiente”, admite Roberto. Ele espera que, com o Plano Municipal de Cultura, a criação da companhia aconteça antes de 2020. Até hoje a lei não foi regulamentada, impedindo sua aplicação. (TA)