Embora não seja filha de pescadores, a empresária Ana Paula Barros se apaixonou pelo hobby por causa de seu marido, Wagner dos Santos Barros, proprietário de uma loja de artigos de pesca. Vindo de uma família de pescadores, ele nunca perdeu o hábito e, procurando se aproximar mais de seu marido, Ana Paula pediu para participar de uma viagem.
“Me apaixonei logo de cara e, desde então, tenho praticado sem parar. Depois que a gente aprende, quer se aperfeiçoar sempre. Ter um arremesso perfeito, conhecer as melhores iscas e saber onde estão os maiores peixes. Acho que por isso me dei bem, meu marido me levou, mas eu estava decidida a aprender”, detalha Ana Paula.
Em pouco tempo, ela dominava as técnicas e já sabia pilotar o barco. “Não gosto de dar trabalho”, ressalta.
De igual para igual
Fisgar um peixe grande não é algo fácil. Depende de força física e habilidade. Segundo a empresária Ana Paula Barros, mesmo com toda a técnica, chega um momento em que a força física é necessária. “Demorei para aprender, mas, a primeira vez que consegui tirar um peixe da água foi emocionante”, lembra. Quando sente o primeiro puxão na linha, Ana Paula conta que já se prepara, pois o embate com o animal pode ser longo e cansativo.
“Ainda assim, é uma delícia”, afirma. Mas a preocupação com o meio ambiente ainda é maior que a vontade de levar o peixe para casa. “Já aconteceu de meu marido e eu fisgarmos 25 dourados em uma tarde e devolvermos todos. Tirar o peixe da água é bom, mas devolvê-lo é sem igual”, ressalta.
Dicas
Mas a empresária alerta os homens: “Mulheres são mais delicadas, portanto, cuidado para não assustá-las em sua primeira pescaria. É importante levá-las a um lugar bonito e agradável, com o mínimo de conforto, como pesqueiros ou hotéis à beira dos rios”. Segundo Ana Paula, o Rio Paraguai, na altura de Corumbá, e o Rio Miranda são dois ótimos locais para se levar a parceira.
Contudo, a pescadora enfatiza que, se não houver afinidade com a natureza, fazer da pesca uma atividade agradável é algo impossível. “A gente fica em contato total com o rio, a flora e a fauna. Isso é maravilhoso, mas existem mulheres que não gostam e, nesses casos, não há o que se fazer”, pondera.
Para a empresária, outro ponto que deve ser observado pelos companheiros que querem levar suas parceiras para a pesca é a paciência. “Não dá para ir para o rio achando que a mulher sabe tudo. Ela está indo aprender e o homem precisa estar aberto para ensinar”, aconselha.
Primeiros passos
Iniciantes podem começar visitando pesque-pagues para aprender como utilizar molinetes, carretéis e iscas. “Apesar de ser simples, é necessária alguma prática para dominar os equipamentos”, afirma Ana Paula. Ela lembra que, para praticar a pesca hoje em dia, é necessário, acima de tudo, consciência ecológica. “Sou contra a pesca predatória, é uma forma de destruir a natureza. Tenho uma filha de oito anos e quero que ela pesque comigo no futuro”, pontua. (TA)